Capítulo 28 - A vadia voltou

210 15 13
                                    

Dóris

Entro na starlitte de cara emburrada. Esses idiotas! Eu deveria estar em casa, só de meias e calcinha coçando a minha bunda enquanto revejo Friend, mas NÃO. Me deixei ser manipulada e agora aqui estou, em uma comemoração de um grande NADA. Tudo para eles é motivo de festança e bebidas. Chega a ser incrível! Trinco os dentes com raiva quando esbarram em mim e sigo para o bar, porém, congelo no meio do salão de danças quando vejo ela, escorada no balcão, engolida pelas sombras sendo levemente iluminada pelas luzes coloridas que disparam por todo a boate. Volúpia inclina a cabeça e aperta suas coxas levantando um tanto o tecido fino e vermelho de seu vestido. Observo ela balançando a azeitona em seu Martini e então, separando os seus lábios vermelhos para come-la. Ela se levanta e caminha até a pista de dança. Percebi duas coisas com isso:

1- Ela não parecia a menina desengonçada, ela dançava, como uma profissional.

2- puta merda, estou congelada.. e excitada. CONGELADA E EXCITADA VENDO A MULHER QUE EU AMO ME SEDUZIR.

Movimentos lentos, quentes e sensuais. Suas pernas acompanhavam com perfeição sua bunda que ora subia ora descia e dava reboladas que me faziam alucinar com imagens sexuais. Ela se inclina e pega uma bebida quando o garçom passa e sem parar de dançar, bebe toda a bebida e da uma lambida nos lábios.. estou no céu ou no inferno? me sinto quente como o inferno, mas no inferno não teria uma perfeição como a Volúpia.

Consigo me descongelar e a andar para o meu pecado, a minha tempestade, a minha destruição e ao mesmo tempo, minha esperança, gloria e salvação.

Como algo tão desastroso pode me fazer tão bom? Chega a parecer um avião que me leva as alturas e despenca em um segundo acabando com a minha vida.

Sem falar nada, a bejo e pego a azeitona que ela tinha guardada na boca. Ela odeia, eu amo.

- Onde você esteve esse tempo todo?

- Vamos dizer que em um retiro. - Ela me olha bem no fundo dos meus olhos acariciando minha bochecha. Me arrepio por conta da nostalgia que me invade. - Precisava me limpar.

- Limpar de quê?

- Não vamos falar sobre isso agora. E olha... - Ela se afasta meio sem graça colocando o cabelo para trás da orelha. Está nervosa. - Eu sei que já cheguei do nada, flertando com você e tudo mais... só que... Eu vou entender se você tiver encontrado alguém nesse tempo que não estive... Tipo... sério - ela coçou o nariz e olhou para o espaço do lado do meu rosto. Sempre faz isso, olha para o vazio e tenta acabar com uma coceira inexistente, quando está mentindo.

- Já faz quase 3 anos. - Susurro a olhando com desconfiança. Ainda não consigo acreditar que ela está de volta.

- Eu sei. Não podia te encontrar no estado que eu estava. Eu não era digna.

- Pelo amor de Deus! Digna de que??? - Olho para o bar e vejo o pessoal nos encarando.

- Eles me ajudaram. Queria fazer uma surpresa. - diz seguindo o meu olhar.

- Parabéns. Você conseguiu. - Falo sarcástica. Eu estou muito feliz por ter ela de volta mas não consigo entender porque demorou todo esse tempo. - Sabe, aquela mulher me mandou uma mensagem quando te libertou. Achei que tudo tinha acabado e que você ia voltar... Mas você nunca voltou.

Volúpia

Meu coração é praticamente esmagado quando vejo lágrimas brotarem de seus olhos.

- Vamos para um lugar mais tranqüilo. Precisamos disso.

- Okay.

A chamei para conversar mas já faz alguns minutos que estamos presas dentro do carro sem falar nada enquanto dirijo sem rumo.

Is it Love? Dóris  Onde histórias criam vida. Descubra agora