CAPÍTULO DEZ

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Minha mente aos poucos voltou a funcionar, despertando da inconsciência. Lentamente comecei a ter percepção do que ocorria ao meu redor. Ouvi passos abafados, e vozes distantes. Meu braço doía, e minha cabeça parecia que ia explodir. Senti meu corpo lutar para emergir de um sono pesado demais. Tinha a sensação que havia dormido por dias a fio.

Abri os olhos com esforço, tudo surgindo escuro a princípio. Estava em meu quarto, reconheci. Mas havia um suporte ao lado de minha cama, onde uma bolsa de soro e sangue estavam penduradas, ligados ao meu braço. Franzi, sem entender o que havia acontecido para estar assim. Olhei na direção da cama de Sheely, mas a mesma estava vazia. Minha boca estava seca, e meu corpo dolorido e dormente. Consegui sentar com grande esforço, arrancando as agulhas do braço. Usava um vestido branco da enfermaria, notei ao me olhar. Devagar, me levantei. Mas arfei baixo ao sentir minhas pernas cederem e meu corpo ameaçar desmoronar. Antes que pudesse chamar por ajuda ou me apoiar, braços me circundaram, sustentando-me. Minhas mãos agarraram-se aos braços dele com força.

--Não vou deixar você cair.—ele garantiu. Um tremor percorreu meu corpo, ergui a cabeça para encontrar um par de olhos azuis profundos fitando-me. Engoli em seco, prendendo a respiração. Meus olhos, contra minha vontade encheram-se de lágrimas. Ele me ergueu, colocando-me de volta na cama.

--O que aconteceu comigo?—perguntei, minha voz áspera.

--Tate Oasy te encontrou desmaiada próxima a ala de alimentação... e me chamou. Depois de alguns exames, Selena achou melhor que você ficasse em repouso em seu próprio quarto. Para evitar perguntas.

--Perguntas?

--Dos outros vampiros.

--On-onde Sheel está?

--Na aula.

--O que... o que você esta fazendo aqui?

--Até onde me lembro, sou seu responsável.

--Estava cuidando de mim?

--Você continua cheia de perguntas, não é mesmo?!—comentou, com um meio sorriso, irônico.--Como se sente?—ele mudou de assunto, bruscamente. Pisquei, afastando as lágrimas.

--Bem melhor. Só com a sensação de ter dormido demais.

--Você dormiu demais, Tessália. Ninguém conseguiu acorda-la, na verdade.

--Quanto tempo eu dormi?

--Três dias. Pode me explicar exatamente o que aconteceu?—arregalei os olhos, surpresa. Como eu poderia explicar isso?! Fechei os olhos, sentindo certa vertigem. Eu havia sonhado com Tate. Tido vários sonhos... O que só podia significar uma coisa. Eu e Tate eramos iguais. Tate estava certo.

--Ahn... você disse que Tate me encontrou... o que ele disse?

--Nada, só que estava voltando pro quarto e a encontrou. Por que?

--Eu... nada. Só queria agradece-lo.—menti, evasiva.

--Tessália... não sabemos o que aconteceu para você apagar assim. Selena está confusa. O oraculo não vê nada com relação a você.

O que eu ia falar? Precisava falar com Tate. E até lá, inventar algo que os mantivessem longe de mim.

--Eu, ahn... estou cansada. Tenho andado muito cansada. Não tenho me alimentado direito. Deve ser isso.

Demetrios semicerrou os olhos, por fim levantou indo até a porta.

--Você não é uma boa mentirosa, Tessália.—disse, saindo.

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