Após a morte de nosso pai eu passei a cuidar das minhas irmãs como se fossem minhas filhas, agora estamos já ha quase quinze dias aqui na casa de tia Ada e tudo que eu escuto é sobre esse estrupício de contrato de casamento.
Minhas irmãs mal falam comigo e não paro de ouvir discurso de como estou sendo egoísta e injusta; o único que até agora não disse nada foi tio Zé, mas eu o vejo suspirando pelos cantos típico dele quando está preocupado.
Agora me digam se é justo eu me sacrificar casando com uma pessoa chata, feia e mulherengo? Claro tem o assunto chamado dote, que interfere me deixando balanceada por aceitar, mas de qualquer maneira ainda não sei.
Estava eu muito calma e tranquila na sala de leitura quando todas as meninas entram junto com tia Ada esperar tio Zé ler a carta que recebeu do tal duque.
- Então José o que diz? - tia Ada questiona.
- Ele quer conversar com agente para definir os tramites do contrato.
- Mas que contrato? - pergunto indignada.
- O seu com o filho do duque ora essa. - diz Laura de cara feia para mim.
- Mas eu não aceitei nenhum contrato. - digo já me levantando.
- Não tem o que aceitar minha filha, eu dei a minha palavra que casaria uma de vocês com o filho dele. - tia Ada diz com diplomacia.
- Tia a senhora teria que deixar eu decidir é minha vida.
- Desculpa Lizandra mas a decisão da sua vida interfere na nossa e acha justo não nos casarmos porque você faz capricho? - pergunta Laura.
Saio de lá com meu livro na mão, em direção ao meu quarto e só me dou conta que choro quando escuto meus soluços. Não percebi que dormi até ser acordada por Laís que me trouxe o jantar.
- Já vamos jantar? - pergunto sentando na cama.
- Passou a tarde trancada aqui, pensei que quisesse jantar aqui também.
- Obrigada. - levanto e me dirijo até a mesa para comer pois realmente estou com fome.
- Você sempre comeu muito quando está nervosa.
- Nervosa, com raiva e indignada me deixam com fome. Ah e ansiosa também.
- Li, não quero ser chata em tratar esse assunto com você mais porque não quer aceitar? Nem deu uma chance de ver quem seria o rapaz.
- Eu me prometi que nunca iria casar Laís. - abaixo minha cabeça apoiando a testa nas mãos.
- Você sabe que uma mulher solteira na nossa sociedade é mal vista.
- Eu sei.
- Então? O que impede de nos casarmos?
- Você pode casar mas eu não. Vou falar uma coisa, eu não quero casar para não ter filhos e morrer e deixá-los sofrendo como nossos pais fizeram com agente.
- Li, o que aconteceu foi uma fatalidade.
- Quem me garante que não acontecerá comigo alguma fatalidade?
- Eu tive uma ideia, porque não conhece o rapaz primeiro e faz com que ele renegue você? Nós ficaremos com a fazenda ainda.
- Laura não me perdoaria ficar sem o dote. - respiro forçado ao lembrar da cara dela.
- Mas para isso teremos a fazenda, casaremos as mais novas e ficamos juntas.
- Eu te amo irmã, talvez sua ideia dê certo.
- Eu sei que sou o máximo.
- Por favor não conte a ninguém que vou tentar de tudo para ser rejeitada?
- Claro que não contarei.
- Então vá diga a tia Ada que marque a visita ao tal duque.
- Será amanhã no chá da tarde.
- Já? - me alarmo com a proximidade.
- Bom quanto mais cedo se verem mais cedo ele desencanta não?
- Pobre de mim que padeço na corte. - jogo-me na cama com as mãos nos olhos.
- Vem precisamos escolher uma roupa para você.
- Peça emprestada a roupa de um dos empregados, acho que me servirá.
- Para nossa família terá que manter as aparências ou as guerras continuarão.
- Não vou fingir morrer de amores por um libertino.
- Mas não poderá falar mal dele.
Ao ouvir essa última frase é inevitável não revirar os olhos. Entramos no closet e ficamos horas escolhendo um vestido que todos tem defeito para mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Por acaso
عاطفيةLivro 8 Esta é uma história de um amor que surge por um contrato, um acordo entre duas famílias para beneficiar a dois jovens acaba unindo dois corações. Haverá resistência e luta para não cumprir a vontade de todos que é o casamento, mas em meio ao...