Meus olhos estão vidrados no rosto da minha irmã.
— É verdade, James! — Eliza Grace se pronuncia, balançando a cabeça com veemência. — Ela tem a mancha no bumbum esquerdo. A gente viu quando tivemos que cuidar dela para que você tivesse seu momento com Julianne.
Ainda não consigo compreender o que elas estão falando. Cellina é minha filha? Como isso é possível?
— Eu... — Sinto minhas pernas cambaleantes. Meu coração martelando alucinadamente dentro do meu peito.
Charlotte me observa atentamente, seus olhos azuis semicerrados, avaliando minha reação.
— Você está pálido, Nick? Você está bem? — Vejo ela dar dois passos na minha direção, porém não tenho forças para responder de forma positiva sua preocupação. Apenas procuro algo para me apoiar. Quando dou por mim, percebo que estou encostado na parede. Minhas mãos trabalhando afoitamente nos meus cabelos. Não consigo acreditar.
Cellina...
— Não estou entendendo, James. Como Cellina não é sua filha? Ela tem todos os seus traços, é perfeitamente uma cópia sua, existem algumas peculiaridades de Julianne nela, mas ela é sua miniatura.
— Dominik, você está escutando a gente?
Sim!
A resposta vem à mente, mas não consigo articular a palavra. Sei que estou com meus olhos arregalados. Ela é a minha menina? Posso confiar no que estou escutando? Tudo parece tão desconexo. Em primeiro plano estávamos discutindo sobre a fuga proporcionada pela família de Julianne, agora uma avalanche de informações foi jogada no meu colo e eu não estou sabendo como lidar com os fatos.
Uma lembrança não muito distante preenche minha mente. Nela tenho meus olhos presos em uma menininha delicada, risonha e a única criança que me fez voltar ao passado e relembrar todo o sofrimento que senti ao descobrir sobre a traição dela e sua falta de sensibilidade ao dizer que eu não era pai do bebê que ela estava esperando.
Na imagem, Cellina está sentada no gramado, com seu porco cor de rosa ao seu lado e alguns brinquedos femininos ao seu redor. Consigo lembrar do quão nervoso estava. Minhas mãos suavam, minha boca secava demasiadamente. Eu achei graça do meu nervosismo e o comparei a uma reunião importante cujo a apresentação nunca fiquei arredio, porém não era um contrato de milhões que estava na minha frente. Mas, sim, minha filha, a doce menininha que decidi adotar em primeiro plano para conseguir agilizar a situação ao meu favor, porém tudo foi por água baixo quando tive uma visão dela e compreendi que minha vida giraria ao redor da dela para sempre.
Eu olhei para minha futura esposa do outro lado do jardim acompanhada pela freira, e seu sorriso de encorajamento me fez ter forças para iniciar uma conversa:
* * *
— Posso me juntar a você? — pergunto, tomando cuidado para não pisar no tecido que vi Julianne estender pelo gramado para colocar todos os brinquedos da menina sobre ele.
Cellina desvia o olhar do bule de chá roxo que ela está segurando e me encara. Ela não responde, apenas fica me observando como se estivesse me avaliando. Eu me abaixo e retiro os sapato e a meia, depois fico de cócoras, para nivelar nosso tamanho, mesmo que isso ainda me deixe absurdamente mais alto que ela já que está sentada.
Permaneço do lado de fora do tecido, ela não me convidou para entrar na sua sala de chá.
— Você quer chá? — ela pergunta gentilmente, me estendendo uma xícara com pires roxos. Apressadamente pego os objetos com cuidado.
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SENHOR DOMINIK
ChickLit~~~ CONCLUÍDO ~~~ Livro não indicado para MENORES de 16 anos. Série: Homens Oikoyéveia - Paixão Incerta - livro 1 O novo CEO do Conglomerado OIKOYÉVEIA, tem um grande problema em suas mãos. Dois, se não bastasse. Dominik sempre lutou pelos seus obje...