CAPÍTULO OITO

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Fechei o diário de Tate, atordoada e em choque.

Afundei nos travesseiros, pálida. Tudo aquilo era real?

Ele realmente passara por aquilo?! E por que ele me confiara algo assim? Por que ele dissera que tínhamos algo em comum?

Franzindo, folheei algumas páginas, pulando para anos mais recentes.

Janeiro, 2010

É estranho ser igual fisicamente há todos os vampiros, e não me sentir parte de nada. Me sinto tão diferente... melhor, mas ainda assim, diferente.

Meus problemas com a falta de sono continuam indo e vindo.

Março, 2010

Estou apavorado.

Descobri o que tenho.

Maio, 2010

Hoje fiz uma nova descoberta.

Julho, 2010

Me sinto sozinho. Não existe ninguém além de mim que possua esse fardo que carrego? O que posso fazer com meu dom? Essa palavra se encaixa? O que tenho pode ser chamado de dom? Ou uma maldição?

Janeiro, 2011

Serei transferido de novo.

Instituto Dark-Blood.

Maio, 2011

Papai veio me visitar, minha irmã também passou pela transformação.


Minha mente girava, tentando processar tudo que eu lera. Respirei fundo, pulando para a última página.

Fevereiro, 2013

Minha irmã recebeu outra carta misteriosa de C.D.S

Me recuso a participar de qualquer coisa que envolva os Nobres.

Hoje a vi, a novata, Tessália Dragon.

Algo me diz para ir para a próxima reunião dos Nobres.

Consegui um fio do cabelo dela, e tive uma surpresa assustadora. Preciso encontra-la imediatamente. Estive esperando por um tempo que me pareceu longo demais por esse momento.


Fechei o diário, engolindo em seco. Tate estava falando sobre mim? Que surpresa ele tivera?! Abracei o diário, fechando os olhos me sentindo perdida. Eu precisava saber o que ele pretendia com tudo aquilo. O que eu tinha haver com tudo isso? Ele perguntara sobre meu sonho... lembrei, sentindo meu estômago afundar. Eu havia acordado queimada... como se eu tivesse estado no sonho, dentro do sonho. Um choque percorreu meu corpo com a súbita realização. Não, Tate não... ele não podia achar... pensar... que eu era... como ele.


A semana seguinte começou normalmente. Todos ali seguindo o ritmo estabelecido pelo Instituto. Selena não havia mais aparecido na enfermaria. Sheely parecia fingir que nada havia acontecido. E eu não conseguia encontrar Tate em lugar algum. Olhei ao redor, procurando qualquer pessoa que pudesse me levar a ele... mas a verdade é que, até o dia da reunião, eu nunca havia visto ele. Me encolhi, frustada. Sentindo o peso do seu diário na minha bolsa. Sim, eu não tinha tido coragem de ficar um minuto sequer longe daquele diário. Passando a carrega-lo para todo lugar.

RENASCEROnde histórias criam vida. Descubra agora