Capítulo 4

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|| SAMUCA ||

Que loucura! Ela me colocou para fora apenas de cuecas. Jogou todas as minhas roupas. Meu Deus! Se não tivéssemos feito amor como nunca fizemos antes, eu estaria louco de preocupação por estar tentando vestir a calça nesse exato momento, com gente entrando e saindo desse cortiço. Estou escondido atras de um coqueiro, espero que não me vejam.

Consigo subir a calça e abotoar os botões da camisa. Passo as mãos pelo cabelo, devem estar totalmente armados. Ah...sorrio pensando na minha namorada. Na loucura que acabamos de fazer. Miss Celine por pouco nos pega, caso ela tivesse com a chave. Imagine só? Eu em cima da Marocas? Ela morreria de vergonha. "Senhor Samuel, o senhor está sem roupas, igual como veio ao mundo." Penso em como ela ficaria doida de vergonha. Fico sorrindo sozinho, olhando para a janela dela.

--- Samuca? O que você tá fazendo aí? Estou te procurando há tempos. - me viro e dou de cara com a Walesca, com as mãos na cintura querendo uma explicação.

--- Wal? Eu...vim procurar a Marocas, precisava falar sobre a Miudeza, mas parece que ela não está em casa. - Me faço de desentendido e saio de trás do coqueiro.

--- Hum. E achou ela aí de trás? Pelo o que eu sei a porta é ali. - ela aponta para a porta do cortiço, como se fosse óbvio.

--- Não. Eu fui lá, mas aí vim gritar pela janela. Besteira a minha, poderia ter ligado. - respondo e ela me encara de uma forma estranha - Vamos? - eu a convido para sair dali.

Ela ainda me olha desconfiada, mas me segue até o carro. Ela começa a dirigir em direção a minha casa. Eu quero ficar sozinho, quero ligar para a Marocas e marcar algo para mais tarde, só nós dois.

Ela para de frente ao meu prédio e faz menção para descer também.

--- Wal, eu quero ficar sozinho. Nem de casa vou sair mais hoje. Vou até ligar para o Elmo não vir de surpresa. Quero só relaxar o fim do dia todo. Tudo bem? - eu digo a impedindo de descer do carro.

--- Está tudo bem, Samuca? Você está diferente. - ela me pergunta não entendendo nada da minha reação.

--- Sim, só quero mesmo ficar sozinho. Não se preocupe, estou bem! Obrigada por me trazer. - desço do carro e aceno de longe, não dando mais chances dela falar algo. Ultimamente ela me olha de um jeito estranho, e eu jamais quero causar ou nutrir nenhuma esperança de nada. Eu amo a Marocas, e tenho certeza que se ela percebesse algo também, era capaz de me atirar porta a fora, e dessa vez sem até cueca.

Fico pensando no que fazer hoje com ela, e acho que ela merece um pedido de namoro com estilo, com direito a tudo que ela lê nesses romances de época. Ligo para uma floricultura e peço para entregarem vários arranjos de flores, e algumas pétalas vermelhas.

Desço no shopping do lado do meu prédio, entro na primeira joalheria que vejo e compro um colar com o simbolo do infinito, para provar que estamos conectados há séculos, e que nada pode nos separar. Ela é o amor da minha vida, e eu não vou deixar que nada mais nos separe.

Volto para o apartamento, e logo a mulher da floricultura toca o interfone. As flores chegaram. Agora é só arrumar tudo, e mandar mensagem para ela.

Arrumo as flores por toda a sala, e faço um desenho com as pétalas, acho que ela vai gostar. Tomara que não seja brega o suficiente para que ela ache vergonhoso. Eu não tenho modos ou maneiras de amar, me dou por completo e exagero nos mimos.

Pego o celular e abro em sua conversa, que saudades que eu estava de ficar trocando mensagens por aqui.

"Te espero aqui em casa mais tarde ... Não aceito um não como resposta. Tenho uma surpresa! Do seu namorado, Samuca."

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