Após uma semana aqui na fazenda eu já me encontrava em desespero para voltar para a corte, não necessariamente para os atrativos da corte, mas para um certo alguém. Embora eu saiba que não posso me render aos seus caprichos e que tenho que lutar para não me machucar, sei que os olhos e todo o conjunto que forma o senhor Eduardo Salles tem feito falta ao meu coração e me martirizo por tais sentimentos.
No trem em que minha irmã partiu na tarde de ontem chegou a procura de minha tia Ada duas empregadas a mando da família Salles, no mínimo ele tenta me comprar com mimos pois no dia seguinte a sua carta chegou em nossa fazenda uma equipe de cinco homens enviados por ele para realizar a reforma e reestruturação da fazenda, agora que a reforma está perto de terminar e estamos apenas nos detalhes finais, as duas empregadas chegaram.
Veio pelas mãos das empregadas, para minha tia algumas cartas, tia Ada não quis me dizer o teor do assunto, apenas que estava tudo sobre controle, quando tentei dispensar os trabalhadores ela também não me deixou e tem sido uma luta imaginar que ele pode usar isso para me fazer casar-me com ele.
Você pode se perguntar o porque dele estar com medo de eu não me casar e vou lhe dizer, no dia seguinte após ter recebido aquela carta ameaçadora eu lhe mandei uma dizendo que não anunciasse o casamento pois estaria vendendo a fazenda para me livrar do compromisso com o mesmo, que não iria aceitar casar-me para viver a mercê de um homem leviano que não me respeitaria.
Eu não obtive resposta dessa carta o que me fez pensar em que estaria livre de tal compromisso, só não entendo o fato de duas empregadas chegarem a procura de tia Ada. Ao questionar a mesma vejam a resposta dela:
- Lizandra minha filha, não interfira nos meus negócios, já lhe disse que tudo está sob controle, não se preocupe com nada, aliás se preocupe com mimosa o novo estábulo está pronto e o curral será construído ainda essa semana, precisa trocar ela para lá pois não aguentará tanta poeira.
- Tudo bem tia, só acho que aquilo que interfere na minha felicidade eu deveria tomar ciência não acha?
- Li amor, eu sei que não quer casar e sei o motivo, se aceito as ajudas do duque é por puro negócio.
- Me vendeu uma vez tia não duvido que fará outra vez.
- A única coisa que devo vender nesses dias será a fazenda como você assim deseja.
- Sim, com o dinheiro daremos dotes as meninas e fico livre. Se quiser posso até ir para um convento.
Não entendi a rizada de minha tia quando falei isso.
- Por falar nas meninas o senhor Salles disse que o filho dele mais novo está interessado em sua irmã.
- Mas isso é uma coisa mesmo! Será possível que eles não podem ficar longe? Tia ele é igual ou pior ao irmão dará Laís para ele?
- Tarde demais sua irmã já está um tanto animada com a história e me escreveu dizendo que aceitou o cortejo junto com o seu tio.
- Com licença tia vou atrás de mimosa, ao menos essa não me dá desgostos.
Saio enfurecida por conta do que ouvi em direção ao estábulo para mudar mimosa de habitação. Após tudo resolvido decido que não quero voltar ainda para casa grande e olhando para o quintal vejo nosso antigo balanço e me dirijo até lá, ainda lembro o dia que papai o fez para nós.
É sentada aqui que fico pensando em minha irmã casar com um dos Salles, penso precisamente na cerimônia onde irei ter que ir e ficar de frente com aquele que é dono de meus pensamentos ao imaginar isso um arrepio percorre minha espinha. Não sei o que será de mim. Espera aí, será que é por isso que ele mandou as empregadas? Será eles que comprarão a fazenda? Ah mas eu vou ter com titia agora.
Entro na cozinha numa carreira só e ainda sem fôlego digo:
- Tia é isso não é? Eles irão comprar a fazenda? É por isso que Ana e Ceci estão aqui? - digo tudo muito rápido e com a respiração forçada por causa da carreira.
- Sim minha filha a fazenda já está sendo negociada, mas tenha calma não a perderemos, poderá viver aqui se quiser.
- Tia por favor não me enlouqueça. Como assim iremos vender a fazenda e ficarei aqui?
- O senhor Eduardo Salles está chegando daqui a pouco e irá pessoalmente lhe contar o que combinamos.
- E-e-eduardo está aqui? Em Curitiba? Como? - sinto que o ar me falta, como assim ele está perto.
- Menina, sente aqui venha, alguém pegue água para ela olhe como está branca.
Não consigo mais ouvir uma só palavra do que minha tia diz e minha vista fica turva e tudo muito longe então eu entro numa total escuridão.
E aí meus amores?
Por favor me digam o que estão achando desse livro. Eu o fiz para homenagear uma menina que é como uma filha para mim, então coloquei o nome da atriz principal o nome de minha linda, mas sinto que a história não tem agradado a vocês, podem opinar?
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Por acaso
RomanceLivro 8 Esta é uma história de um amor que surge por um contrato, um acordo entre duas famílias para beneficiar a dois jovens acaba unindo dois corações. Haverá resistência e luta para não cumprir a vontade de todos que é o casamento, mas em meio ao...