Capítulo 16

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II SAMUCA II

Voltar para a cidade é um pouco triste, pois deixamos um pouquinho do nosso mundo na fazenda. Conhecer a Marocas do século passado foi incrível, e me pergunto porquê não tive essa ideia antes. É tão óbvio que o lugar que ela iria mais gostar seria lá. O contato com a natureza, com os bichos, o ar fresco, e até a comida caseira a faziam sentir saudades. Como ela mesmo disse, até o pão da cidade grande tem gosto diferente, falta o gostinho da fumaça do fogão à lenha, e realmente isso é verdade.

Eu nunca pensei que fosse vê-la de calça, não tão cedo. Realçou tanto suas curvas que eu não pude deixar de ficar zonzo, ela é a mulher mais bela e encantadora que existe.

--- O que tanto pensas? - ela põe a mão em minha coxa, chamando minha atenção. Já estamos chegando em São Paulo.

--- No nosso dia, foi tão mágico. Não queria voltar! - digo triste.

--- Foi realmente mágico. Mas não podíamos ficar lá, temos nosso trabalho aqui para dar sequencia e toda nossa família. Mas que foram horas mágicas, isso foi ... - ela diz sorrindo torto.

Estaciono na garagem do meu prédio e Marocas salta do carro, já pegando sua mochila. Essa aqui nem deixa eu tentar ser cavalheiro, é toda dona de si, capitã de sua alma.

--- Eu preciso ir para a minha casa, minha mãe há de estar preocupada comigo. - ela diz um pouco tensa, e realmente Dona Augustina fica marcando em cima.

--- Me espera só tomar um banho que eu te deixo lá? - pergunto já entrando no elevador com ela.

--- Decerto que sim. - ela sorri.

Deixo as coisas em cima de minha cama e sigo para o banheiro. Marocas fica fazendo algo na cozinha. Ponho "Naked" para tocar e fico escutando enquanto tomo banho. Estou lavando os cabelos, com os olhos fechados, quando sinto um par de mãos espalmar o meu peitoral.

--- Marocas ... - sorrio ainda sem abrir os olhos.

--- Não aguentei deixa-lo tomar banho sozinho. Lembrei que eu também deveria tomar um ... - ela diz com uma voz séria.

--- Ah lembrou? - me viro, ficando frente a frente com a mulher da minha vida. Beijo Marocas com todo amor que tenho. A encosto na parede e ela encaixa suas coxas sobre o meu quadril.

--- Eu quero você em mim. - basta essa fala dela para eu preenche-la. Marocas vem se soltando muito aos poucos, mas no fundo eu acho que independente dos séculos, todas as mulheres nasceram empoderadas e donas de si.

Beijo seu pescoço, e ela como de costume geme em meu ouvido. Isso é musica para o meu coração. Aumento o ritmo e ela se gruda mais em mim, é mesmo o encaixe perfeito. Não sei como vivi antes sem ela, sem seu beijo, seu sabor, seu cheiro, e o seu toque ...

Tomamos um banho depois, agora um banho de verdade.

--- Esses momentos são sempre ... mágicos! - ela diz corando enquanto seca os seus cabelos.

--- Isso é fruto do nosso amor, e ele é mágico!

Procuro uma calça para vestir e me lembro que não usei camisinha mais uma vez. Ela ultimamente sempre toma o remédio, mas eu estou desleixando muito. É que com a gente é tão intenso e rápido que eu me perco.

--- Você está tomando o remédio, não é? - pergunto por precaução.

--- De certo que sim ... - ela faz uma pausa - Oras! Acabou ante ontem e tenho que esperar descer. Ai meu Deus! - ela arregala os olhos.

--- Eita!!!! Calma. Não vai acontecer de uma vez assim, eu espero ... mas caso aconteça, só adiantaria as coisas, e eu não ligo de ser pai logo! - sorrio.

--- SAMUEL! - ela diz.

II MAROCAS II

Samuel me deixou aqui em casa e seguiu para a SamVitta. Não consigo parar de pensar se carregarei uma criança em meu ventre por conta de nossa irresponsabilidade. Eu sonho em ser mãe, mas não tão rápido assim. Sem casamento ainda. Minha mãe está em seus aposentos e eu não quis incomoda-la. Deito em minha cama e pego um livro para ler. Em questão de segundos acabo pegando no sono aqui mesmo.

--- Maria Marcolina, posso saber onde a senhorita passou a última noite? É uma moça de família, há de honrar com teus ensinamentos e se respeitar no aconchego do seu lar. - Minha mãe me acorda um tanto furiosa.

--- Minha mãe, isso são modos de me acordar ... oras! - passo a mão no rosto. - Mamã, precisamos conversar! Sente-se aqui ...

Ela não se senta, enfurece mais o semblante.

--- Mamã... eu e o senhor Samuel nos amamos! - eu lhe digo.

--- Sim, de certo que sim! Por isso fizeram todo aquele teatro no meio da rua. Ousaram demais. - ela diz.

--- Sim, mas ... nós já nos amamos, minha mãe! - eu lhe digo de uma forma mais rápida, o quanto antes melhor.

--- O QUÊ? Maria Marcolina, está querendo me dizer que foi desposada antes do casamento? Oh céus ... - ela põe a mão na testa como se fosse desmaiar, mas eu já lhe conheço.

--- Mamã, os tempos são outros! Eu e o Samuca nos amamos, temos certeza do nosso casamento e foi um momento muito especial. - eu só queria que ela conseguisse entender, gostaria de partilhar deste momento meu com minha mãe.

--- Pois agora não há mais de haver casamento! Você irá para um convento! - ela sai pisando fundo, me deixando sem chão.

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