Capítulo 20 - Quero matar essa vadia

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Volúpia

A mulher platinada simplesmente me jogou amarrada nesse quarto escuro e me deixou sem dizer nada.

Regra n 1
Nunca transe com pessoas que você acabou de conhecer no bar. Talvez ela seja uma assaltante e te leve como refém no futuro.

Regra n 2
Não coma uma caixa de chocolate sozinha e de uma vez. Puta merda quero cagar. E não é de medo.

- Ora ora cadelinha, acorde. - abro os olhos com dificuldade. Minha visão está completamente embasada e a única coisa que consigo ver é o corpo alto e esbelto de alguém iluminado apenas pela luz que passa pela porta agora aberta. Me apoio pelo cotovelo e passo a mão na minha testa. Toco algo viscoso com cheiro de... ferrugem. - Há! Foi mal por isso. - ela se ajoelha na minha frente e inclina a cabeça como se estivesse olhando um bixinho na vitrine.

- Hump. "Foi mal"? - Digo irritada soltando um estalo com a língua assim que a dor piora. - Você sempre diz isso com as pessoas em que dá uma coronhada?

Ela solta uma gargalhada e belisca a minha bochecha fazendo um biquinho.

Cuspo na cara dela e a mando se foder.

É o que eu teria feito se ela não estivesse com uma arma na mão.

- Claro que não! Só com as pessoas com quem já transei.

Sinceramente. Tudo nela me tira do sério!

Olha esse peito desproporcional.

E essa voz estridente de babuíno maconheiro?!

Já falei da cintura dela que é tão fina que eu aposto que ela tirou uma costela só pra ela ficar assim? Se não falei, falo agora e ainda complemento com seu cabelo platinado super ressecado.

Mas é claro que as meras palavras nada carinhosas que citei acima são mentira cabeludas. Ela continua tão gostosa quanto antes! Mas eu preciso inventar algo para descontar minha frustação.

-POR QUE ME TROUXE PRA CÁ? NÃO PODIA SIMPLESMENTE ME DEIXAR LÁ? - Assim que termino sinto uma dor na minha bochecha e o mundo parece girar por segundos.

- Não aumente a voz para mim, ou você vai desejar nunca ter me conhecido.

- ah, eu já desejo isso. Vadia prateada, desgraçada.. - paro de murmurar xingamentos quando a risada rítmica dela chega aos meus ouvidos.

- Você nunca me decepciona mesmo - ela segura meu rosto fortemente com uma mão - mas se você preza pela sua língua, acho melhor mantê-la na sua boca. -- ela joga meu rosto pro lado me fazendo desequilibrar e um eco surge no quarto quando minha cabeça bate com força total no chão.

Onde eu estou? Marte? Terra? Não, acho que é o inferno mesmo, mas por um segundo reconsidero o céu quando um anjo ruivo aparece com um sorriso debochado no quarto repleto de escuridão.

Eles parecem discutir sobre algo, porém o anjo ruivo aparece achar graça de tudo, pois está claramente debochando. A gota d'água para a prateada foi quando ele olha pra mim como um lobo faminto e lambe os lábios como se estivesse vendo sua próxima vítima. A prateada pega a arma e grita palavras que não passam de sumbidos para mim. Ele vai embora mas não antes de me conferir uma última vez. Já vai tarde bom pastor, ou deveria dizer, lobo mau?

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