Capítulo 15 - Insegurança

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Naquela tarde Svan recebeu uma notícia um tanto perturbadora.

— Está me dizendo que o Jarl dessas terras foi morto?

A frente dele estavam dois dos Berserkers que ele tinha enviado para a aldeia dos humanos verificar por que raios o ataque não tinha acontecido ou se eles estavam planejando algo muito maior.

— Sim, senhor. — Disse um deles, então o outro continuou:

— Ele foi morto pela própria filha e nós nem sabemos o nome dela.

Svan ergueu uma sobrancelha. No fundo ele estava mais surpreso do que demonstrava. Cruzou os braços fortes sobre o peito e se recostou em sua cadeira por trás da mesa.

— Conte-me mais.

— Foi apunhalado no peito! — O guerreiro que era muito ruivo, sardento e tinha sua barba trançada até o peito, exclamou.

— Ela reuniu seguidores as escondidas, ela realmente liderou uma revolução! — Disse o outro Berserker, que era mais velho e tinha os cabelos castanhos cortados curtos e um bigode tão grande que cobria sua boca. — Ouvimos dizer que o Jarl nunca a levou a sério e que planejava casá-la com um velho apenas para tomar as terras dele.

— Hum. — Svan coçou o queixo, olhando para sua mesa de carvalho.

Se uma mulher tinha sido capaz de matar o Jarl, ele não sabia dizer se era ou não uma boa notícia, saberia em breve.

— E ela pretende assumir o poder?

Os dois homens se entreolharam.

— Ela já assumiu, senhor.

Oh. Isso era ainda mais interessante. O que ele estava prestes a fazer era arriscado.

— Enviarei uma missiva a ela solicitando uma reunião.

Os homens assentiram e então Svan os agradeceu e os dispensou.

Havia três conclusões possíveis do que poderia vir a acontecer agora que o Jarl daquelas terras era uma mulher, jovem ainda por cima. Primeiro, ela poderia aceitar sua oferta e vender aquela propriedade a Svan, então eles teriam os laços completamente cortados e poderia obter suas crianças de volta e os Berserkers que trabalhavam naquele lugar. Dois, ela poderia simplesmente negar e continuar tudo do jeito que está. Ou três, ela cobraria a dívida dos Berserkers e declararia guerra.

Svan passou as mãos pelos cabelos, sentindo-se um pouco frustrado.

Ele aproveitou o momento de silêncio para redigir uma missiva, mas só então lembrou que ele era péssimo em escrever. E por alguma razão mirabolante, Rurik bateu à porta naquele instante.

A paz sempre acabava muito rápido. O silêncio era muito raro em seu escritório.

— Entre.

— Líder. — Rurik entrou e fechou a porta atrás dele. — Se está procurando ajuda, pode contar comigo.

Svan torceu as sobrancelhas, completamente desentendido.

— O quê?

— Estou dizendo que sei escrever. — Ele se aproximou da mesa.

— Como sabe que preciso de alguém que saiba escrever? — Svan ainda tinha aquela careta rabugenta de quem não compreendia os fatos.

— Eu sou um oráculo, se lembra? Aprendi a controlar algumas coisas em mim com o oráculo de Darius. Ultimamente tem me ajudado bastante.

Svan ficou olhando para ele, e depois de algum tempo assentiu. Ele estava perplexo, embora não demonstrasse isso.

— Sente-se.

Phaeleh II (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora