CAPÍTULO 20

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PV: OLIVER

O medo abraçava-me sem piedade, o medo de perder a razão que dava sentido a minha vida, minha mulher e meu filho que nesse momento lutavam para sobreviver em uma sala de cirurgia.
Quando vi Felicity caindo da escada e não fui capaz de salva-la, meu coração gritou em desespero.
Seu corpo imóvel e todo o sangue ao seu redor fez-me prender o ar em meus pulmões em aflição.
Foi tudo tão rápido, fiquei tão consumido pelo medo que tudo passou como um borrão em minha frente.
Roy, Thea e Barry estavam tão arrasados quanto eu que nem vimos a hora que o infeliz do meu sogro fugiu depois de ter causado o acidente da própria filha.
Eu não confiava nele e pelo visto estava certo em não confiar.
Jhon foi quem chamou a ambulância que pela graça de Deus não demorou e logo Felicity veio para o hospital.
Mais isso já faz longas horas e eu ainda não consegui respirar de tão angustiado que estava.
- Toma, bebe alguma coisa você está a horas sem falar nada deve está com a garganta seca, fui tirado dos meus pensamentos pela voz de Roy que gentilmente ofereceu-me um copo com água, aceitei de bom grado.
- Não aguento essa falta de notícias, já faz horas Roy, estou com medo, desabafei com pesar, tentei ser forte mais foi inútil.
- Eu também estou com medo Oliver, mais eu sei que minha irmã é forte e jamais se entregaria sem lutar, tenho certeza que ela e meu sobrinho vão ficar bem...
- Obrigada Roy, agradeci sincero, eu precisava mesmo ter um pouco de esperança.
- Conseguiram avisar a Cait e o Tommy, perguntei interessado.
- Nenhum dos dois atende o celular, Cait deve ter apagado e o Tommy na certa não queria ser incomodado, Roy respondeu dando de ombros e eu assenti.
- Ollie, ergui os olhos para encarar minha irmã que também estava arrasada, seus olhos vermelhos denunciavam o quanto tinha chorado.
- Por que estão demorando tanto para nos dizer alguma coisa? eu não aguento mais essa angústia! Thea desabou a chorar sentando-se ao lado de Roy que de imediato a acolheu em um abraço apertado.
- Shiiiu, fica calma, daqui a pouco teremos notícias e vocês vão ver que eles estão bem, Roy parecia fazer um grande esforço para acreditar em suas próprias palavras.
- Roy está certo Thea, vamos pensar positivo sim! ofereci-lhe um sorriso confiante.
- Vou comprar café você vem comigo? Roy perguntou a Thea que aceitou sem pestanejar.
- Qualquer novidade nos avise por favor, Roy pediu e eu assenti em concordância.
Um suspiro pesado escapou de minha garganta, levantei-me e comecei a andar de um lado para o outro em uma tentativa inútil de manter-me calmo.
Olhei a adiante e vi Barry encolhido no canto da parede, seu silêncio era sofrido e verdadeiro, como se minhas pernas tivessem vida própria caminhei até ele.
- Como você está? perguntei tentando um diálogo, apesar de termos nos aproximado mais nos últimos meses ainda tinha uma certa distância entre nós.
- Do mesmo jeito que você, sussurrou sem encara-me.
Sentei-me no chão ao seu lado, se ele estranhou nada disse.
- Roy disse que ela é forte e corajosa, não vai desistir sem lutar, quero muito acreditar nisso, confessei.
- Felicity é a pessoa mais forte que eu conheço, é doce, gentil, uma amiga para todas as horas. enquanto Barry narrava as muitas qualidades de minha esposa constatei de imediato que ele ainda a amava.
- Você a ama não é mesmo? perguntei sem nem mesmo perceber, seu silêncio foi minha resposta.
- Não precisa ficar com ciúmes ou com o pé atrás comigo Oliver, eu a amo sim, sempre amei e vou amar até o dia que eu morrer, encarei Barry com compaixão ele realmente amava Felicity por isso não se permitia ser feliz com mais ninguém.
Conformou-se apenas em ama-la em silêncio e vê-la feliz.
- Não me olhe assim! encarou-me exibindo um meio sorriso.
- Ela escolheu você e está feliz, vão ter um filho e desejo de coração que sejam muito felizes, seu suspiro emocionado deixou-me sem palavras.
- Eu sei que nunca fiz isso mais... Barry dirigiu-se a mim dessa vez encarando-me.
- Quero pedir desculpas por tentar impedir seu casamento, sei que isso já faz muito tempo mais eu nunca te pedi desculpas por isso...
- Não precisa se desculpar por isso Barry se eu estivesse no seu lugar talves fizesse o mesmo, fui sincero.
- Eu estou feliz por ela ter te conhecido, sei que você a ama e fará qualquer coisa para mantê-la segura e sempre com um sorriso feliz no rosto. era estranho conversar com alguém que amava sua mulher tanto quanto você, mais estranho ainda era isso não incomodar-me ao ponto de sentir raiva, no fundo eu o admirava por ser tão nobre ao ponto de ficar feliz apenas por vê-la feliz e realizada comigo.
- Eu sei que você acha que eu sou um idiota por não corresponder ao que Cait sente por mim, abri a boca para tentar justificar-me mais Barry impediu-me.
- Caitllin é uma mulher incrível, eu a amo como minha melhor amiga e por isso eu nunca poderia fazê-la feliz como ela merece ser, Infelizmente não podemos mandar no coração não é mesmo, seu sorriso forçado era triste, não respondi nada meu silêncio foi sua resposta.
- Eu falei com ela ontem, Barry continuou desabafando.
- Eu até tentei vê-la com outros olhos mais seria muito egoísmo da minha parte dar a ela esperança e deixá-la iludida com algo que nunca daria certo entre nós, ela merece mais, merece alguém que a ame por completo entende? meneei a cabeça em afirmação, Barry estava certo, agora entendo o comportamento da Cait eles já tinham conversado.
- Oliver Queen! levantei-me mais que depressa ao ouvir o médico chamar meu nome, Barry fez o mesmo e a passos largos fomos em direção ao médico.
- Como está minha mulher e meu filho? perguntei angustiado.
- Agora eles estão bem e fora de perigo, tanto Barry quanto eu respiramos aliviados, nem percebi que nos abraçamos de tão feliz que estávamos.
- Sua esposa teve uma leve hemorragia por conta da queda mais conseguimos conter e agora ela está bem...
- E o meu filho? perguntei preocupado.
- É por isso que eu vim chama-lo, tudo o que sua esposa passou parece ter adiantado as coisas, vamos ter que fazer uma cesariana para adiantar o parto, ela está acordada e quer que você fique com ela para ver seu filho nascer...
- Vai lá papai eu aviso a Thea e o Roy... vai logo! Barry praticamente empurrou-me para seguir o médico, o agradeci e sem pensar duas vezes segui o médico até a sala onde felicity estava.
Eu estava angustiado e queria vê-la mais antes fui obrigado a colocar uma roupa apropriada.
Assim que entrei na sala e a vi senti meu coração acelerar descompassado, ela estava abatida, um pouco pálida mas seu sorriso iluminava tudo ao seu redor, ela estava linda.
A passos largos caminhei até ela e assim que aproximei-me lhe dei um beijo casto nos lábios.
- Oi meu amor, sussurrei emocionado.
- Fiquei com tanto medo de perder vocês dois.
Tentei ser forte mais foi inútil.
- Nosso filho vai nascer Oliver e eu não queria passar por esse momento tão especial sem você...
- Por favor não faça esforço desnecessário o Doutor disse que você está bem mais não quero que corra riscos durante o parto, Felicity tinha os olhos marejados assim como os meus, estávamos vivendo um dos momentos mais importantes de nossas vidas, segurei suas mãos passando a ela toda confiança e carinho que eu podia, a mantive acordada e concentrada em mim como o médico pediu.
Enquanto a equipe médica fazia seu trabalho, eu a admirava e a cada segundo que passava declarava o quanto a amava.
O choro agudo do nosso filho nos fez chorar emocionados, foi o som mais lindo que eu já ouvi em minha vida.
- Parabéns mamãe, você deu a luz a um menino lindo, a enfermeira caminhou lentamente até nós entregando nosso filho para Felicity, eu nunca tinha sentido uma emoção tão grande, fiquei sem palavras diante da imagem de Felicity depositando um beijo em nosso filho.
- Oliver ele é tão lindo e perfeito, Felicity chorava mais que falava, eu não ficava atrás.
- Obrigada, obrigada meu amor, foi tudo o que consegui dizer, eu estava enocionado demais.
- O senhor precisa sair e nos deixar cuidar de sua esposa, ela ainda está bastante fraca.
- Mais ela está bem não está? perguntei preocupado.
- Sim, não se preocupe, mais temos procedimentos a seguir, seu filho também por ser prematuro vai fazer uma série de exames mais acho que não será necessário que fique na incubadora...
- Graças a Deus eu já estava preocupada, Felicity sussurrou olhando para nosso menino que mesmo sujinho e enrolado apenas em uma manta parecia feliz ao lado da mãe.
- Não se preocupe Sr.Queen tanto seu filho quanto sua esposa estão bem são apenas cuidados de rotina. respirei aliviado ao ouvir a enfermeira falar com tanta confiança, dei graças a Deus que deu tudo certo.
Mesmo a contra gosto deixei Felicity para ser examinada junto com nosso filho e saí da sala, meu coração estava tão feliz que parecia que eu andava sobre nuvens.
- Graças a Deus você voltou como ela está? Oliver fala alguma coisa! eu mal cheguei a sala de espera e fui atacado por Thea, Berry e Roy que não escondiam seu desespero e anciedade para saber sobre Felicity.
- Eles estão bem, meu filho nasceu, as palavras sairam emboladas devido o choro que eu não consegui conter, na mesma hora fui envolvido por um abraço coletivo dos três que não reprimiram sua felicidade ao saber das boas novas.
- Graças a Deus! Thea soltou um suspiro aliviado enquanto Roy a abraçava.
- Quando ela vai poder receber visitas? foi Roy quem perguntou.
- Ainda não sei mais acho que em breve, respondi confiante.
- E como está seu filho, já o viu? Barry perguntou encarando-me com expectativa.
- Sim, apesar de ter nascido antes do tempo é forte e saudável, vão avisar quando ele estiver no berçário, minha emoção ao falar era mais que perceptível.
- Parabéns papai, Barry abraçou-me como um amigo e eu o agradeci por isso.
- Oi gente eu vim o mais rápido que pude, desculpa só ouvi suas mensagens hoje de manhã Thea, como eles estão?
Ergui os olhos para encarar uma Cait com cara de choro, imediatamente a puxei para um abraço apertado.
- Agora eles estão bem, meu filho já nasceu Cait, respondi emocionado.
- Meu Deus! isso é incrível, quando poderemos vê-los?
- Acho que muito em breve, só estão fazendo alguns exames, respondi confiante.
- Cait sabe do Tommy, Thea perguntou trocando um olhar cúmplice comigo.
- Não, depois que ele me deixou em casa foi embora, eu apaguei acordei só hoje de manhã vi suas mensagens e vim o mais rápido que pude pra cá...
- Você está bem? Barry perguntou aproximando-se de Cait que ofereceu-lhe um sorriso gentil.
- Agora estou mais assim que vi as mensagens da Thea quase tive um trosso, Cait pois a mão no peito em sinal de alívio.
- Oliver! virei-me para ver quem chamava meu nome e dei de cara com Dig Ronnie e Tommy, esse que parecia que tinha sido atropelado por um trator.
- Desculpa não ter vindo antes, Tommy desculpou-se ao abraçar-me.
- Meu telefone descarregou e eu nem me importei de carregar...
- Está tudo bem Tommy, o interrompi.
- Graças a Deus não houve nenhuma tragédia, Felicity e meu filho estão bem, respondi sorridente.
- Eu fico feliz por tudo ter dado certo para Felicity e seu filho Oliver, Dig caminhou até mim mais sua expressão pesada e o olhar cúmplice que trocou com Ronnie deixou-me em alerta.
- Algum problema? perguntei indo direto ao ponto.
- Encontramos o pai da Felicity, foi Ronnie quem respondeu.
- E onde está esse desgraçado para eu poder matá-lo! Roy exaltou-se.
- Parece que alguém chegou na sua frente Roy, franzi o cenho confuso ao ouvir o que Ronnie falou.
- Seu sogro está morto Oliver, nesse momento ele está está no IML, fiquei pasmo diante dessa informação.
- Mas como isso é possível? perguntei mais para mim mesmo.
- Nós achamos que sua madrasta tem muito a ver com isso, Dig apontou de Ronnie para si.
- Quando fomos procurar ele encontramos a casa dele toda revirada e ele já estava morto com dois tiros no peito, a polícia já está no caso, nós só demoramos para vir por que tivemos que prestar esclarecimentos na delegacia você sabe como essas coisas são demoradas. Fechei os olhos soltando um longo suspiro, como eu contaria isso para Felicity?

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