Capítulo 5 - Meio termo

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As botas de Svan afundaram nos trinta centímetros de neve que se acumulou durante a noite. Seu nariz estava vermelho, assim como as maçãs do rosto. O restolho logo se transformou em uma barba loura mais avantajada, sem Meine por perto ele não tinha qualquer vontade de cuidar de si mesmo.

No entanto, o trabalho estava indo bem. Por incrível que pareça, a quantidade de neve que estava se acumulando nas noites frias era muito menor que no início do inverno. A matéria prima naquelas terras estava abundante, o que foi uma surpresa para todos eles, e tão rápido quanto poderiam, as casas estavam novamente sendo reconstruídas ou reformadas de uma forma muito mais forte para aguentar possíveis desastres. A comida que antes parecia escassa, aos poucos estava se tornando suficiente para alimentar a todos.

Svan conversou com Alasd, Wray e seus homens para planejarem como seria essa nova versão do vilarejo Berserker, e até mesmo cogitou em algo que ele nunca antes tinha se importado: Criar um nome para o povoado.

Eles não eram o único vilarejo Berserker na Escandinávia, então talvez ter um nome poderia mudar certas coisas.

Mesmo que Svan tinha alterado boa parte das políticas do clã depois da morte de seu pai, sabia que ainda havia mais para ter que mudar. Ele passou por tantas dificuldades no último ano, que merecia haver alguma mudança significativa na vida deles e para melhor.

Alasd estava conversando com Syn. Uma criança pequena se agarrava a uma das pernas do ferreiro. Svan sabia o quanto Syn era protetor do menino, ele não era seu filho de sangue, e tão jovem, já usava meia perna de metal para conseguir andar.

— Líder. — Syn e Alasd cumprimentaram-no em uníssono.

— Notícias da busca por Skylar?

Alasd balançou a cabeça com pesar.

— A equipe de busca do leste voltou pela madrugada e alegaram não ter encontrado qualquer pista.

Svan assentiu. Embora durante um longo tempo pensasse que seu amigo tinha saído do vilarejo por conta própria como costumava fazer vez ou outra, agora estava realmente preocupado com o que tinha lhe acontecido.

Será que Skylar tinha o objetivo que abandonar os Berserkers mais cedo ou mais tarde?

Lembranças de seus sorrisos, de suas piadas tolas e do jeito amigável com que tratava a todos, diziam o contrário.

Skylar amava viver em seu clã. Ele sempre ajudou os demais, sempre cuidou daqueles ao seu redor e amava o que fazia.

Embora Svan soubesse que o guerreiro tinha lá suas preocupações e tristezas, ele pertencia aqui e para cá iria voltar.

Mas algo bem dentro do coração de Svan lhe dizia que algo não ia bem com o Berserker ruivo e ele tinha que encontrá-lo antes que fosse tarde demais.

Quando a noite chegou, a equipe de buscas do norte voltou para o vilarejo. E depois de dias, ou melhor, semanas, finalmente encontraram pistas do desaparecimento de Skylar.

Wray tomou a sua frente durante o relato.

— O que vocês encontraram? — Ele estava aflito, e Svan melhor do que ninguém sabia o porquê.

— Nós visitamos novamente o bar onde Skylar foi visto pela última vez e... meio que arrancamos à força as informações que eles estavam escondendo. — Disse o líder da equipe de busca. Era um homem acima de seus quarenta anos intitulado Bardo.

— Acontece que Skylar realmente foi até lá para se embebedar. Ele pagou bebidas para duas prostitutas sujas que pretendiam roubá-lo, que se afastaram quando um grupo de homens que estava em uma das mesas alegou conhecê-lo e o levou para fora do bar. Um dos frequentadores daquele local insistiu em ter visto tais homens darem uma surra em Skylar quando ele tentou escapar, até ser desacordado.

Phaeleh II (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora