Parecia que o tempo não passava. A sala era enorme e cheia de tecnologias. O quadro era digital, e o ambiente era aconchegante. Com flores em uma janela, que era enorme. E poofs coloridos nos cantos, dando um contraste divertido a sala bege.
Ana mordia o lápis, coçava a cabeça e as vezes se esticava. Era notório sua preocupação, o tic-tac do relógio era o único efeito sonoro que marcava essa cena. Me perguntava se estava tudo bem, ou se ela já havia respondido pelo o menos a metade da prova.
Suspirei, e encarei a minha prova. Toda respondida e cheia de incertezas. Finalmente o professor quebrou o silêncio.
- Aqueles que terminaram, entreguem suas provas e saiam da sala silenciosamente.
Obedeci. Mas antes, olhei para Ana. Que me olhou por uns instantes e depois encarou o relógio. Eu dei um sorriso e ela retribuiu com um sorrisinho no canto da boca. Apesar de tudo, Ana era inteligente, sabia que conseguiria ao menos uma nota mediana. Atravessei aquela porta, com a certeza de que fiz um bom papel, mas ainda assim não me convencia totalmente de que seria capaz de passar.
(...)
Hugo estava fumando, sentado no muro da escola, quando o avistei. Sempre magro com roupas em xadrez. Me sentei ao seu lado e de imediato ele me olhou, sorriu e me deu o cigarro. Eu dei uma tragada e o devolvi, não sabia o que tinha ali, mas queria relaxar depois desse dia cansativo.
Após a prova, esperei Ana durante meia hora, e em todo o percusso ouvi sua voz meio rouca se queixar de questões que não tinha entendido. Não falei nada em relação a minha prova, eu sabia que tinha ido bem, mas mesmo assim, não era bom explanar.
- E então, você vai estudar naquilo? - Hugo falou enquanto acendia outro de seus cigarros de sei lá oque.
- Talvez.. - Respondi encarando a cidade que ficava linda durante a noite. - Você tem falado com o Will? - Ele me olhou com o cenho franzido.
- Por que? Alguém perguntou por ele? - Eu neguei rapidamente.
- Eu estou perguntando. - Ele deu de ombros.
- Ele está bem, direi a ele que você perguntou, ele está bem melhor.
- Eu relaxei a postura. - Eu fico feliz por isso.. Ao menos isso.. - Ele me encarou.
- Tentamos de tudo cara, não achamos aqueles filhos da puta.
- Um dia os encontramos.. - Ele me estendeu mais um cigarro, e eu o peguei. Fumamos e aos poucos conseguimos esquecer o que aconteceu com o Will, de o quanto éramos fodidos, e de o quanto queríamos mudar nossas vidas...
O mundo estava colorido, as pessoas lentas e minha mente estava em explosões. Uma felicidade sem fim estava tomando conta de cada parte do meu corpo. A vontade de rir de tudo, era incontrolável, eu estava fora de mim. Sendo arrastado, enquanto tudo estava confuso.
(...)
Acordei cansado e morrendo de fome. Realmente aquele cigarro eram bem mais que "só um cigarro". Eu estava em um local escuro, em uma cama que sinceramente não era a minha. Não tive receio em passar a mão ao lado, e sentir os cabelos de alguém e em seguida as curvas. A mulher se mexeu e eu me recolhi. Mas quem era? Devagar me levantei e após alguns ruídos da cama com o meu movimento, o abajur foi ligado.
Eu não neguei minha reação. Eu estava boquiaberto! Mas que porra estou fazendo aqui? Analisei o lugar, agora com pouca iluminação, e seu rosto. Ela estava confusa, ainda se acordando, passou a mão nos cabelos e me encarou. Estava com seu corpo magro à amostra, apenas usando calcinha, fazendo com que seus peitos medianos ficassem expostos ao meu ver. Uma parte, queria fugir dali. A outra, me prendia a bela imagem que eu estava vendo.- O que aconteceu aqui? - Eu perguntei, tentando não ser rude.
- Ora, o que acontece quando garotas perdem os sutiãs? - Ela mordeu os lábios e avançou em cima de mim. Ainda com o cenho franzido, tudo estava tão confuso.. Por que eu estava com ela? Desejando ELA? Sua boca encostou na minha, e o gosto era de vodka, ela arranhava meu abdômen e sorria entre os beijos, cara.. O que eu estou fazendo? Fachava os olhos e tentava resistir aquilo, mas era impossível. Tentava focar em seu rosto bonito e dizer a mim mesmo que não podia fazer aquilo, mas minha mão que percorria seu corpo era incontrolável.
- Ana... Ana isso não deve acontecer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Face do Disfarce
Teen FictionRichard Blake, é um garoto de dezesseis anos que passa em um programa do governo e ganha uma bolsa estudantil em uma das melhores escolas da cidade. Nessa nova escola, conhecerá Izzy Yale "a garota perfeita", linda, educada e ingênua e descobrirá qu...