Capítulo 20 - Elfo teimoso

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Olhos vermelhos brilharam à sombra, espreitando um certo elfo albino vivendo em um lugar que não era seu para pertencer. Seu suposto "alvo" caminhava tranquilamente pelo vilarejo como se aquele lugar fosse o seu lar, sem temer os malditos Berserkers, raça que Dain detestava com todo o seu ser, depois dos elfos de luz, é claro.

O filho de seu rei Yusuf estava esperando um filhote. Quão irônico era isso? Depois de mais de uma década em uma batalha sangrenta entre os clãs e reinos, de repente, quando o pequeno elfo insolente aparece, noivo de nada menos do que o Líder Berserker e ainda esperando um bebê, as espécies pareciam querer formar um laço entre elas.

Dain se afastou do arbusto e se aprofundou na floresta.

Estava indignado com seu rei. Ele sempre o admirou acima de todos, mesmo que não fosse bem reconhecido.

Mas essa fase tinha passado, Dain estava profundamente irritado com tudo o que estava acontecendo. Não podia permitir que de repente Yusuf decidisse perdoar o passado e simplesmente aceitar Darius de volta.

Ele perdeu o único amor de sua vida na vida. Um belo guerreiro elfo, tão forte quanto ele, tão poderoso e nada gentil. O homem tinha morrido para salvar sua vida durante a primeira guerra, quando ambas as raças élficas se enfrentaram sem piedade alguma, um ódio que surgiu pelo mesmo motivo que os uniu agora.

Primeiro o desaparecimento e agora o surgimento do filho de ambos os reis.

Dain as vezes gostaria de amaldiçoar seu rei por um dia ter se envolvido com os elfos, infelizes, de luz.

Estava apenas divagando quando o som de passos sobre o cascalho o fez esconder-se atrás de uma árvore. Dain espiou detrás do tronco e viu um homem. Um Berserker.

Seus olhos se arregalaram para depois se tornarem meras fendas enquanto o observava com cautela.

Era um Berserker forte, alto. Apesar dos músculos e de sua beleza rústica, seu rosto denunciava que era demasiado jovem. Ele sorriu para ambos os cães que o seguiam, então tirou da bolsa algumas migalhas, alimentando os animais.

Ele parecia tão feliz e gentil para uma espécie movida a fúria.

Dain ergueu uma sobrancelha. Estava curioso, não tinha como duvidar.

Ele saiu de trás da árvore, decidindo brincar só um pouco. Apenas um pouco. Que mal faria? Este rapaz tão jovem provavelmente não fazia ideia de quem ele era, e não saberia com o capuz sobre a cabeça cobrindo-lhe as orelhas pontudas de elfo das trevas.

Dain usou parte de sua magia para transformar seus olhos naturalmente vermelhos para um tom prateado. A maior parte das pessoas confundiria a cor verdadeira de seus olhos vendo-o como se fosse um demônio.

— Ei rapaz. — Ele apareceu, dando-lhe um falso sorriso.

— Quem é você? — O rapaz se afastou, suas mãos tocando a bainha de uma adaga. Ambos os cães fugiram, choramingando. — E o que faz aqui?

— Sou um viajante! — Dain exclamou com as mãos a frente dele. Não pode esconder suas garras negras, mas antes que o outro percebesse, abaixou suas mãos. — Estou de passagem, apenas procurando o caminho certo para seguir em frente. Por acaso tem alguma comida com você?

O rapaz apertou os olhos em sua direção e o sorriso de Dain vacilou um pouco, mas ele tentou parecer verídico.

— Bem, se é assim. — O rapaz relaxou apenas um pouco. — Tenho algumas batatas assadas. Sempre carrego comigo. — Ele retirou da bolsa e entregou duas batatas enormes bem embrulhadas. Ainda estavam mornas.

Phaeleh II (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora