Capítulo Sete: Uma Despedida (ÚLTIMO)

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        -Prometes que me vais ligar? - perguntou Cole a Mary na manhã do sexto e último dia.

        -Prometo.

        -E prometes que me vens visitar?

     -Isso já é mais difícil... Não posso meter-me num carro e vir para Nova Iorque quando me apetecer, não é?

    -Nem eu posso ir à tua aldeia. Mas acredita que um dia hei de lá ir. Se houver gente tão descuidada como tu afogar-se nas piscinas, ganho uns trocos para a viagem - ele sorriu.

        Tal como Mary, Cole não achava que o primeiro amor tivesse de acabar assim.

       -Tens mesmo que te ir já embora? - perguntou ele.

        -Sim, tenho.

        -Espera!

      Cole aproximou-se de Mary e deu-lhe um beijo. O primeiro beijo de ambos. Que ia ficar na memória dos dois para sempre. Esta última uma despedida

        -É agora que tenho me ir embora - Mary fez uma curta pausa - Adeus, Cole.

        Cole acompanhou-a até ao carro, ficando a vê-lo até ele finalmente desaparecer. 

        **

        No carro, Mary penosu em tudo o que tinha acontecido nos últimos seis dias, e em como inevitavelmente se transformariam apenas numa doce memória. 

        No entanto, não seriam uma melhor memória do que aquela que continuava a aparecer constantemente. Casa. Mary não era daquelas pessoas que precisavam de sair de casa para saber o quanto a amam. Mary sempre soubera o valor que a sua casa tinha.

        Só conseguia pensar em tudo o que a esperava quando chegasse à sua aldeia. Ver os tratores por todo o lado, pessoas atarefadas com o calor do sol e o muito trabalho. O rio, que quase fica mais quente que o ambiente à volta. O seu quarto, com as janelas abertas, que serviam para a gata Mrs. White entrar. Mrs. White! Ia finalmente voltar a vê-la! Tinha tido tantas saudades de abraçar a gatinha antes de adormecer. E com quem estava a gatinha? Com TAYLOR! Com a sua melhor amiga! Taylor deitada no prado das margaridas, provavelmente com os dois gatos ao pé a apanhar sol.

        Mary estava a perestar atenção à música na rádio, e ao caminho que estavam a seguir, mas nada tinha mais importância do que voltar a casa. De voltar a ser a Mary que conhecia. A Mary que se deitava no chão a apanhar sol, detestava tudo o que tinha a ver com riqueza, não queria saber de rapazes e só queria que o verão não acabasse.

        De voltar a ter os seus olhos verdes a brilhar por cima das sardas, vestir umas jeans velhas e rasgadas e uma t-shirt às bolinhas sem achar que isso parece inadequado. E de sorrir com aquele sorriso aberto, andar aos saltos, dançar com Taylor... tanta coisa!

        ***

        -Mary! Estás de volta! - exclamou Taylor assim que viu o carro estacionar.

        -Ficaste aqui à espera do carro? Nem acredito...

        -Tinha saudades tuas! E a Mrs. White também. Já nem fala comigo, só quer saber de ti!

        Era verdade. Assim que ouviu a gargalhada de Mary, a gatinha branca de Mary saiu da casa de Taylor e atirou-se às pernas da dona, mordiscando-lhe os tornozelos.

        NO dia seguinte, no prado, Taylor mal podia esperar por fazer todas as perguntas possíveis e imaginárias a Mary. Uma delas, a primeira, teve de ser:

        -Então, eu estava certa ou errada, foi assim tão horrível?

        Após soltar uma gargalhada, Mary virou-se para ela:

        -Estavas certa... Até quanto à parte de encontrar o amor... - disse esta última parte muito baixo que o resto da frase.

        -Então, conta lá isso! - pediu Taylor, muito animada - Quem é ele? Como se chama? Tem a nossa idade? É de Nova Iorque?

        -Já vi que não se pode contar nada!

        -Vá lá, quero saber os pormenores todos!

        -E eu vou contar...

        E contou. Passou o resto do dia a contar tudo o que tinha acontecido nos seis dias anteriores, não esquecendo o seu primeiro beijo... E a amiga não a deixou sossegada enquanto não souve tudo sobre ele. Mas Mary não se importou. Taylor era a sua melhor amiga. E ia ser sempre.

                                                        FIM

P.S.: Se quiserem saber o que aconteceu depois, oiçam a música na qual me baseei para escrever a história. Chama-se Mary's Song (Oh My My My) e é da Taylor Swift, do seu primeiro álbum com  o próprio nome dela. É uma música espetacular. 

Summer (Short Story 2014)Onde histórias criam vida. Descubra agora