CAPÍTULO DEZESSEIS

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Nos entreolhamos cientes da verdade. Era como se um peso imenso tivesse sido arrancado de nós. Sorri, estendendo a mão e tocando em seu rosto. A sensação era tão boa. Era como tocar cada camada de sua pele. Como sentir cada partícula do seu ser.

-- Sente isso? – murmurei

-- Claro. – ele afirmou, envolvendo minha mão na sua e levando-a a seus lábios. Beijando-a, levantou da cama e se ajoelhou na minha frente.— "Juro protege-la com minha vida e meu espírito. Enquanto eu viver, e mesmo que eu morra, estarei vigiando seus passos. Por que você, agora, é tudo pra mim." – ele recitou. Meus olhos estavam úmidos, engoli em seco.

--O que... O que isso quer dizer?

-- É o juramento sagrado da união entre um consillier e um vampiro. Todo consillier tem que aprende-lo. Nunca é usado por 99,9% dos casos, mas... vez ou outra, acontece. E cá estamos nós. – ele explicou, com um meio sorriso. Assenti, puxando-o de volta pra cama.

-- E eu juro ser fiel a você enquanto eu existir.

-- Na verdade, você não precisava jurar nada.—ele disse,rindo baixo.

--Eu quero. Não consigo acreditar que isso está acontecendo.—confessei, tímida.

Demetrios ficou sério de repente.

-- O que aconteceu, é algo sério demais. Temo que não poderemos esconder isso de ninguém.

--Por mim tudo bem.—concordei. Ele ocultou uma careta.—O que foi? Você quer esconder?

--Tenho nove seculos a mais que você, você não tem um mês de renascida. Tem ideia do que isso vai implicar?

--Você quer dizer que... pode ser preso?—perguntei.

--Não.—ele negou, exasperado.—Pelo que sei, uma união dessas, nunca aconteceu entre vampiros com idades tão opostas. Digo, quando acontece, os vampiros que se ligam a um consillier são em sua maioria anciãos. Digo, tem já uma certa idade.

--Sou a primeira?

-- E única.—concordou—Mas não é só isso que me preocupa, Tessália. Lembra quando eu disse que você não poderia simplesmente entrar na casa dos seus pais?

--Sim.

--É por que você não pode mesmo simplesmente entrar. Nenhum vampiro pode. Não sem um convite de alguém humano que more na casa.

--Mas eu entrei.—o lembrei, confusa.

--Eu sei que entrou. Você entrou na casa sem ser convidada e não morreu ao ficar exposta ao sol... e você sonha.

--Não é a pior coisa do mundo. Eu posso manter tudo isso em segredo.

--Sei que pode, o problema é o oráculo. Se ele a vir, não é algo que ele manteria em segredo.

--Como assim?

--Uma coisa assim, não ficaria aqui. Os oráculos podem se conectar. Ele provavelmente revelaria isso para todos os outros oráculos existentes.

--E isso é um problema? – quis saber. Ele hesitou, uma breve sombra passando por seus olhos.

--Não se preocupe com isso. Irei protege-la e nada acontecerá. —garantiu.

--Humm.. – assenti com a cabeça.—Demetrios, estamos sendo sinceros um com o outro não é?

--Estamos.

--Bom, você me contou sobre sua família ter morrido num incêndio, junto com seu irmão. Mas você disse que seu irmão está morto, e não, desaparecido.

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