Capítulo 6

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Dali por diante Henry passou a dizer a Emma e a Regina que gostava de passear com Ruby e esta usava esta desculpa para fugir com Henry do Granny’s e os dois me encontravam em algum lugar para treinar, pois os dois me pediram que os ensinasse mágica.

- Você realmente acha que podemos aprender? Que vamos conseguir usar? – perguntou Ruby que tinha Henry ao seu lado, parecendo que se ela não tivesse feito esta pergunta, ele faria.

- Ruby você é um lobo. – eu respondi com cara de quem estava falando alguma coisa muito óbvia. – Se você não tiver mágica dentro de si, então não sei quem tem. E Henry – eu disse, olhando para ele. – Você é meu irmão mais novo. Nasceu da Emma, que tem grandes poderes em crescimento e por acaso é filha da Branca de Neve com o Príncipe Encantado. Foi criado pela Regina, uma das mulheres mais poderosas que o mundo já viu e que ninguém até hoje conseguiu derrotar e nem ao menos enfrentar. É claro que estamos tendo um pequeno problema nesse ponto com a tão maravilhosa chegada da minha... nossa querida tia, Zelena. Mas estamos também nos preparando para resolver este problema insignificante. E como se não bastasse, você é neto de Rumpelstiltskin, O Sombrio, o Senhor das Trevas. Você só pode estar brincando com uma dúvida dessas na cabeça, não é?

Ambos se convenceram com as minhas palavras que, aliás, eram óbvias, e passamos a próxima semana inteira desenvolvendo e praticando a mágica que havia neles. Henry era muito bom em feitiços e Ruby se tornou praticamente perita em poções. Ela lera muitos dos meus livros, inclusive levava sempre um para casa para ler escondido na cama antes de dormir. Henry só faltava treinar na frente de Emma, Mary Margaret e David, que ainda não sabiam que ele já se lembrava de toda sua vida. Com os três acreditando que ele não se lembrava de nada, era fácil para ele ficar em casa e, fingindo jogar vídeo game, escutar o que estavam dizendo e colher informações que talvez fossem importantes para nós três. Mas eles quase nunca falavam nada na frente dele.

Ambos demonstravam muito talento e muita vontade de aprender e desenvolver sua mágica. A melhor parte era que nos divertíamos muito durante os treinamentos e a cada segundo que passava caía a desconfiança que eles poderiam ter de mim, que era compreensível afinal há uma semana nem sabiam que eu existia. Mas em meio à diversão, em um momento no qual paramospara descansar e Henry conjurou três tortas de frango, ele parou de sorrir de repente e eu, preocupada, lhe perguntei se algo estava errado. Mas eu não estava preparada para a pergunta que ele me fez:

- Por que você precisa enfrentar Zelena sozinha com a chance de não sobreviver? Por que não podemos ajudar? Estamos fazendo o nosso melhor, você acha que não está sendo o suficiente?

- Eu acho que vocês são ótimos e vão me ajudar ainda mais do que já estão me ajudando só por me fazerem companhia e me auxiliar a articular melhor os planos contra Zelena. Mas... – me doeu dizer a próxima frase, não porque eu tinha medo de ofendê-los, mas porque eu sabia que estava dizendo a verdade e realmente me apegara a eles. - ... mas vocês não podem me ajudar. Por duas razões. A primeira é que vocês não têm mágica suficiente para enfrentar qualquer feitiço médio que ela jogue em vocês e ela com certeza jogará os fortes. E a segunda razão é... seus corações. – obviamente eles não entenderam, pois eu era a única que entendia desse assunto, respirei fundo e comecei a explicação. – Toda vez que você faz algum mal para alguém através de mágica, uma mancha escura aparece em seu coração. E cada vez escurece mais. Vocês nunca usaram mágica então mesmo quetenham feito mal a alguém seus corações estão na coloração que deveriam estar, vermelho. Mas se machucarem alguém através da mágica que ensinei a vocês e que estamos treinando tanto, vai aparecer a tal mancha. E, desculpa, não vou deixar que isso aconteça com vocês. Sem chance.

Eles entenderam meus motivos, mas queriam ajudar de qualquer forma que pudessem. Perguntaram-me como eu faria para enfrentá-la já que o feitiço lançado pela minha mãe não me permitia fazer mal a Zelena. Expliquei que durante meus estudos fiz uma ótima descoberta. Se eu usasse o coração de outra pessoa, conseguiria enfrentar Zelena sem problemas, uma vez que o coração dentro de mim (de alguma outra pessoa) não teria o tal feitiço. Outra coisa que era muito interessante foi que também descobri que o coração dentro de mim não escureceria, pois não seria o verdadeiro dono a usá-lo contra alguém, então além de eu conseguir enfrentar Zelena o coração dentro de mim não sofreria nenhuma alteração.

Blanck - Uma lembrança de amor em meio às trevasOnde histórias criam vida. Descubra agora