Capítulo 22 - Traição

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Dain tinha certeza que precisava fazer isso.

Ele sorrateiramente tinha entrado na sala que pertenceu a Yusuf, o temido rei dos elfos das trevas, e roubou o seu espelho mágico. Era um objeto muito antigo, passado de geração em geração e que normalmente ficava escondido em um compartimento no trono.

Dain era muito esperto e o encontrou. Os elfos do castelo não o viram, contudo, sabia que provavelmente seria descoberto futuramente. Lidar com magia era assim, nada ficava em anônimo por muito tempo.

Mas ele iria fazer justiça. Tudo estava tão desordenado e precisavam dele para mudar o rumo das coisas. Ele não deixaria que Yusuf unisse os reinos. Não deixaria que Darius o possuísse e destruiria a aldeia dos malditos Berserkers, pois era isso o que mereciam.

Pouco se importava com o Phaeleh. Uma criatura miserável como ele não servia para nada, apenas para trazer desgraça, portanto não merecia viver.

Dain franziu o rosto profundamente ao pensar no sorriso e na alegria que viu nos olhos do jovem albino e do líder Berserker. Tinha nojo e repulsa.

— Por você. — Murmurou baixinho pensando no homem que amou. O bravo guerreiro elfo que tinha lutado contra os elfos de luz e salvado a sua vida. Ele morreu e o deixou sozinho, mas Dain iria vingá-lo e libertaria o seu coração desse peso tão doloroso sobre ele. Mesmo que para isso fosse preciso usar métodos sujos e desonestos.

Ele posicionou o espelho contra o tronco de uma árvore e se afastou um passo. Juntou suas mãos e formou um símbolo, depois outro e recitou as palavras de um feitiço capaz de acordar o espelho mágico. Sua magia canalizou através dele e envolveu o objeto. Apenas elfos muito poderosos eram capazes de usá-lo e Dain tinha sorte por ser um deles.

— Quem solicita falar com vossa majestade, Ellyllon, rei da Corte Unseelie? — A imagem de um fae, vestindo preto e dourado, com os cabelos loiros penteados para trás, apareceu em torno de uma aura negra olhando-o com clara supremacia. Dain levantou o nariz, pouco se intimidando com a presença de um ser de outra espécie. Sempre viu os elfos das trevas como mais fortes e poderosos do que os fae, embora perdessem em número.

— Sou Dain.

— Está representando seu rei?

— Não. Mas tenho uma informação à respeito do Phaeleh que provavelmente sua majestade ficará muito interessada.

O fae no espelho lhe deu um olhar desconfiado.

— Espere um momento.

Ele desapareceu e a imagem no espelho tornou-se negra, como se nuvens se dissolvessem em um redemoinho até o centro. Dentro de alguns instantes, a presença amedrontadora do rei apareceu. Ele tinha os cabelos loiro-alaranjados, arrepiados para todos os lados e na nuca uma única mecha longa formava uma trança que caía sobre o ombro direito. Os olhos ametistas o fitaram com superioridade e Dain não pode evitar engolir em seco.

Nunca o tinha visto antes, mas já tinha ouvido de outros elfos falarem sobre quão poderoso era aquele rei. Como era um fae, Dain o imaginou esguio, suave, mas ele era diferente, seus músculos eram uma beldade, suas roupas transparentes não escondiam nada. E seu semblante rude o fez ter cautela.

— Ora, o que temos aqui. — Disse o rei, com indiferença. — Por que alguém como você tem este espelho?

— Yusuf está no reino dos elfos de luz, vai unir ambos os reinos e misturar nossa gente. Portanto, tomei o espelho. Quero lhe dizer a respeito do Phaeleh. Sei onde ele está.

— Vá em frente. — Ellyllon o olhou com questionamento, uma sobrancelha grossa erguida. — Diga-me o que sabe.

— O Phaeleh é filho de Darius e Yusuf.

Phaeleh II (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora