Capítulo dezenove

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  Bem no momento de terminar a frase, o cachorro que estava em meus cuidados escapa da coleira, por que eu tenho que ser tão descuidada?! Eu vou atrás dele, que para no meio da rua; então rapidamente eu ouço o som de um carro bem perto e em seguida sinto me empurrarem para longe.

Deve ter sido o carro.

Sabe quando dizem que antes de morrer você vê a sua vida passando nos seus olhos? Pois é, não tive tempo de ver nada. Acho que o carro não vai me matar, no máximo vou quebrar vários ossos. A não ser que eu caia em cima de um prego.

Quando percebo o carro já foi embora, numa grande velocidade. Ainda estou muito surpresa e só muito tempo depois - na verdade devem ter sido 10 segundos - percebo que Jung Kook está deitado do meu lado, ofegante. Podia jurar que agora pouco ele estava em cima de mim... Deve ser minha imaginação...

- V-você está bem? - ele fala enquanto tenta se sentar.

- S-sim... Mas, o que exatamente aconteceu..? - pergunto, tentando me sentar. Fico surpresa quando Sup se aproxima de mim.

- O cachorro correu até o outro lado da rua, ao mesmo tempo um carro entrou na rua com tudo e eu meio que... Te empurrei para o carro não te pegar. Por sorte o motorista desviou um pouco senão teria nos pego.

- Entendi. Obrigada por me ter salvo. Estou te devendo uma. - Tento sorrir mas minha perna está realmente doendo com a queda. O sorriso pareceu forçado...

- Fico feliz de tê-lo feito... - ele diz e solta um suspiro aliviado enquanto sorri. Por um momento esqueci da minha dor.

Sup me tira do momento relaxamento-pós-sorriso, quando lambe meu joelho, ardendo pra caramba.

- Está machucada? - Ele rapidamente pergunta ao ouvir o pequeno som que soltei pela ardência do meu joelho.

- Hã..? Ah... Não! Não estou..! - tento parecer confiante mas quando ele olha para meu joelho de nada adianta. Entendi agora porquê está ardendo tanto. Tem muito sangue aqui...

- Assim não vai dar... - ele se abaixa na minha frente - Sobe.

- ?

- Você não vai conseguir andar assim, pelo menos temos que desinfectar e fazer um curativo.

- T-tá... Faz sentido... - Me levanto com dificuldade mas consigo subir nas suas costas. Não sei explicar porquê mas me sinto muito confortável assim...

Ele pega Sup pela coleira e anda até o Pet Shop. Timidamente escondo meu rosto em suas costas, as pessoas na rua estão obviamente me olhando...

- Espera! - eu digo e ele vira um pouco a cabeça numa tentativa de me olhar - Pelo menos me deixe segurar a coleira do cachorro...

- A-ah... Sim... - Ele me entrega a coleira, apesar de que não faço esforço nenhum apenas segurando ela.

Ele anda um pouco até o Pet Shop - que estava próximo, na verdade - e antes que ele apareça na porta, comigo nas costas, eu peço para descer. Entrego o Sup até a chefe e ela entende que não vou trabalhar mais hoje.

Eu subo novamente em suas costas - sério, isso dá muita vergonha - e ele começa a andar na direção oposta de onde eu esperava, espera, o quê?

- E-ei, espera! Minha casa é para o outro lado... - digo, esperando que ele tenha confundido o caminho.

- Eu sei. Vamos para a minha.

- ..? O-o-o quê..?! - Ele está falando sério?? Por que isso é muita coisa para um dia só.

- Minha casa é obviamente mais perto e precisamos fazer um curativo antes.

- M-mas... Certeza que não tem problema?

Não é coincidência - JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora