Capítulo 6 - Acerto de contas

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Colin

Hoje vai ser o primeiro show da banda com a Volúpia. Já ensaiamos algumas vezes mas ela pode errar a qualquer momento. A vibe está uma merda. A Dóris voltou a ignorar a Volúpia e o Adam está agarrado na própria como se ela fosse uma prancha de surfe.
Sinto algo revirar o meu estômago enquanto olho essa cena e não é fome.
Decido dar uma saidinha rápida para beber algo e no caminho encontro uma morena dona olhos verdes que nunca vi na minha vida.

Ela sorri pra mim e caminha na minha direção balançando os quadris de um lado para o outro de forma forçada. Não consigo parar de pensar no quanto ela é forçada, assim como todas as outras mulheres que já fiquei. Todas o mesmo tipo. Mas porque não?

- Oi gato. - Ela me lança um sorriso fraco enquanto passa a mão no meu braço. - Você parece tenso. O que aconteceu?

- Nada que seja da sua conta. - Acabo falando com a voz áspera demais pois a imagem do Adam com a Volúpia não me sai da mente. Porque eles sempre tem que estar grudados?

- Bom. - Ela diz se afastando. - Eu ia te convidar para uma bebida. Mas vejo que não está interessado. - Quando ela ia se virando para sair eu penso melhor e agarro o seu braço a puxando para mim.

- Pensando bem, não parece uma má ideia. - Viro as costas e caminho para o bar. Assim que sento no banco do balcão sinto seu braço esbarrar no meu enquanto se senta. Seu perfume adocicado preenche o local me deixando um tanto enjoado. Agarro seu pulso assim que sua mão desliza por minha coxa e digo com um sorriso:

- Primeiro uma bebida. - Ela sem graça, pede a bebida. Acabo de vez com a minha e peço outra. Assim que olho para o lado encontro Adam se aproximando com Volúpia em seus braços. Sem pensar muito pego a morena e puxo para o meu colo soltando um "Porque não adiantar as coisas, não é mesmo?" Satisfeita com minha ação ela toma a liberdade de passar as mãos pelos meus cabelos e me lança um beijo tímido. Será que fui rudi o suficiente para ela estar tão cautelosa? Agarro a sua cintura para deixa-la mais confiante e mordo os seus lábios com força intensificando mais o nosso beijo. Enquanto isso abro os olhos e vejo Adam nos encarando com uma expressão estranha no rosto. Logo ele um livro aberto, fica fácil saber o que está sentindo, mas agora parece uma mistura de raiva e nojo. Talvez a mistura dos dois.

Afasto a morena e digo que preciso sair. Levanto e caminho em direção ao Adam segurando um sorriso vitorioso. Quando paro em sua frente ele vai embora deixando apenas um "Vamos nos apresentar em 5 minutos" encaro seus ombros até desaparecer na multidão quando a voz descrente da Volúpia me chama a atenção.

- Sério isso? - Ela pergunta com os olhos arregalados.

- O que? - Digo saindo dos meus devaneios.

- Você agindo como um completo babaca. - Antes que eu possa rebater ela sai pisando firme me deixando sozinho entre aquelas pessoas desconhecidas.

••••

- Por que diabos você fez isso? - Digo pela última vez com o pouco de paciência que me resta

Ela ferrou com a porra toda fazendo essa palhaçada no show. Essa implicância dela com a Volúpia já está passando dos limites.

Volúpia estava indo super bem até a Dóris ficar cortando ela com o baixo. Fazendo ela errar e ficarmos em 2° lugar.

- EU NÃO FIZ NADA- ela grita alto.

- JURA? NADA? VOCÊ CORTOU A VOLÚPIA A TODO MOMENTO NO SHOW

- Colin, relaxa. Ficamos em segundo lugar, não é tão ruim assim. - Adam diz tentando me tranquilizar

- O segundo lugar é o lugar dos primeiros perdedores - respondo em tom firme e seco. - Ela estragou tudo por uma implicância idiota. Se não sabe lidar com seus problemas talvez devesse se afastar e aprender a se controlar.

Um silêncio assustador acaba tomando a van. Todos me olham chocados enquanto a Dóris me encara furiosa.

- Ok - sai batendo a porta, Volúpia vai atrás dela me deixando sozinho com o olhar reprovador do Adam.

- Sério isso? - Ele diz se aproximando. - Você diz que a Dóris não sabe lidar com os problemas dela mas parece que não é a única. O que você tem?

Fico parado encarando sua boca se movimentando esperando minha raiva passar. Ele tem razão. Ele tem a maldita razão. Paro para pensar porque estou tão transtornado esses dias. E por mais que eu queira negar, por mais que eu finja não saber. Eu não consigo mais mentir para mim mesmo. Estou com ciúmes. Desde que vi o Owen beijando o Adam eu fico me pegando imaginando como seria seus lábios nos meus. Suas mãos em meu corpo ou sua respiração na minha pele. Depois da breve amostra que tive no banheiro do posto eu pensei que finalmente estaria livre desses sentimentos. Mas aqui estou eu. Vendo o Adam me sacudir sem entender nada e me lançando várias perguntas que não sei responder. Afasto as suas mãos e esfrego o meu rosto. Não consigo. Eu preciso de mais. Empurro Adam que já está perdido e o faço cair na cama. Me junto logo em seguida posicionando minhas pernas entre as suas e segurando seus pulsos só com uma mão. Prendo suas mãos acima da cabeça e me aproximo para sussurrar em seu ouvido.

- Você está tão curioso para saber qual é o meu problema não é mesmo. - Aperto mais o meu corpo no seu fazendo nossos membros se tocarem com mais firmeza. - Pois bem. - Passo minha língua por seu pescoço e logo me lembro que acabamos de sair do show. Não deu nem tempo de tomarmos um banho pois eu estava tão puto com a Doris que simplesmente a arrastei para a van. Mas quer saber? Seu suor não me incomoda. Chupo ele o fazendo soltar um suspiro e volto a atenção para sua orelha para terminar minha cena. - Meu problema é você.

Quando paro para encarar seu rosto não me seguro em vê-lo corado e aproveito sua boca entreaberta para beija-lo. Com a mão livre agarro seus cabelos e me levanto um pouco para esfregar minha coxa em sua virilha. Como seus braços estão presos ele se inclina na minha direção deixando escapar mais gemidos entre os meus lábios. Adam. Vira e mexe eu me pegava o encarando enquanto ele ficava rodeado por outras garotas. Parecia um completo dominador. Mas ver ele assim. De baixo de mim. Ansioso por meu toque e completamente vulnerável me faz se sentir um Deus.

Ele está completamente entregue a minha pessoa. Ele ainda não é meu. Mas eu vou faze-lo.

Passo a minha mão livre por sua barriga descendo em direção a virilha. Já estava quase sentindo seus pelos quando sinto uma vibração.

- Está tão ansioso por mim que está até vibrando? - Não solto ele e coloco a mão no seu bolso para pegar seu celular.

"Owen"

Merda, esse cara de novo, sempre me atrapalhando. Todo o êxtase e a excitação se foram ao ler esse nome.

- Acho melhor você atender. - Me levanto da cama e jogo o celular do lado dele. - Você não vai querer deixar o seu namoradinho com raiva, não é mesmo?

Quando eu abro a porta da van ela se fecha com tudo enquanto sou puxado e dessa vez, sendo eu a vítima jogada contra o colchão.

- Você acha mesmo que eu vou deixar você fazer o que bem entender e a hora que quiser comigo para me abandonar na hora H? - Ele parece estar com raiva. Antes mesmo que eu abra a minha boca seus lábios se chocam contra os meus me roubando um beijo nada carinhoso. - Será que dá para você esquecer o Owen pelo menos uma vez e focar em mim???

Suas pernas estão cada uma de um lado de meu corpo e eu seguro sua cintura para o pressionar com mais força em mim soltando um " como quiser , loiro", porém parece que me deixar comandar não está nos seus planos. Pois ele tira minhas mãos e sussurra no meu ouvido:

- Você já comandou de mais, agora tá na minha vez - Suspiro sentindo a textura da sua língua com a minha.

Seu gosto, seu perfume, seu suor, a temperatura do seu corpo... tudo me acerta de uma vez como uma bomba, e agora, estou intoxicado por ela.

Adam retira a minha blusa e beija meu pescoço. Viro a cabeça para o lado me apoiando pelos cotovelos na cama enquanto ele vai descendo cada vez mais com sua boca. Ele me lá aperta e acabo soltando um gemido alto. Coloco minha mão em seus cabelos, mas ela acaba deslizando por ele, pois, Adam sai de cima de mim, e com um sorriso vitorioso ele fala:

- Da próxima vez, pense duas vezes antes de beijar outra mulher só para me provocar okay? - ainda incrédulo o vejo sair da van me deixando completamente atordoado. Filho da mãe.

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