Capítulo 21 - Morte a autora

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Volúpia

Acordo com as minhas mãos sendo amarradas para trás. Com menos energia que antes, abro os olhos e vejo o cara de cabelos ruivos me encarando com um sorriso sinistro no rosto

- Mas... oque... - ele coloca uma mão em meu rosto e desce até o meu seio.

- Você não acha injusto a chefe ser a única poder se aproveitar desse paraíso. -Sussurra em meu ouvido me dando uma mordida. Solto um grunhido e tento me afastar mas ele me puxa pelo cabelo e tampa a minha boca com uma mão. - Xuu. Ainda vou fazer o favor de te mostrar oque é ser fodida de verdade.

Fecho os olhos sinto uma enorme dor quando minhas costas batem violentamente no chão. O ruivo senta na minha cintura e tampa a minha boca com uma fita. Mesmo sabendo que não tenho chances eu continuo me debatendo. Tento chuta-lo quando ele puxa a minha calça e calcinha e o acerto em cheio no rosto. Acho que isso nem fez cócegas pois a única coisa que ele faz e me encarar sorrindo.

Nunca esquecerei desse sorriso.

- Fica quieta vadia. Já tive paciência de mais com você. - Ele me deu um soco quando continuei me debatendo.

- Isso vai ser divertido, gatinha selvagem.

Começo a chorar quando ele abre o cinto e abaixa as calças.

Fecho as minhas pernas com força mas ele as abre e me penetra de uma só vez.

Solto um gemido de dor entre os meus soluços pois como eu não estava exitada isso doeu pra caralho.

Me sinto como uma borracha seca e velha sendo esticada cada vez mais. Ele agarra a minha cintura e começa a me puxar para ele enquato me estoca.

Sinto como se minha alma estivesse quebrando enquanto ele me penetrava e no momento seguinte, eu não estava mais gritando e me debatendo... eu estava desistindo. O que era esse sentimento de nojo e medo? O que era esse desejo de morrer?

Suja.
Eu me sinto tão suja, nojenta, imunda.
Quero vomitar tudo oque já não tenho em meu estômago. Fecho os olhos torcendo para que isso acabe logo.

Momentos bons passavam pela minha cabeça, mas a vergonha me fazia parar de pensar neles... nela. Pela primeira vez, eu pedi... pedi para Deus que ele acabasse rápido, que parasse de penetrar meu corpo e me bater, para que ele parasse de acabar com todos os meus sentimentos bons. Eu pedi com todas as minhas forças, mas ele não me atendeu... isso durou por tanto tempo que eu já não sabia mais se estava acordada ou presa em um pesadelo.

No momento, não há diferença entre eles.

- Uma bela e deliciosa vadia. - Diz saindo de dentro de mim e abotoando suas calças rapidamente após escutar passos no lado de fora. Tenho a impressão de que se não fosse por isso ele não teria parado por aqui. - Espere pela próxima que será melhor ainda.

Ele olhou pro meu corpo ensanguentado e desprovido de quaisquer sentimentos bons e sorriu. Ele sorriu e saiu. Naquele momento lágrimas saíram, um grito profundo saiu da minha garganta, tão alto que minha cabeça até tremeu, mas não me importei.

Depois de tanta dor eu só queria ser feliz, e no auge da minha felicidade eu me sinto mais quebrada do que nunca, de um jeito que eu nunca achei possível antes.

Eu não nasci para ser feliz. Essa vida serve apenas para pagar os pecados cometidos em um uma outra vida, e nessa vida passada eu devi ter chutado o cachorro de Jesus.

Encosto minha bochecha no chão gelado e choro até não poder mais.

Me encolhi tanto que minha intimidade latejou implorando por cuidado.

Já sentiu como se sua alma estivesse saindo do seu corpo? E você foi deixada na escuridão? Eu estou sentindo isso. Estou no canto mais deplorável da escuridão, a que está repleta de ódio e desejo de vingança.

Depois de um tempo a porta é aberta novamente, me arrasto com medo até a parede. Tudo parou e meu corpo tremeu de medo, mas lá não apareceu o ruivo, e sim a prateada

- Mas que diabos! - Diz a mulher platinada com raiva ao me ver apenas com a blusa.
Ela se aproxima de mim rapidamente e me desamarra. - Quem fez isso com você?! - pergunta com a voz mais ríspida que a palavra "ríspida''

- O ruivo.- Sussurro depois de tirar a fita do meu rosto.

- Desgraçado. - Ela faz uma careta nada adorável e sai tão rápido quanto o demônio da tasmania. Coloco oque sobrou da minha roupa e abraço os meus joelhos encostada no canto da parede. Ainda não consigo acreditar no que está a acontecendo.

Não muito depois ela entra no quarto e me pede para segui-la.

- Me mate - susurro olhando para o chão - Eu quero morrer

Quando me vê relutante, caminha até a mim e me puxa pelo braço a levando com si. No final seus olhos azuis cristalinos me olharam e eu vi.

Eu vi simpatia.

Caminhamos pelo corredor imundo e com pouca iluminação até outro quarto.
Quando entro, vejo um grupo de caras mal encarados rodeando alguém que está acorrentado que nem Jesus Cristo.

- Jesus Cristo. - Digo sem pensar. A mulher platinada me encara e continua me puxando até ele. Quando sou colocada na sua frente, vejo que não se trata de qualquer pessoa, é o ruivo, o ruivo que me estrupou... Tento dar um passo para traz mas ela aperta os meus ombros e chega mais perto encostando seus seios nas minhas costas.

- Agora ele é todo seu. - Diz no meu ouvido quando um cara se aproxima de nós com uma mesinha de rodas cheia de objetos com aparências nada legais.

- Eu não posso. - Susurro com a voz falhando.

- Não me decepcione cadelinha. - Sem se afastar ela pega um ferro e o coloca na minha mão. - Lembre-se - Diz com uma voz tranquila enquanto sua mão ,junto a minha, guia o ferro para um recipiente com fogo dentro - que eu odeio pessoas fracas. - agora ela tira o ferro já quente e aponta para o peito dele - E se você não fizer com ele, eu vou fazer com você. Então é melhor escolher logo.

Tento afastar a minha mão mas ela me aperta e toca o peito dele com o ferro.

- ARRRTRTRRRRRR!!!!! - Grita enquanto ela move o ferro quente por sua pele.

- Está sentindo querida? O poder? A dominação? O prazer!? Ele te feriu, e agora você vai escolher o destino dele - Ela aperta o meu queixo com a outra mão e pede para que eu abra os olhos. Nem lembro de os ter fechado. Ela começa a subir o ferro em direção ao pescoço e eu fico com agonia de ver aquela pele fina se abrir. Tento puxar a mão novamente mas ao invés de me parar ela crava ele no meio do pescoço dele.
Um grito longo e agudo escapa da minha boca enquanto o sangue jorra e me suja inteira. Ele contorse e solta barulhos estranhos até seu corpo ficar imovel e seu rosto tombar para o lado com os olhos ainda abertos.

Porém.

Vazios.

Ele estava morto. Eu o matei.

Ela solta os meus braços e eu desabo no chão.

Olho para as minhas mãos sujas de sangue. Que diabos!

Me afastei do seu corpo e olhei pra prateada.

- Venha vamos tomar banho - ela me estendeu a mão.

Eu entendi, naquele momento que ela me deu a chance de escolher entre ir ou ficar com ela.

Peguei sua mão fria me deixando-me ser guiada fora daquele lugar.

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