Ceguinho - Louis

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**Olha só quem já voltou! Não demorei tanto. Ou demorei?**

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Louis P.O.V

"Essa transferência já foi feita. Naturalmente... Eu aviso que a Senhora ligou. Oh Obrigado.", encerrei mais uma ligação, dessa vez com a Sra. Adelaide, uma das mais importantes clientes do Senhor Des.

Senti o ar mudar e um cheiro bom de vinho invadir minhas narinas, seria um cheiro qualquer, se não tivesse um pouco de essência doce de morango no ar. Me causando uma sensação boa e nostálgica.

"Está 25 minutos atrasado. Eu sou cego, não idiota, sei exatamente onde está.", falei calmamente, sem nem olhar em sua direção.
"A culpa não é minha, tive que vim de ônibus, ceguinho.", ele disse no mesmo tom grosseiro.
"Eu sei.", falei normalmente, terminando de digitar.

Ele acha que vai me atingir assim? Ceguinho... Quão infantil?

"Como você sabe? É vidente?", perguntou, sorri.
"Eu pedi a Des para que você viesse de uma forma menos cômoda. E devo avisar que a cada atraso a sua renda diminui.", falei tentando reprimir um sorriso.
"UKE??", perguntou alto, me causando uma pequena pontada no ouvido.
"Eu sou deficiente visual, não auditivo.", falei. "Não precisa ficar gritando."
"Você não tem direito de me dizer como eu devo ou não me locomover.", falou. Sorri.
"Eu não o obriguei a vim de ônibus, eu apenas sugeri ao seu pai que talvez fosse melhor se você viesse de uma forma menos cômoda, justamente por não ter esse direito. Mas ele tem...", falei.
"E eu posso saber porque o ceguinho quer que eu venha de uma maneira menos cômoda?", perguntou sarcasticamente.
"É claro, playboy. Des quer que eu traga os seus pezinhos de volta para o chão. Com um motorista particular não dá, né?", falei sorrindo.
"Olha, vamos andar logo com isso, eu não pretendo demorar muito com você.", ele disse.

~◇★◇★◇★◇~

"Obrigado, Jhon.", falei ao meu taxista. "Você é o melhor."
"Até mais, Pequeno.", ele falou.
"Eu tenho que andar de ônibus, ele pode pegar um táxi...", Harry murmurou.

~×~

"Porque estamos aqui?", Harry perguntou.
"Para almoçar. Geralmente é para isso que servem os restaurantes.", falei entrando no ambiente conhecido.
"Eu não vou almoçar nessa espelunca. Um Restaurante popular...", ele disse.

Como ser mais fresco?

"Então vamos à primeira lição, querido aprendiz: Não julgue o livro pela capa.", falei.

Senti um cheiro bom de chocolate e cereal. Sorri.

"Niall, quando vai desistir?", perguntei sorrindo.
"Que chato, você sempre sabe... PESSOAL, O CLIENTE MAIS GOSTOSO CHEGOU!", Niall gritou como sempre, ouvi algumas palmas e assobios, ri e me curvei em reverência.

Nesse horário o restaurante ficava vazio, então sempre ficávamos apenas eu e Niall.

"Quem é esse cara?", Niall perguntou se referindo ao Harry.
"Cara... Eu sou Harry Styles.", ele disse no mesmo tom enojado.
"Faz parte da família Real?", Niall perguntou.
"Não...?", Harry respondeu confuso.
"Então sem essa formalidade irmão. Vou te chamar de Rainha da Inglaterra. Onde arranjou esse, Louis?", Niall falou, Harry bufou, eu ri.
"Ele é filho do Sr. Des.", falei.
"Não parece, nem um pouco.", Niall falou, concordei.
"Vamos parar de falar de mim?", Harry bradou.
"Fica calmo aê, Rainha da Inglaterra. Um aviso, antes de qualquer coisa: Fica longe do Louis, ele é meu.", Niall falou. Corei.
"Niall...", pedi.
"Credo, ele é todo seu. Pode ficar.", Harry falou.
"Niall, estou com fome...", falei.
"Oh, me desculpe Prince. Hoje eu guardei um pouco de pudim pra você... Já volto.", Niall falou.

Sentei numa mesa qualquer com Harry, ele parecia impaciente, batia os dedos na mesa, num ritmo acelerado, me fazendo lembrar a batida de Do I Wanna Know?

"Aqui está, Sweet.", Niall falou colocando o prato em minha frente. Sorri.
"Obrigado, Niall.", falei sorrindo.

Ouvi o som de mais um prato ser colocado do outro lado da mesa. Mas nenhum obrigado seguiu o som. Parei o que estava fazendo e olhei na direção de Harry.

"Obrigado ... ?", falou rudemente. Sorri satisfeito.

Começamos a comer. O cheiro estava maravilhoso e a comida também.

"Isso é muito bom!", Harry falou da comida. Sorri.
"Sério? Impossível. Isso é um restaurante popular...", ironizei.

//Lição N° 1 Aprendida.//

"Como consegue fazer tudo isso, mesmo cego?", perguntou.
"Tudo isso o quê?", perguntei.
"O trabalho, os lugares, telefonemas, garfo e faca...", falou.
"Oh, é apenas o costume. Eu faço isso todos os dias, chega uma hora que é natural. É como agradecer por algo...", falei, tendo a certeza que ele entendeu o que quis dizer.
"Mas me diz, você já tinha andado de ônibus?", perguntei.
"Não. Foi a primeira e última vez.", ele disse.
"Não gostou?", perguntei.
"Não mesmo.", ele disse. Ri.

》》》》》》》》》

"E então?", Niall perguntou.
"Camarão.", falei. Ele riu.
"Você sempre acerta!", ele disse.

Niall sempre coloca um ingrediente a mais no meu prato, ele me obrigou a apostar um beijo se eu um dia errasse. Ele pensa que um dia eu vou errar. O fato é que essa brincadeira já virou rotina.

"Até amanhã, Niall.", falei antes de ir.
"Até amanhã, Prince.", falou dando um beijo em minha bochecha, como faz todos os dias. "Adeus, Rainha da Inglaterra."

~×~

"Viu, passou rápido.", falei ao chegar no escritório."
"Passou rápido pra você... Mas, de um jeito ou outro, agora eu tenho que te aturar...", falou.
"Exatamente. Adeus, Harry.", falei.
"Adeus, Ceguinho.", Ele disse, reprimi um sorriso.

~◇★◇★◇★◇~

"E então? Como foi?", Des perguntou assim que entrei no escritório.
"Foi legal. Quer dizer, não brigamos tanto. Isso é um avanço.", falei. Des riu.
"Ele te disse algo sobre a mãe?", perguntou num tom diferente.
"Nós não conversamos sobre essas coisas. Foi mais um reconhecimento de território mesmo.", falei para Des. "E ele veio de ônibus."
"O que? Harry Styles andando de ônibus? Não acredito...", Des falou rindo. "Eu gostaria de filmar isso. Provavelmente o dinheiro dele está acabando e ele realmente precisa seguir as ordens se quiser mais, é claro. Mas ele ainda tem alguma quantia... Vamos ver como ele se sairá quando não restar nada."

"Ele não parece muito com o Senhor.", falei.
"Mas ele é bem bonito, não acha?", perguntou. Notei algo de diferente em seu tom. O que seria?
"Des... Eu sou cego. Esqueceu?", falei.

[Interrompemos a programação para um anúncio. Louis vai estar sempre se chamando de cego, porque ele não se identifica como deficiente visual, de acordo com o seu ver, isso é frescura. Voltaremos à programação.]

"Mas eu sei que você tem outros métodos...", ele falou rindo.
"Quer mesmo saber?", perguntei.
"Quero.", Des falou.
"Ele cheira a vinho. Sua voz é cavernosa e carrega sempre um tom rude e debochado.", falei sinceramente. "Não é algo que eu chamaria de... Bonito.", fui sincero.
"Oh, tudo bem. Er... Certo...", Des falou, parecia um pouco constrangido ou decepcionado. "Obrigado por aceitar isso, Louis.", falou, assenti.

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**Louisio da sinceridade, gosto assim. Bem... Me digam, estão gostando da história??**

See The Sea • L.S (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora