Foi perdido tentar dormir, não consegui saber que ele estava tão perto de mim era para mim uma terrível tortura. A chuva engrossou e veio junta com muitos trovões e raios, sentia como se a qualquer momento um raio fosse ultrapassar a janela e vir de encontro a mim na cama.
Ao amanhecer, desci antes de todos acordar, preparei o café da manhã e segui direto ver como Mimosa teria passado a noite tempestuosa. Fiquei com ela ajeitando e alimentando e fui em direção ao campo, o que antes era sem vida e seco, hoje estava já com pasto, então soltei Mimosa para dar um passeio e fiquei olhando ela aproveitando os momentos de liberdade.
- Eu não vejo a hora de ver vários cavalos correndo por esses campos junto com o gado. - era a voz de Eduardo, virei e olhei nos seus olhos.
- O que faz aqui?
- Não tomou café conosco eu vim ver se precisa de ajuda.
- Não preciso estou bem só, obrigada. - disse e dei as costas indo ao encontro de Mimosa.
Senti uma mão tocando no meu braço e não esperei para ver ou ouvir o que me diria ele, saí apressada quase correndo até um pouco com medo da grama molhada não me levar ao chão.
- Lizandra por favor uma hora teremos que conversar.
- O que quer me dizer? Lizandra você sabe que sou homem e tenho minhas necessidades? Desculpe meu amor eu ser um completo babaca? - disse imitando como se fosse a voz dele.
- Por favor vamos parar de agirmos como crianças, eu realmente preciso desse casamento.
- Claro, foi criado para ser duque e não saberia viver sem esse título não?
- Não. Eu não fui criado para ser um duque, meu pai agia como se nunca tivesse que passar para outra pessoa, então eu sempre abominei a minha posição, mas se eu não casar e receber esse maldito título vou subjugar a vida de meus irmão, assim como você que precisa do dote delas o de meus irmãos é o título.
Abaixei minha cabeça com vergonha, nunca imaginei que poderia ser tão egoísta ao ponto de não pensar no que ele teria que renegar para casar. Mas mesmo assim o meu orgulho ainda me fez falar:
- Porque eu? Sabe que encontraria outra que se lançaria aos seus pés não sabe?
Vi ele diminuir a distância entre nós e falar vindo cada vez mais perto de mim.
- Nenhuma outra teria a coragem que você tem, (um passo) nenhuma outra me enfrentaria como fez (outro passo), nenhuma outra seria tão ousada e destemida ao ponto de vir só na chuva em uma estrada sombria (outro passo), nenhuma outra teria esse cheiro de lavanda que me deixa louco. - foi quando ele se aproximou mais e eu já sentia a sua respiração. - Sei que não a mereço por ter ido naquela noite ao clube, mas mesmo eu sendo um porco sujo eu lhe peço que me dê a chance de mostrar que posso mudar.
Eu não sabia o que fazer ou o que dizer, a respiração mentolada dele me deixava sem saber se tudo isso era real, fiz menção em baixar minha cabeça mas ele foi mais rápido me pegou pelo queixo e selou nossos lábios.
- Me perdoe Lizandra. - ele dizia enquanto distribuía beijos em meu rosto e alisava meus cabelos.
- E-eu também errei. - consegui falar mesmo me sentindo que não controlava nada em mim.
- Shii meu amor, não tente justificar seus atos por meus erros, eu morri ao saber que tinha fugido de mim e se não fosse meu pai e seu tio eu acho que teria me acabado. - disse e me beijou novamente.
- C-como será agora?
- Agora a senhorita será a senhora Salles, dona dessa linda e contagiante fazenda e se quiser podemos vir morar aqui já que meu pai tem negócios por aqui eu posso ficar.
- Sério? Ficaria aqui por mim?
- Sim meu amor, por você eu fico em qualquer lugar do mundo.
- Mas será um duque e teremos que frequentar a corte.
- Iremos esporadicamente e quando nos der vontade. Vem vamos dar uma volta.
Eu aceitei seu braço e senti que meu corpo vibrava de alegria em estar perto dele. Senti que não estava andando e sim flutuando. Fomos para debaixo de uma árvore e ficamos sentados lá conversando, nos conhecendo, eu lhe contei como foi minha infância na fazenda e ele me contou o quanto sofreu no colégio interno.
- Lizandra não vamos deixar nada atrapalhar a alegria que sinto agora.
- Não creio que teremos mais atrapalho, tendo em vista que a dificuldade era o senhor parar de implicar comigo.
- Eu implicar? - fez uma cara de inocente.
- Sim senhor. - eu disse e ele levantou e saiu correndo atrás de mim.
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Por acaso
Roman d'amourLivro 8 Esta é uma história de um amor que surge por um contrato, um acordo entre duas famílias para beneficiar a dois jovens acaba unindo dois corações. Haverá resistência e luta para não cumprir a vontade de todos que é o casamento, mas em meio ao...