Capítulo 38 - Feitos um para o outro

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Como alguém tão indiferente poderia se destacar tanto?

Não indiferente, mas inexpressivo.

— Você era da mesma maneira quando te conheci. — A voz de Asgard tirou Fyren de seus pensamentos.

— Pare de ler a minha mente.

— Eu te chamei e você não me ouviu. Fiquei curioso.

Fyren olhou bem para seus olhos brancos como leite, onde às vezes via apenas a pupila. Ela se dilatou enquanto ele o fitava.

Ambos estavam caminhando pelo reino dos elfos de luz, entre os comércios e as casas. Tinham feito aquilo todas as manhãs há meses à pedido de Darius. Yusuf estava exigindo comer todas as coisas mais exóticas possíveis, e eles, como eram de total confiança dos reis, buscavam o que Yusuf queria a cada dia.

Fyren só... achava que as pessoas os evitavam deliberadamente. Elas pareciam ter medo de ambos, mas acreditava que era principalmente de Asgard, por quem ele era andando livremente no reino dos elfos brancos. Aconteceu o mesmo quando precisou entrar no reino dos elfos das trevas na semana anterior.

— Eu pareço perigoso? — Perguntou Asgard de repente. Fyren sentiu que ele provavelmente se chateou porque as pessoas tinham medo dele.

— Sim. — Não podia mentir para ele. Isso era praticamente impossível. Já tinham discutido mais de uma vez sobre ele ler seus pensamentos. Bem, ele discutiu, porque Asgard nunca brigou de volta, só lhe beijava como resposta.

— O que devo fazer então?

Sua pergunta surpreendeu Fyren. Ambos pararam em frente a uma barraca que vendia os frutos que Yusuf queria, andaram tanto para chegar até ali.

— Eu vou pensar, mas te ajudarei. Fará o mesmo por mim quando formos para o outro lado. — Referia-se ao reino dos elfos das trevas.

— Está bem.

— Olá senhores, o que gostariam de levar? — Perguntou um homem vagamente familiar. Fyren se inclinou pela bancada olhando-o bem. — A-Algum problema?

— Desculpe, eu só acho que você parece com um Berserker que eu conheço. Sem querer ofendê-lo.

Pensou que levaria um soco ou talvez um chute pelo que disse sem pensar, mas foi o contrário, o sorriso que se entendeu no rosto do homem o deixou desentendido.

— Deve estar falando do meu filho, Wray.

— Oh. — Fyren olhou pasmo para Asgard que permanecia da mesma maneira de sempre. — Então você é o pai dele. Parabéns por terem se reencontrado, deve estar muito feliz.

— Com certeza estou! — Ele parecia radiante, sem dúvidas, e muito mais saudável do que imaginava. Ouviu de seu tio que ele esteve doente durante anos. Ele também foi o único que não se encolheu com medo deles, principalmente ao ver Asgard. — Fiquem à vontade para escolherem o que desejarem. Aqui está o cesto.

Fyren o pegou agradecido e procurou pelas frutas. Teriam que comprar peixe também na próxima banca. Eles pagaram e depois de terminar as compras, voltaram para o castelo.

Nem mesmo ousaram se aproximar da sala dos reis, ouvindo resmungos de Yusuf desde o corredor. Pobre Darius ao ter que suportá-lo.

Depois que entregaram os produtos aos cozinheiros, Fyren teve uma ideia.

— Por favor não leia minha mente. — Disse em advertência para Asgard.

— Está bem.

— Vou te ajudar a parecer menos perigoso. Depois você me fará parecer perigoso para quando formos a sua terra, pode ser?

Phaeleh II (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora