Capítulo 14 - Perdendo o chão

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Muitas vezes perdemos a possibilidade de felicidade de tanto nos prepararmos para recebê-la

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Muitas vezes perdemos a possibilidade de felicidade de tanto nos prepararmos para recebê-la. Por que então não agarrá-la toda de uma vez?

Jane Austen  

Eduardo narrando:

Após a noite peculiar em que passei fora de casa e fui descoberto por minha noiva geniosa, minha vida tem se tornado um verdadeiro infortúnio. Meu pai me ameaça constantemente de me deserdar e dar o título de duque a meu irmão, esse por sua vez vive suspirando de amores por minha futura cunhada que não se parece em nada com minha amada.

Lizandra é uma pessoa única, corajosa, sábia, inteligente, ótima administradora, amiga, companheira, doce, áspera também. Enfim, ela reuni uma coleção de qualidades que nenhuma mulher as tem. Como estava dizendo dos meus infortúnios, como se não bastasse meu pai me ameaçar, descobrir que ela estava com sua irmã em nossa casa tão cedo pois iria viajar, viagem essa que me foi oculta. Então eu decidi marcar a data de nosso noivado e lhe mandei uma carta avisando que estaria realizando oficialmente, esperei os dias que acredito que desse para ela ler a carta e me responder e o que recebo em troca vejam vocês:

" Digníssimo senhor Salles, eu não saí daí fugida como bem insinua o senhor, mas não escondo que minha vontade tenha sido essa, até porque eu no intuito de fazer a coisa certa me dirigi até sua pessoa pessoalmente para lhe comunicar da urgência de que eu viesse para a fazenda, mas como bom libertino que é não poderia ter agido diferente e ao invés eu o encontrar para o desjejum como imaginei eu o peguei chegando em casa de uma noitada. Não pense que me afetou por tal atitude, não. Mas, lembre-se que isso não convém a um propenso duque agir assim estando noivo, no entanto a sua vida pouco me importa do que vai fazer com ela. Se quer seu nome na lama não serei eu que irei lavá-lo depois. É isso mesmo que entendeu, estou aqui na fazenda e irei vendê-la para dar o dote de minhas irmãs e ficar livre do senhor e de sua vida dupla. Ah mais uma coisa, pode desmarcar a data do casamento e não ouse vir ter comigo aqui, pois do senhor eu quero a mais pura distância.

Lizandra Marinho."


Pois bem, como leram agora sabe que ela me deixou possesso de raiva e que irei fazer de tudo para não dar o gostinho a ela de se casar com outro que acredito ter pro lado do interior, ou vocês vêm outra justificativa para isso?

Para me vingar de minha querida noiva que por mais raiva que me faça eu não consigo tirar aqueles olhos do meu pensamento, o toque de sua pele macia me dá arrepios. Mas me concentrando no assunto importante, para me vingar dela mandei uma carta para o tio dela dizendo que tenho um comprador para a fazenda, no entanto convenci meu pai a cobrar deles os créditos do rompimento do contrato, para isso lhe mostrei a carta desaforada que recebi da senhorita Marinho.

- Mas isso é um absurdo. Onde essa menina pensa que vive? - dizia meu pai com a carta em mãos.

- Por isso lhe peço meu pai, não deixe eles venderem a fazenda e sair impune de ter tentando jogar nosso nome na lama, por um capricho dessa malcriada.

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