- Não acredito nisso! - exclamava uma das moças no ouvido do velho tio.
- Calma meninas eu ainda estou lendo. - dizia esse sem tirar os olhos da carta que acabara de receber.
O senhor José Marinho é tio das quatro jovens que perdeu o pai e a mãe quando juntos tentavam acalmar um incêndio no cafezal de sua família, a fazenda foi herdada a eles pelo pai e a única coisa que o Conde pediu foi que os dois filhos não abandonassem a crianção de café pois para o Conde era um orgulho ter sido o primeiro a plantar a mais nova sensação dos anos de 1850.
Agora ele estava nesse ramo sozinho, após o irmão haver falecido deixando as quatro filhas com muitas dívidas e sem nenhum dote, o velho tio se virava como podia para dar o sustento para as suas meninas e se preocupava por duas já está passando da idade de casar-se e não ter ocorrido ainda por faltar-lhe dotes.
- Tio Zé o senhor não pode fazer isso. - disse a caçula da família. - Essa fazenda era tudo que nosso pai tinha, e outra coisa, onde iremos morar?
- Minha pequena Luíza não posso morrer e deixar vocês sem um marido, essa será a única maneira de arrumar dote para pelo menos duas de vocês. - ele tentava explicar com a carta em mãos balançando.
- O que diz aí tio? - indagou Lizandra a mais velhas das irmãs e a mais apegada ao tio. - Pelo que consegui ler o senhor terá que viajar?
- Vamos sentar que vou lhes contar tudo que se passa.
Subiram para a varanda da casa de fazenda que habitavam e se acomodaram como poderão em volta da cadeira de balanço que o tio sentou.
- Minhas meninas o que está acontecendo é que, eu estou velho demais não vou viver muito tempo e me preocupo de vocês quatro aqui sozinhas, outra coisa não estamos mais conseguindo os preços necessários para nossa sobrevivência com o café e temo que venhamos passar necessidades.
- Mas tio eu posso trabalhar para lhe ajudar. - disse Lizandra.
- E nós podemos ir para o cafezal ajudar por lá. - disse Laura olhando para as irmãs.
- Calma meninas! Lizandra eu temo que vá precisar de sua ajuda mas não tenha medo não é nada que não possa fazer.
- Eu não tenho medo de trabalhar tio, o que devo fazer? - questionou a sobrinha que ele tanto amava.
- Ada sua tia, está um tanto velha também e precisa de uma companhia para sair de casa e não viver só.
- Eca! - exclamou a caçula com cara de nojo para a irmã.
- A tia Ada é uma pessoa boa Luiza não fale assim. - ralhou a irmã mais velha. - Continue tio.
- Ela encontrou um comprador para a fazenda e me requisita na corte para levar você para lhe fazer companhia e conhecer o provável comprador da fazenda Água doce.
- E nós tio? - questionou Laís.
- Eu não sei menina, temo deixar vocês três só aqui, visto que ha muito tempo dispensamos os criados da casa e lhes acontecer algo ruim.
- Porque não vamos todos a corte com o senhor? - disse a caçula mais uma vez já com os olhos brilhando muito.
- Não deixa de ser uma boa ideia, só não sei o que Ada vai pensar disso.
O velho José Marinho conhecia a irmã que tinha, ela era uma pessoa boa, porém difícil de viver com ela, exigente e muito cheia de complicações, então ele temia as sobrinhas nas mãos da tia pois sabia que ela ia ficar colocando defeitos nas meninas.
- Tio Zé, vamos enviar um telegrama para a tia Ada dizendo que temos que levar as meninas e ver o que ela acha. - disse Lizandra.
- Isso mesmo, e se ela não nos quiser lá que alugue um lugar para nós. Na corte teremos mais chances de arranjar um marido. - disse Laura para o tio.
- Eu escrevo a carta tio? - perguntou Lais.
- Sim, sim não custa nada não? - ele diz um pouco pensativo.
Fica olhando elas se espalhando pela casa para voltar as suas tarefas, há dois anos por sugestão das mesmas foram dispensados todos os empregados e elas mesmo cuidavam da casa. Ele se sentia bem morar ali com as suas sobrinhas mas não poderia renegar a felicidade delas e se por acaso ele morresse?
E aí meus amores? Para quem pediu um romance feito por mim está aqui um, espero que gostem e por favor comentem para que eu possa saber o que pensam e até recebo críticas, pois não sou experiente na arte de escrever e como toda principiante tenho muito o que aprender.
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Por acaso
RomansLivro 8 Esta é uma história de um amor que surge por um contrato, um acordo entre duas famílias para beneficiar a dois jovens acaba unindo dois corações. Haverá resistência e luta para não cumprir a vontade de todos que é o casamento, mas em meio ao...