Capítulo 25 - Apreensão

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Seu sono parecia durar para sempre, exceto se acordasse da forma mais estranha, com um belo tapa em seu rosto. Inclusive ouviu o som ecoar pelas paredes.

Meine veio acordado com um susto, seus olhos estatelando para o ser que havia lhe batido. Outro elfo... não, um fae estava olhando para ele com nítido ódio em seus olhos. Seu semblante era duro, não como o dos Berserkers, era frio e seus olhos cinzentos refletiam os sentimentos mais obscuros em sua direção.

Ele era enorme, magro, mas atlético. Vestia o traje de um guerreiro, porém sem armaduras. Seus cabelos loiro curtos estavam penteados para trás e colados à cabeça com algum tipo de gel. Sua pele era mais escura do que esperaria para alguém loiro, e pela cicatriz cortando o lado de sua mandíbula, diria que era experiente em batalhas.

— Po-Por que me bateu? — Perguntou baixinho sem prever que o tapa novamente lhe atingiu a face, do outro lado, no entanto. — Ugh. — Ardia muito.

De alguma forma, seus braços estavam bem presos em algo e esticados. Meine levou um minuto atordoado para poder distinguir onde estava e como estava.

Preso a uma árvore. Uma árvore tão pequena, seu tronco era cor de marfim, sem folhas ou flores. Mas parecia ter sua própria consciência, seus galhos se contorciam em seus braços e pernas como cordas, exceto que era madeira, tornando praticamente impossível fugir. E com sua ínfima forma, jamais que poderia se soltar ou partir os galhos malditos.

— Cale-se.

Ele se calou. Não pretendia dizer nada, não se não quisesse apanhar novamente.

Sua barriga estava intacta, graças ao bom Odin. Mas preocupava-se por quanto tempo permaneceria ali.

As lembranças do que aconteceu lhe vieram à tona, e não podia evitar que seu coração disparasse com o medo congelando suas veias. Svan estava bem? Seus amigos? Seus pais? Seu povo... A rainha havia dito que eles seriam atacados. Será que estavam mortos a este momento? Ou venceram a batalha?

Meine franziu o cenho com seus sentimentos transbordando, ele não podia evitar as lágrimas, a dor, o medo do que estava acontecendo. Quando pensou que finalmente tudo estava se acertando... que teria sua família reunida, que os Berserkers estavam prosperando e seus sintomas da gravidez tinham melhorado...

Por que tudo tinha que dar errado?

— Ora, ora, se o pequeno monstrinho branco acordou. — Uma voz feminina familiar ecoou muito alto pelo salão onde estava. Era um imenso salão real com grandiosas janelas de vitrais belíssimos, desenhados com imagens de divindades. Cortinas brancas com bordas de ouro estavam presas para que a luz penetrasse a sala. Enormes lustres de ouro e cristal pendiam do teto abobadado, também repleto de figuras divinas.

Meine estava preso a árvore, que brotara de uma abertura arredondada no piso. A abertura era coberta por vegetação rasteira e flores pequenas. Onde pequenos grilos pulavam, assim como pequenas borboletas pousavam sobre as pétalas coloridas.

Meine não tinha tempo de admirar nada.

Annie apareceu descendo ao longo de uma escadaria coberta por um tapete vermelho. Seu vestido branco redondo era belíssimo, assim como seus cabelos loiros estavam impecavelmente cacheados nas pontas, como se seu penteado fosse propositalmente modelado mecha a mecha para parecer perfeito, sem um fio sequer saindo do lugar.

Não usava qualquer maquiagem, pois sua pele já parecia ter nascido como porcelana, com longos cílios escuros, olhos grandes e verdes como esmeraldas, e uma leve camada de brilho por toda parte.

O que Meine ainda não tinha visto em toda a sua vida, foram as asas coloridas como as de uma borboleta, muito sensíveis nas costas da rainha.

Ela chegou até ele com um belíssimo sorriso simpático, mas seus olhos mal piscavam, dançando sobre sua face de forma medonha.

Phaeleh II (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora