I'm Not A Hero [CANCELADA]

Encontros

Midoriya está agora em sua cama, olhando para o teto. Como pode cogitar uma ideia do gênero? Por que seria um vilão? Só irá trazer decepção a tudo e todos... Que no caso, seria apenas a sua mãe, não tinha nenhum amigo. Quem iria ser amigo de um sem individualidade?

"Pelo menos, já tenho quase todas as caracteristicas de um vilão..." Pensou o garoto.

Jogou seu travesseiro na parede em raiva, estava cansado daquela dor, "que bagunça..." pensou novamente, precisava se aliviar, foi ai que decidiu sair de casa. Sua mãe não estava, então deixou um bilhete lhe avisando que poderia chegar um pouco tarde, estaria tudo bem, não estaria?

Pegou uma blusa e vestiu o capuz, pegou sua mochila e deu rumo a sua caminhada sem algum rumo. Talvez tenha sido uma péssima ideia sair de casa, quando mais ele sai, mais ele se esforça para ver sua utilidade no mundo, dores de cabeça continuas por tanto pensar, está criando problemas que nem ao menos chegaram a existir e talvez nem exista, estava se destruindo.

Chegou em uma praça e avistou um banco, era ali que ele iria refletir tudo. Ao abrir a bolsa avistou seus 13 cadernos e começou a lê-los, foram anos fazendo isso como pode ser tão ingênuo a ponto de se desgastar tanto desse jeito? O que está feito, está feito e nada poderá desfazer, também, ele se divertiu muito escrevendo sobre seus heróis, é um garoto que assume. Percebe que escrevia até sobre as individualidades de seus amigos e conseguia perceber que a folha tinha molhado e já estava seca novamente - provavelmente molhou com suas lágrimas após desejar tanto uma individualidade.

Por algum motivo, Midoriya sentia que estava sendo observado.

Mas ignorou.

Não deveria ter o feito, pois estava mesmo sendo observado.

Com essa sensação estanha em seu corpo decide ir embora dali, era inprenssão sua ou aquele semana estava sendo uma das mais agitadas e cheia de sentimentos estranhos? Começou a rodar o parque, novamente sem rumo algum, só que o destino tinha que lhe mandar mais algum momento estranho. Uma garotinha loira com uniforme colegial trombou nele, sentiu um ardor no braço e percebeu que foi cortado. A garota tinha uma tesoura em mãos - agora, com o sangue de Midoriya. - Ela, ao perceber fica envergonhada.

— Mil perdões, moço! - ela dizia se curvando.

— Não tem probl--

Não pode acabar a frase, a garota colocou um Band-Aid no corte de Midoriya e sai correndo logo em seguida.

"O que foi isso?", se perguntou mentalmente.

O dia mal começou e já estava estranho, decidiu ir para casa.

O dia amanhece novamente, Midoriya não consegue dormir. Olheiras enormes se encontravam em sua face e os olhares preocupados vindo de sua mãe, respondia um "Não é nada de mais.", e novamente pegou sua bolsa, uma blusa e saiu de casa. Iria evitar o parque desta vez, não quer mais encontros inesperados e estranhos.

Mas isso ainda não seria possível, não essa semana.

Foi para o centro da cidade, lojas e lojas... "Poderia fazer algumas compras!" Pensou, entrou em uma loja que parecia ter potencial, passando pelas alas... Heróis, heróis, acessórios (de heróis), heróis... Só tinha Heróis. Raiva tomou conta do corpo de Midoriya que deu uma virada brusca, desta vez, ele foi o unfortunado que trombou em uma pessoa. Desta vez um cara, ele tinha uma aparência horrenda, piercings pelo rosto com cicatrizes estranhas.

"Como ele ficou desse jeito?!" Pensou surpreso. Mas voltou a realidade logo em seguida.

— A-Ah, me d-desculpa!! - ele se curvou ao homem em sua frente, que deu um sorriso logo após.

— Não esquenta, não é algo que me incomodou. - respondeu.

— Ah... Hm. - acentiu, um pouco vermelho pelo ocorrido.

— Também se incomoda por toda essa idolatração aos Heróis?

"O que esse cara é? Por que está sendo amigável desse jeito...?" Os pensamentos de Midoriya foram dispersos quando percebeu que derrubou as mercadorias do homem.

— Ah, me desculpe, derrubei suas compras. - disse agachando e recolhendo tudo. — Aqui está...

Porém ao voltar, o homem tinha sumido. Midoriya estava confuso. Tudo já estava pago, por quê ir embora deste jeito? Pensou em deixar as compras ali mesmo, ele poderia voltar, mas mudou de ideia ao ver que o mesmo deixou um bilhete para o garoto. Estava colado a sacola, com o nome de Midoriya escrito.

"Como ele sabe meu nome...?"

Leu, o homem tinha escrito que as mercadorias era para ele, que "pode ser útil para você", tinha dado ênfase a palavra "útil", Midoriya se sentiu mal então pegou a sacola e voltou para casa. A mesma questão estava rodando em sua cabeça, "Por que estás coisas estão lhe ocorrendo?"

Vendo os itens na sacola, já em seu quarto, tinha alguns doces e comidas - que por coincidência, todos que Midoriya gostava - além de um disco, poderia ser um DVD? Depois assistiria... Comeu um doce e deixou o dia passar.

Já estava em sua cama novamente, tentando dormir...

Dormir parecia impossível...

Se passou uma semana desde o ocorrido com o cara das cicatrizes no rosto, Midoriya estava esperando que acontecesse mais vezes, estava faltando aula e queria que a vida parasse de ser um pouco monótona, os encontros com aquelas pessoas estava sendo seu único prazer ao viver já que não tinha mais nada a fazer. Odiava ter que admitir que estava com saudades de encontros misteriosos.

Estava andando pela cidade novamente, até que um tumulto começou, tudo foi tão de repente que começou a correr junto com as outras pessoas, que por algum motivo pareciam desesperadas e morrendo de medo, o que estava acontecendo?

Entrou em um beco qualquer esperando que não tivesse ninguém ali, acertou em cheio! Já que estava ali tinha que procurar um meio de sair dali sem que seja arrastado pela multidão, foi então entrando mais fundo no canto em que se encontrava...

Thump, thump

Seu coração batia...

Mas estava doendo...

Thump, thump

Que sensação estranha era essa?

Novamente estava sendo observado...

Thump, thump

Queria correr...

Mas como o faria?

Thump, thump

Escutou passos.

Thump, thump

Tudo ficou preto.

Apenas escutava uma voz lhe chamando...

— Você terá um encontro especial, Midoriya Izuku.