Capítulo 4

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Eu com certeza não estava nem um pouco preparada para aquilo, se eu fizesse qualquer coisa minha mágica ficaria evidente no meio daquelas pessoas. Tive que ficar olhando Rumpelstiltskin levar o coração da minha mãe. Pelo menos uma coisa foi boa, meu pai só deu o coração à ele porque Rumpelstiltskin ameaçara matar meu irmão menor, Roland, que ...

Irmão menor. Ah meu Deus, preciso começar a fazer uma lista de pessoas para ficar de olho e proteger, minha memória para essas coisas não é muito boa. Roland. Enfim, continuando... Rumpelstiltskin apontara uma flecha para o pequeno Roland caso meu pai, Robin Hood, não lhe entregasse o coração da minha mãe. Eu vou matar minha querida tia.

Eu estava prestes a seguir em frente e finalmente chegar à cidade em busca de Ruby quando algo me congelou exatamente onde eu estava. A sorte é que eu estava atrás de uma árvore senão nem sei o que poderia ter acontecido. Qualquer um poderia ter me visto. Aquela voz, aquela presença, aquela pessoa. Minha mãe chegara às pressas ao local onde meu pai estava e, por tabela, onde eu estava. Tive que fazer um esforço tão grande que não me lembro de ter me contido de tal maneira em minha vida. Fechei os olhos e mantive a respiração o mais constante que consegui, mas não conseguia me mexer. Aquela voz era o que me motivava. Era o que fazia meus planos se formarem na minha mente. Foi o que me fez aprender e praticar tanto sobre mágica. Só tinha um problema: era para aquela voz que eu queria correr o mais depressa possível. E isso era exatamente o que eu tinha que me segurar muito para não fazer. E consegui. Acho que permaneci na mesma posição durante mais de cinco minutos mesmo depois de ela ir embora, controlando tudo dentro de mim para voltar ao estado no qual eu estava antes de ela chegar ali, antes de Rumpelstiltskin fazer o imenso favor de complicar ainda mais a minha vida. Quando eu finalmente acreditei que estava tudo bem voltei a andar.

****

- Oi. – eu sorri o mais despreocupada que consegui, mas a garota que estava na minha frente bem atrás do balcão era um lobo, o que transformou meus esforços em patéticos.

- Posso te ajudar em alguma coisa? Eu ... eu te conheço? Não me lembro de tê-la visto em nosso reino e nem mesmo aqui durante a primeira maldição. – respondeu Ruby com sua desconfiança e sua curiosidade aflorando em cima de mim.

- Eu não estava aqui na primeira maldição. Eu estava daquele lado do reino que foi preservado quando ela foi lançada. Sou nova aqui. – desta vez eu falei bem mais segura de mim, afinal, era verdade.

- Oh. – respondeu ela sorrindo desta vez, com a desconfiança caindo um pouquinho, mas a curiosidade continuou intacta. – Não sei se te desejo boas vindas ou... Bem... estamos em uma maldição. – terminou ela com um riso sincero.

- Deseje-me boas vindas. – eu respondi com outro sorriso. – Mas infelizmente eu não estou aqui por uma coisa boa. – e lá estou eu dizendo outra verdade – Eu... Eu preciso da sua ajuda. Você poderia vir comigo para um lugar aqui perto e eu te explico tudo? Por favor? – Hum, até que foi um bom início de assunto, mas não a convenceu muito. Tive certeza disso quando o semblante dela regrediu. Acabei soltando a primeira coisa que me veio à cabeça. – Eu conheço a Ella (para quem não se lembra esse era o nome da Cinderela na Floresta Encantada). Quer dizer, a Ashley (nome dela em Storybrooke).

- Ela está com problemas? – Ruby pareceu bastante preocupada. Bum! A peguei.

- Se você vier comigo eu te explico tudo. Por favor, venha comigo. – essa última cara que eu fiz foi decididamente de dar dó. E o pior é que era um semblante verdadeiro. Eu já estava começando a ficar desesperada para que ela me seguisse. Eu não era muito boa com pessoas, há anos não precisava me relacionar com alguém mais do que alguns poucos minutos.

Blanck - Uma lembrança de amor em meio às trevasOnde histórias criam vida. Descubra agora