Phaeleh II (Romance Gay)

Capítulo 18 - Lar

— É bom que finalmente Ronnie poderá sair deste lugar e ir para casa. Ele precisa do conforto de um lar. — Disse Alvor entregando a Niels um saco com os brinquedos que ele deu a criança.

— Obrigado por cuidar dele, Alvor. — Ele se virou para a criança que estava sentada à beira da cama. Ronnie estava vestido com calças de algodão marrom escuro e uma camisa cor de gelo que pareciam maior do que seu corpo ainda fraco e abatido. Porém, estava muito melhor em comparação de quando Niels o encontrou.

— Disponha. Se precisar de qualquer coisa, não hesite em me chamar.

Niels assentiu agradecido. Ele foi até Ronnie e se ajoelhou em frente a criança, que parecia um pouco sem jeito. Embora o menino estivesse bem, não sorria ou dizia muito. Suas palavras eram raras, e ele tinha uma tendência a olhar para suas mãos ao invés de olhar para quem estava falando com ele.

— Ei, vamos para casa?

Ronnie assentiu timidamente.

— Eu vou te pegar no colo, está bem? — Niels estava aprendendo a lidar com a criança. Sua forma de falar, que normalmente era grosseira e tinha um tom rude de um Berserker, ganhou uma certa suavidade quando se tratava de Ronnie. Alvor e as mulheres escravas que vieram com eles na viagem lhe ensinaram sobre como cuidar de um menino, embora fossem tantos detalhes que ele não se lembrava de muitos. Mas jurava que estava se esforçando, até gostava disso.

Ronnie deixou ser erguido para o alto nos braços de Niels e então saíram do casebre do curandeiro.

O vilarejo estava animado, depois das boas notícias - que impressionaram até ele mesmo, os Berserkers estavam mais tranquilos, e planejavam uma noite de bebedeira e dança. Normalmente Niels estaria muito ansioso para festejar, encontrar uma boa companhia e ter uma noite divertida, porém não desta vez.

Admitia que estava tentando impressionar Rurik, sendo um homem mais educado, respeitando todos, tomando seu irmão e mesmo Wray como exemplos. Não era fácil. Mudar não era fácil.

Niels olhou ao redor percebendo olhos curiosos, porém discretos. Ronnie estava encolhido contra seu peito, e quando começou a tremer, já sabia, ele estava com medo das pessoas.

— Está tudo bem, Ronnie. — Sussurrou, tendo a certeza de dizer o nome da criança a fim de tranquilizá-la. Alvor tinha dito que mesmo que Ronnie fosse tão novo, teria que conversar com ele sem reparar seu tamanho diminuto. Isso o faria confiar em Niels com o tempo. — São todos amigos. Este é o nosso vilarejo, seu tio Svan está pensando em dar um nome para este lugar. Há muitas crianças para você brincar quando quiser, tem um campo bem grande para correr e animais. Você vai gostar.

Ronnie lhe deu um olhar curioso, mas logo escondeu o rosto contra o peito de Niels novamente.

Eles chegaram a casa. O Berserker não esperava entrar pela porta da frente e topar diretamente com Rurik, que pareceu tão surpreso quanto ele.

— O-Olá. — Rurik respondeu educadamente. Era provável que ele fugiria da presença de Niels se não fosse por Ronnie. A criança captou seu olhar.

— Rurik. — Niels o cumprimentou com um manear de cabeça. Deu-lhe deu um sorriso, mas pela careta que Rurik fez, provavelmente foi estranho.

Sentia-se um pouco nervoso perto dele. Seu coração martelava no peito.

— Ele está melhor? — Ronnie ainda escondia o rosto, trêmulo.

— Sim. Mas ainda precisa de um pouco de repouso até recuperar todas as forças.

Rurik provavelmente notou que a criança era tímida, pois um sorriso suave adornou seus lábios.

O coração de Niels se expandiu.