Sherlock - Parte 3

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Louis P.O.V

Você não vai surtar.
Você não vai fraquejar.
Você não vai sucumbir.
Você não vai deixar isso acabar com você.

Acordei uma hora antes do previsto. E nunca me senti tão triste em ter acordado.

Não quero levantar.
Não quero me mover.
Não quero acordar.

Eu realmente não quero acordar.

Tarde demais.

"Bom dia, Louis.", minha mãe entrou.
"Bom dia.", continuei na cama.

Ouço os barulhos das cortinas serem abertas.

"Não vai levantar?", perguntou.

Não respondi.

Sentei na cama. Respirei fundo.

Tateei a cama em busca do meu celular. Encontrei.

Respirei fundo.

"Ligar para Des.", pedi no comando de voz.

Deitei novamente enquanto o celular emitia o enjoado som de chamada. Não gosto de falar no telefone.

"Louis?", atendeu.
"Olá, Des... Bom dia.", falei.
"Bom dia, meu garoto. Tudo bem?", perguntou preocupado.
"Bom dia. Eu estou ok.", falei.
"Que bom.", pediu.
"Eu posso ficar em casa? Apenas hoje?", pedi rapidamente, pois senti que ia começar a chorar.

Silêncio do outro lado da linha.

"Lou...", começou. Interrompi.
"Por favor, não.", pedi.

Ele suspirou.

"Tudo bem, Louis. Você nem precisava me ligar para pedir isso. Descanse e aproveite esse tempo para colocar sua cabeça em ordem. Pode contar comigo, você sabe.", falou.
"Obrigado.", pedi.

Desliguei.

"Filho. Tá tudo bem?", perguntou.
"Eu tô me sentindo péssimo. Eu preferia não ter acordado. Eu não quero sair de casa. Não quero ver ninguém. Quer dizer... Eu nem vejo ninguém mesmo. Eu só quero chorar.", falei.
"Pode chorar, meu amor.", me abraçou.
"Eu não consigo.", falei. "Eu me sinto um idiota.", conclui.

Minha mãe sentou em minha frente.

"Louis. Uma hora você precisa encarar isso.", falou.
"Isso tudo é minha culpa.", falei.
"Louis, olha o que você está falando...", disse.
"Se eu não tivesse deixado isso ir tão longe nada disso teria acontecido.", falou.
"Isso é ridículo. Louis, para de se culpar. Você está sendo infantil. Está dizendo que não deveria ter se aberto a um relacionamento tão lindo? Você é meu filho, mas às vezes acho que você tem algum tipo de problema nessa cabeça. Você não pode ver como o Harry te olha, como ele se preocupa com você, como ele mudou por você e com você.", disse.
"Eu não quero falar sobre isso.", falei.
"Você está fazendo uma grande burrice. Mas essa é a sua vida. E você não é mais uma criança. Se quiser conversar, sabe onde me encontrar.", disse.

Saiu.

Coloquei o travesseiro sobre o meu rosto e o apertei com força.

"Idiota, idiota, idiota.", disse pra mim mesmo.

*Flashback on*

"Noah, o que há? Me conta.", pedi.
"Eu preciso te contar. O Harry... Ele dava em cima de mim quando você não estava perto.", falou.
"O quê?", perguntei.
"Eu não queria, Lou, eu juro. Mas ele ficava me agarrando e tentando abusar de mim, até que eu o ameacei a contar para o Des e ele me deixou em paz. Mas um vez, ele... Ele, meu Deus.", voltou a chorar.
"Me desculpa não ter contado antes, mas você estava tão feliz com ele que eu..."

See The Sea • L.S (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora