CAPÍTULO TREZE

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Abri minha boca para responder, quando ouvi um limpar de garganta. Nos viramos para o início da arquibancada, e empalideci ao vê-lo parado me encarando. Ele fez um pequeno gesto para que eu o acompanhasse. Me levantei e senti Sheel me segurando.

--Você não precisa ir.—falou.

--Tudo bem, Sheel. Ele não vai me fazer mal, posso lidar com isso.—garanti. Ela hesitou, por fim me soltou. Dei um meio sorriso e me despedi deles, descendo a arquibancada. Não deixei de notar que eu deveria ter dito que Tate não era mal. Mas, parte de mim, começava a duvidar quanto a isso.

Tate só parou quando estávamos longe da quadra e próximo a entrada da floresta. Os portões estavam fechados, e o lugar estavam mergulhado numa penumbra razoável. Do lado de fora, o sol estava quente e glorioso. Toquei a superfície do portão de madeira sentindo o calor que parecia tão próximo e tão distante para mim. Suspirei, desanimada. Me virando pra Tate, que me observava inquieto.

--O que foi?—qui saber.

--Contou pra eles?—indagou, com uma careta de desgosto. Franzi, demorando um pouco para entender sobre o que ele falava, ou sobre quem. Por fim, compreendi.

--Não.

--Não minta pra mim, Tessália.

--Eu não falei sobre nosso problema se é isso que quer ouvir.—expliquei, de mal humor.

--Então o que contou pra eles?

--Você não acha que está invadindo muito meu espaço? Minha privacidade?—questionei. Ele passou a mão no cabelo, rindo cínico.

--Estou tentando ser correto. Vou descobrir de um jeito ou de outro do que falavam.—disse. Pisquei, ficando vermelha e me aproximei dele.

--Você não ousaria!

--Um fio de cabelo, um objeto, e eu saberia.—acrescentou—Ou você pode tornar tudo mais fácil e politicamente correto pra mim.

--Você perdeu a noção!—rosnei, atordoada. Me afastei dele, voltando ao portão.—Perguntei o que eles sabiam sobre você.

--O que você descobriu?

--Nada que eu já não soubesse. Somente um detalhe foi novidade pra mim.—dei de ombros, olhando pra ele.—O que aconteceu com sua mãe?

Tate pela primeira vez perdeu a pose, ficando surpreso, confuso e distante. Por fim, se recompôs me fitando com raiva.

--Ela está morta.—disse.

--Mas... me disseram que ela estava desaparecida.

--Desaparecida causa menos espanto do que a palavra morta, não?—disparou.—Papai sempre foi bom em encobrir seus fracassos.

--O que seu pai tem haver com isso?

--Ele é o motivo.—disse—Quem diria, papai sendo feito de tolo.

--Não estou entendendo Tate.

--Ela o traiu.—revelou. O fitei chocado—Venha, vou lhe mostrar.

O segui até seu quarto. Ele foi até um quadro que havia acima da cama e o retirou, revelando um cofre. Após pegar um pequeno baú, tornou a fechá-lo e pôr o quadro no lugar. Sentou ao meu lado no sofá, e me passou. Lentamente o abri e vi que dentro havia um diário antigo e feminino.

RENASCEROnde histórias criam vida. Descubra agora