Blanck - Uma lembrança de amor em meio às trevas

Capítulo 22

Enquanto eu achava simplesmente inacreditável que Zelena conseguisse ficar ainda mais surpresa e assustada com a minha chegada, ela olhava de mim para Henry sem palavras e tentando entender como aquilo poderia ser possível. A cidade inteira abriu espaço entre eles para mim e estava à beira de um colapso quando Henry, ainda quase imóvel no chão e com a minha aparência, praticamente sussurrou:

- Não... eu ainda consigo aguentá-la...

- Desculpe, Henry... mas quem não consegue mais aguentar sou eu.

Sem nem olhá-lo eu estendi minha mão esquerda em direção a ele e fiz um movimento que retirou imediatamente o feitiço que deixava Henry com a minha aparência. No mesmo instante eu percebi Ruby se agachar ao lado de meu irmão e o levantar. Emma e Regina arregalaram os olhos e sua respiração parou por alguns segundos ao verem quem na verdade estava por trás das defesas contra os ataques de Zelena a Regina.

- Como você fez isso? Como ele fez isso? – Zelena continuava buscando explicações.

- Bom, você o amaldiçoou, Zelena. Então eu achei que não teria problema deixá-lo atrasar você e seus planos um pouquinho mais do que já estão. Quanto à 'como ele fez isso' talvez eu te conte mais tarde... ou não. – eu acrescentei, sorrindo. – Apropósito, muito obrigada por meus pesadelos. Você realmente me incentivou, Zelena, mas a te matar e não a Regina. Apesar de que matar você... – eu balancei a cabeça negativamente como se estivesse contando uma besteira muito grande a uma criança. - ...não está nos meus planos.

- Deixa eu ver se eu entendi. Você veio arruinar os meus planos, mas não vai me matar. Vai me deixar sair livremente, apenas sem ter cumprido meu objetivo. É isso? – debochou ela, começando a rir.

- Sim... e não. Eu vou arruinar os seus planos, não vou te matar, mas não sou idiota o suficiente para te deixar livre e contente por aí, descontando sua raiva em quem aparecer na sua frente.

- Sabe, Aileen...

- Blanck! – eu corrigi.

- Que seja... – ela respirou nervosamente – O seu problema é que você me subestima demais. Você acha que eu não te mataria para poder finalizar o que eu comecei. Mas você já me causou problemas demais, já me atrasou demais e com certeza já me irritou demais. Mas não se preocupe, farei com que seja rápido. Rumpel... – disse Zelena a Rumpelstiltskin.

Como eu sabia que Henry daria qualquer sinal a ele para que pudesse finalmente parar de fingir ainda estar sob as ordens dela, simplesmente fiquei parada encarando-a. Rumpelstiltskin nem se mexeu, apenas encarou Zelena e sorriu, balançando a cabeça negativamente. Ela se irritou, acreditando que ele a estava desafiando, e bradou que ele a obedecesse, gesticulando com a adaga falsa que tinha em mãos sem saber. Finalmente um riso abafado saiu enquanto eu tentava me conter, sem sucesso.

- Sabe, Zelena, o seu problema é que você me subestima demais. – meu sorriso estava tão aberto e estampado em meu rosto que eu provavelmente irritaria a mim mesma se não estivesse do meu lado dessa batalha.

- Esta não é adaga verdadeira. – disse Zelena olhando incrédula para sua mão com a adaga falsa – Você me enganou. Como?

- Eu sugiro que você pense um pouco, afinal você não deve ser tão burra quanto parece. Ou é?

- A noite que Rumpelstiltskin entrou na minha sala. Ele parecia estranho, mas eu não consegui descobrir o que era. – ela finalmente pareceu concluir o que acontecera e seu semblante era preocupantemente descontrolado. – Era você. Não era ele, era você. Foi nessa noite que você roubou a adaga, mas... como... eu fiquei o tempo inteiro com ela e...

- Como eu acabei de dizer, Zelena, você me subestima demais. Acha mesmo que eu não saberia realizar um roubo perfeito, dada a minha árvore genealógica? – eu respondi, me referindo a meu pai, Robin Hood, sabendo que Zelena entenderia o que eu queria dizer.