Sherlock - Parte 5

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Niall P. O. V

"Amor...", Ed me chamou enquanto limpávamos o restaurante.
"Oi.", Respondi distraído.
"Eu tava pensando... Vamos transar na sua varanda um dia desses?", perguntou como quem fala do tempo.

Engasguei.

"O quê?", perguntei absorto.
"Não sei. De repente passou isso pela minha cabeça. Seria legal, né?", perguntou.
"Você tem algum desejo que não envolva sexo?", perguntei.
"Oral conta como sexo?", perguntou.
"Óbvio.", disse.
"Handjob?", tentou.
"Conta.", falei.
"Uns amassos?", tentou novamente.
"Os seus contam.", disse.
"Então não.", deu de ombros.

Revirei os olhos.

"Mais algum desejo que você queira dividir?", perguntei.
"A gente podia acampar numa praia.", falou.
"Só isso??? Não tem nada a ver com sexo?? Tô surpreso!", berrei.
"Na verdade não. Eu ia dizer que a gente poderia transar na barraca.", falou.

Suspirei.

"Eu já fiz isso. Vocês deveriam experimentar.", ouvi a voz de Louis.
"LOUIS!!", me assustei.

Ele riu alto. Comecei a sentir minhas bochechas esquentando.

"Você já transou numa barraca? Na praia?", Ed andou em direção ao garoto.

Louis sorriu constrangido. Suas bochechas ganhando cor.

"Entrou com areia?", perguntou.

Louis fez uma expressão confusa.

"O quê?", perguntou.

Corri antes que Ed respondesse e puxei Louis para sentarmos.

"Oi, Lou. Não dá atenção ao Ed, ele está brincando.", falei.
"Não tô não.", disse.
"Tá tudo bem, Niall. Essas coisas são comuns, não precisa se envergonhar.", Louis disse.
"Eu sei o que é transar, Louis!", exclamei.
"E eu tô quase esquecendo.", Edward disse.
"Nós transamos hoje pela manhã, Ed!", me irritei.
"Me sinto insatisfeito. O seu rendimento deve estar caindo.", deu de ombros. Louis berrou de tanto rir.

Senti meu sangue correr depressa.

Andei até o garoto, empurrando-o contra o balcão.

"Quando chegarmos em casa eu te mostrarei o meu rendimento.", sibilei.
"Mal posso esperar, Loiro.", Sussurrou

Louis tossiu para nos lembrar que ainda estava ali. Recuei.

"Você vai me dar cobertura enquanto converso com Louis.", disse.
"Queria mesmo era te dar outra coisa.", falou de forma sugestiva enquanto me afastava.

Fingi que não escutei.

"Então... Vocês estão juntos? Sério?", Louis perguntou.
"Yeah.", respondi sorrindo leve.
"Que bom. Fico muito feliz por isso.", falou.
"Ele é exatamente como você disse que seria. Completamente imperfeito pra mim.", falei.

Ficamos em silêncio enquanto eu levava Louis para a pequena sala de funcionários.

"E então...", disse.
"Então...", falou.

Voltamos a nos silenciar.

"Digamos que você esteja certo...", começou.
"Eu estou.", interrompi.
"Digamos que seja verdade. Que o Harry é inocente e que o Noah armou tudo...", falou.
"E que ele não traiu você com aquele idiota também.", falei.
"É... Isso também.", falou.
"O que tem?", perguntei.

Ele pensou por um tempo.

"Você acha que o Harry me perdoaria?", me perguntou com os olhos cheios de lágrimas.

Quis abraçar Louis. Quis consolar ele e lhe dizer que todos nós cometemos erros. Mas não.

Não ainda.

Ele precisa descobrir a verdade para entender que não podemos confiar em todo mundo. Por que nem todo mundo tem o coração tão bom quanto o dele.
Ele precisa aprender a lidar com o arrependimento e fazer o que é certo. Por isso, apenas disse:

"Eu não sei."

E foi assim que Louis começou a chorar como uma criancinha enquanto eu estava desesperado por nunca ter visto Louis tão destruído.

"Lou...", tentei chamar.
"Eu não consigo mais Niall... É muito complicado. Eu acordo e a primeira coisa que passa na minha cabeça é a voz daquele idiota. Eu não consigo mais trabalhar em paz porque eu ainda espero que ele me traga seus beijos e café quente. Eu não consigo entrar na sala do Des porque eu lembro dele. Eu não consigo mais comer direito, nem sair de casa como antes, nem visitar as crianças do orfanato, nem conversar com minha mãe...", falou rapidamente.

Suspirou.

"Parece que tudo o que eu faço lembra ele.", falou.
"Ele precisa de você também, sabe. Deve ser difícil passar por isso tudo sem a pessoa mais importante para ele.", disse-lhe.
"Eu estou me sentindo mal.", falou.
"Por que?", perguntei.
"Eu quero acreditar no Noah, mas eu amo demais o Harry.", falou.
"O que você está esperando, Louis?", perguntei.
"Como assim?", falou.
"A resposta está tão próxima de você... São apenas 5 quadras até lá.", falei.

Ele ficou em silêncio.

"Você só precisa fazer. E pronto.", falei.
"Eu... Eu não sei se consigo fazer isso. Eu geralmente sou só eu. Eu não consigo ser... Sabe?", falou.
"Você consegue. Eu acredito em você.", falei. "Você só precisa fazer."

Ele assentiu.

"Eu vou fazer.", corrigiu a postura.

Permaneci em silêncio enquanto agradeci a Deus.

"Eu vou fazer agora!", falou.
"É assim que se fala.", falei.
"Eu vou fazer. E volto aqui assim que estiver concluído.", falou saindo da salinha.

O acompanhei enquanto ele respirava fundo e tentava se acalmar vagarosamente.

"Você já vai?", Ed perguntou.
"Vou.", Louis disse firme.
"Que pena. Nós temos que conversar depois, eu tenho muitas perguntas a fazer sobre a barraca.", falou.
"Deixa o Louis em paz, Ed.", pedi.

Levei Louis até a porta principal e o abracei forte. Ele respirou fundo enquanto enterrava seu rosto em meu pescoço.

"Eu sinto tanto a sua falta.", falou.
"Eu preciso de um pouco de espaço ainda. Até que tudo esteja completamente bem.", falei.
"Eu entendo.", se afastou.
"Vai ficar tudo bem.", garanti.
"Eu sei.", ele disse.

Admirei o garoto cego em minha frente enquanto ele assobiava para Luna, a enorme labrador sentada confortavelmente na entrada do Restaurante. Sorri ao notar o tamanho dela, está simplesmente gigante. Louis a abraçou e se despediu de mim com um rápido beijo na bochecha.

E lá se foram os dois.

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Olá, queridinhos do Daddy

Tudo bem com vocês?
Trouxe mais um capítulo do nosso incrível Sherlock.

Espero que gostem.

Amo você e até o próximo,

Lui 😊

See The Sea • L.S (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora