Capítulo 26 - A árvore sagrada

2.4K 374 113
                                    


Svan estreitou os olhos para Ellyllon, o rei dos fae das trevas.

Quando o conheceu, pensou que quando soubesse da história de Ronnie e sua mãe, desistiria da criança, simplesmente por repudia ao seu sangue misturado. Assim como no caso de Wray, que não era bem visto pelos elfos por ser um bastardo entre elfo e Berserker.

Mas o rei não estava parecendo furioso como imaginou que estaria. Ele parecia... pensativo.

— Deixe-me conhecer meu sobrinho. — Ele repetiu. — Não quero me importar com quem foi seu pai por agora, apenas que é filho de minha falecida irmã.

Svan cruzou os braços e olhou para o seu irmão. Estava com urgência e não tinha paciência para esperar por uma resposta. Que se resolvessem logo! Ele precisava resgatar Meine!

Niels não parecia nada confiante.

— O que me garante que não vai levá-lo no momento em que encontrá-lo.

— Não tenho porque lhe dar qualquer garantia. — O rei disse entre os dentes, claramente incomodado. — Se meu intuito fosse atacá-los por manter uma das nossas crianças aqui, já teria feito. E o Phaeleh está em jogo. Posso não ser devoto ao que ele representa, mas sei reconhecer que meu povo precisa de sua luz. O Phaeleh é o único capaz de acabar com as guerras e desavenças entre meu povo e o dos fae de luz, assim como fez com os reinos elfos.

Ele tinha razão. Vendo por esse lado, Svan entendeu que Meine tinha feito coisas muito grandiosas e nem mesmo tinha parado para pensar na importância disso tudo.

Será que Ellyllon estava querendo dizer que o que estava acontecendo era necessário? Que Meine ter sido sequestrado outra vez significava alguma coisa? Que raios era isso? Svan não tinha paciência para tentar compreender droga nenhuma! Ele queria tomar uma atitude. Suas mãos coçavam para bater em alguma coisa, de preferência a cabeça de uma certa rainha. Mas a voz da razão - Wray - tinha dito que precisava de uma estratégia, um plano sobre o que fazer. E parar ali para definir as táticas estava demorando muito!

Uma mão gélida tocou em seu braço e Svan se virou para ver Rurik. Seus olhos encontraram os dele, fixos e sem brilho, também sem foco. Como se ele não estivesse exatamente ali. Sua voz saiu baixa, rouca, e o calafrio não só passou por Svan, como por todos naquela sala, calando-os.

O Phaeleh está gerando uma luz. Seu poder está concentrado nela. Entretanto, sua vida corre perigo e as espécies precisam se unir para salvá-lo. Não deixem que a maldade prevaleça, que destrua toda uma nação. Os deuses repudiam as práticas ilícitas da realeza, sua natureza não lhe convém. Tragam o Phaeleh para que a paz seja restaurada.

Rurik piscou lentamente uma única vez e deu um passo em direção a Niels e Ellyllon, sem olhar para nenhum deles, mas para um ponto logo atrás.

A criança está segura. Os oráculos são a saída.

Rurik piscou novamente, porém de forma normal, e então olhou ao redor, confuso.

— O que está acontecendo?

— Você acabou de profetizar algo. — Disse Niels, perplexo.

-*-*-

Heike levou o maior susto quando um fae se materializou bem a sua frente, trazendo Alvor consigo.

— O que faz aqui?! Quem é esse? — Olhou pasmo para o fae loiro que apenas ergueu uma sobrancelha em sua direção.

Alvor respirou fundo, com olhos fechados, pálido como um papel.

Phaeleh II (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora