TRINTA E QUATRO | CONTINUAÇÃO

5.9K 517 38
                                    

Antes que Dominik levante a mão para apertar a campainha. A grande porta dupla de madeira talhada se abre. Revelando um homem rechonchudo, calvo do topo da cabeça, vestido com calças listradas e uma camisa cinza pomposa. Seu corpo ereto, além do necessário.

— Sr. Jones! — O homem saúda — Que bom revê-lo.

Não sei se é alguma etiqueta para os empregados agirem com tanta frieza a uma saudação. Sonia não é assim, embora ela seja muito mais que uma empregada pelos olhos do meu marido.

— Bernard! — Dominik cumprimenta — Percebo que seu humor está em níveis altos hoje.

Bernard dá um pequeno suspiro cansado, imperceptível até.

— Sinto muito, senhor — Ele se afasta da porta. — O senhor sabe que nos finais de semana a casa lota.

— Claro, claro! — Dominik resmunga, em compreensão. — Deixe disto, conheço minha família barulhenta muito bem.

Bernard assente. Dominik entra e eu o acompanho calada, segurando a mão de Cellina.

— Aonde todos estão? — Dominik pergunta, olhando ao redor.

— As mulheres estão na cozinha enlouquecendo Rigan. Seu avô e os homens estão na sala de bilhar. Os adolescestes na piscina ou enfurnados na sala de entretenimento. E as crianças estão no playground com a sra. Laura.

— Obrigado, Bernard. — Dominik lança um olhar para mim. — Quero que conheça a minha esposa. Julianne.

— Muito prazer, sra. Jones.

Aperto sua mão estendida.

— Somente, Anne, por favor. — Peço, gentilmente.

— Ele não vai te chamar pelo seu nome, nem que você o espanque. — diz Dominik, arregalo os olhos surpresa.

— Que horror! — exclamo — Por que eu faria isso?

Dominik revira os olhos.

— O senhor vai ficar aqui ou irá para a casa dos seus pais? — Bernard interrompe, moderadamente.

— Por enquanto ficaremos aqui.

— Neste caso, seu quarto é o de sempre — Bernard informa, olhando na direção das escadas brancas.

— Peça para Hader pegar nossa mala no carro, por favor.

— Instruirei ele, senhor.

Deixo-o conversando com o homem. Cellina está impaciente, choramingando para que eu solte sua mão. Desta forma, pego-a no colo e começo a vasculhar o hall decorado com quadros pitorescos.

— Vamos?

Dominik segue na frente, enquanto continuo observando os detalhes do hall, alcançamos um corredor espaçoso.

— O que houve com a tropa de inconvenientes para estar todos quietos dentro de casa? — interroga Dominik.

A sala de estar não muito vazia, como achei que estaria. Os adolescentes não estão na piscina ou no quarto como Bernard disse. Alguns estão deitados no chão e outros nos sofás, com seus aparelhos celulares na mão, pelo menos o homem acertará em alguma coisa. No total são sete pessoas, três meninas entre treze e dezessete anos e dois meninos também na mesma faixa etária.

Fico um pouco afastada.

As meninas são as primeiras a ver a gente. Elas veem até nós, cada uma gruda em Dominik, o fazendo se desequilibrar. Reparo nos rapazes, cada um com um olhar de admiração e contentamento. Dominik parece uma espécie de estrela ou exemplo para todos.

SENHOR DOMINIKOnde histórias criam vida. Descubra agora