Não é coincidência - JJK

Capítulo seis

  Acho que isso... Não é coincidência...

      Grace ON

  Estou com a cabeça encostada na mesa, junto a Jung Kook, estamos nos olhando, sem desviar o olhar. Acabo me fixando em seus olhos... Como alguém que nasceu apenas umas vez pode ser tão lindo?

  Poderíamos continuar nos olhando por horas, mas somos interrompidos pelo sinal da saída. Nos levantamos rapidamente sem nos olharmos de vergonha e guardamos o material.

 - O-obrigado por dividir seu livro comigo... - sorrio sem graça.

 - E-eu é que agradeço pela ajuda. - ele retribui o sorriso. Como os dentes de alguém conseguem ser tão perfeitos?

 - T-tchau!

 - Tchau!

  Coloco minha mesa no lugar e Ji Soo me chama.

 - Ei, Grace! - ela vem até mim, Jung Kook já foi embora.

 - Hum?

 - Me empresta seu caderno de matemática? Não consegui terminar.

 - Ok - pego o caderno e entrego a ela.

 - Obrigada.

  Nós saímos da escola, ela vai embora a pé e eu entro no carro com Yoongi.

 - Como foi a escola?

 - Foi legal.

 - Tinha alguém que você já conhecia?

 - Sim, e já fiz uma amiga - digo contente.

 - Qual o nome dela?

 - Lee Ji Soo, ah, olha ela ali - aponto para mesma que passa ao lado, eu aceno - é ela.

 - Ela parece ser legal - concordo com a cabeça. Ficamos um momento em silêncio.

 - Por que não posso ir pra casa a pé? - ele me olha, surpreso.

 - Porque não. Da última vez você se perdeu.

 - Mas também foi a primeira vez, eu sei muito bem o caminho agora.

 - Já tivemos essa conversa.

 - Eu sei, e por isso quero o direito de ir e voltar a pé como todo mundo.

 - Você não é todo mundo.

 - Eu sei, só quero andar com meus amigos!

 - As ruas estão perigosas. - o ar começa a ficar tenso.

 - Eu vou tomar cuidado.

 - Já disse que não. - Ele já está irritado.

 - Por que você não deixa?! - levanto minha voz e ele se surpreende.

 - Por que quero te proteger!!! - ele grita comigo, quase batendo o carro, então encosta. É a primeira vez que vejo ele levantar a voz desse jeito.

 - O qu-

 - Sei que não sabe; - a voz dele fica mais rouca que o normal e seu olhar parece estar longe, ele suspira como se quisesse se livrar de seus sentimentos - Minha mãe morreu por minha culpa, quando eu tinha 15 anos; ela sempre perguntava se eu queria que ela me buscasse de carro na escola, eu dizia que não queria, que não precisava. Um dia quando eu estava voltando da escola, na frente de casa, um grupo de universitários bêbados começaram a me incomodar no meio da rua; ela estava me esperando, quando viu o que estava acontecendo ela saiu correndo de casa pra me proteger... Nem eu nem ela sabíamos mas... U-um deles estava com uma pedaço de garrafa quebrada na mão!, - sua voz fica trêmula - ele a apontou para mim, m-mas minha mãe me empurrou e foi na minha frente, e-então o universitário a acertou com a faca... Quando os universitários perceberam o que fizeram, fugiram bem rápido. Até a ambulância chegar levá-la ao hospital, não deu tempo suficiente.