Capítulo 11 - Expectativa

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Meine era uma bagunça entre euforia, confusão e medo.

Logo que ele tinha contado a seus pais sobre a gravidez, percebeu que mesmo que eles estivessem felizes, estavam incertos, unicamente pelo nome de Svan ter sido pronunciado de sua boca.

Ele conseguia facilmente dizer "Svan" agora, sem ter sua língua travada no processo. Ah, nem tão fácil assim, mas às vezes conseguia dizer certo. Contudo, parecia mais certo dizer "Suvan" ou mesmo "Van", porque se tornaram apelidos que somente Meine poderia chamá-lo. Ele podia fazer isso em público também com a desculpa que não conseguia pronunciar o nome difícil.

Ele deu uma risadinha em sua cama, mas em seguida ficou triste. Tinha comentado com Yusuf que precisava voltar, mas seu pai ignorou completamente suas palavras. Quanto a Darius? Meine tentou falar com ele, mas como se soubesse o que iria lhe pedir, o rei elfo de luz o evitou.

Hayliel continuava a dizer que era um assunto que precisava ser pensado, porque aceitar que Meine, o tão sagrado Phaeleh e filho de ambos reis elfos, fosse novamente viver como um escravo para os Berserkers, parecia um absurdo.

Mas Meine sabia que se o seus pais conversassem direitinho com Svan, Meine deixaria de ter esse título de escravo. Mesmo que Svan não o considerasse mais, muitos ainda o viam dessa maneira. Ele sempre foi bem tratado, exceto pelas vezes em que feriram o seu coração ou o soco que Niels lhe deu após a tragédia das chuvas.

Colocando a mão sobre o rosto, Meine suspirou com a lembrança dolorosa. Ele pensou em Niels e o que havia acontecido com ele. Será que estava bem? Será que já tinha aceitado Rurik? Ou que continuava sendo um idiota que detestava escravos e os tratava como animais?

Meine soltou outro nostálgico suspiro.

Droga, ele sentiu falta até mesmo de Niels. Na verdade, de tudo, até dos aldeões mal-humorados que trabalhavam na feirinha, ou das crianças que corriam para todos os lados derrubando tudo o que vissem pela frente, dos cavalos, dos cães, até de uma pequenina árvore próxima da casa de Svan.

Sentiu falta de alguns escravos que ele observava - exceto das escravas que trabalhavam na casa de Svan. Falta de Wray e Rurik, seus melhores amigos.

Meine debruçou-se sobre a cama quando as lágrimas vieram. Antes ele já estava com olhos marejados, agora estavam transbordando completamente sobre os travesseiros.

— Sinto sua falta... Van.

Ele nem mesmo ouviu a porta se abrir ou alguém entrar, mas não se surpreendeu com o toque em seus cabelos. Foi cálido e bastante aceitável quando estava se desfazendo em lágrimas.

— Quero voltar para casa, papai. — Meine choramingou baixinho, fungando. — Quero Svan... quero meus amigos.

Meine ouviu o suspirar de Darius e a mão grande de dedos longos continuou acariciando seus cabelos.

Antes, Meine teve um pouco de medo do rei elfo de luz, mas hoje ele não o temia mais. Claro, o respeitava por sua autoridade e por ser o pai dele, contudo, não podia negar sua aproximação de maneira alguma.

Enquanto Darius não disse nada, que Meine supôs que ele estava pensando, sentou-se na cama e se arrastou para os braços dele, sendo envolvido por um abraço apertado.

— Yusuf e eu conversamos sobre Svan, Meine. — Darius sussurrou em seus cabelos. — Não estamos felizes que está envolvido com os Berserkers, admitimos, mas seu vínculo já foi formado com Svan e não pode ser quebrado. Se lutarmos contra isso, seria perigoso para você, e jamais iríamos querer que se machuque por nossa causa. — Darius beijou sua testa, então o afastou para olhar em seus olhos. — Nós vamos decidir o melhor a ser feito e você poderá voltar, contudo, haverá regras.

Phaeleh II (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora