Segredos Entrelaçados

Capítulo 16

(Em algum lugar)

Naquele dia chovia muito. A moça da previsão do tempo, tentava debilmente explicar o motivo do estranho fenômeno, já que em pleno verão, um temporal prendia todos em suas casas. O que ninguém sabia era que o tempo naquele dia estava nas mãos de Magnus. O mago trabalhara incansavelmente, nos últimos dias, em um feitiço de rastreamento para encontrar a filha e os amigos, que já estava desaparecidos há três semanas.

Mas o motivo do seu orgulho pessoa e profissional, tinha se tornado seu único e maior impecílio... Alyra, as filha, sangue do seu sangue, o estava bloqueando. Estava usando magia diariamente, podia sentir isso, mas a mascarava com maestria digna dos grandes magos.

_alguma novidade, Magnus? – Jhonatan perguntou, enquanto se aproximava com Luke, seu irmão, e Alexander.

_por enquanto não! A chuva está se espalhando rapidamente, logo teremos alguma pista! Se eles passarem em qualquer lugar que contenha algo natural, nós saberemos!

_há olheiros por toda cidade, nas pousadas, hotéis, motéis, restaurantes, postos de gasolina... Blitz de alguns amigos e os rastreadores... Todos estão na caçada! – Luke comentou tranquilo.

_bel está muito quieto! – Alexander comentou pensativo – conseguimos localizar Alric, e o estamos monitorando, se o pai, por acaso, o procurar, saberemos!

_tudo o que nós podemos fazer nesse momento é esperar... – Jhonatan murmurou enquanto todos olhavam para fora, no último andar do prédio. Era uma bela visão, ainda mais com a chuva enfeitiçada de Magnus.

***

(N/A: narração Eron)

_ERON! ALY COLOCOU FOGO NA COZINHA! HELP! HELP! – escutei Laycan me chamando aos gritos – AJUDA-ME!

_PUTA QUE PARIU! ERON! – Cam gritou em seguida – DESCE AQUI, DEMONIO! – perfeito. Pro chihuahua estar me chamando é porque o bagulho deve ta louco.

_DIURNO! DESCE AQUI, ERON, SEU VAMPIRO INÚTIL! – Alyra gritou, começando a me chamar também. Ser imortal, pode ser fatal as vezes.

_TÔ INDO NEGADA! AGUENTA AÊ! – levantei-me da cama, sim cama, porque esse negócio de caixão é muito claustrofóbico, e fui salvar o dia.

Quando cheguei a cozinha... Fiquei uns 30 segundos tentando assimilar a cena. Haviam chamas verdes, rosas, azuis, roxas, amarelas, vermelhas e mais uma variedade de cores, e por todos os cantos. Todos os cantos MESMO. No teto, nas paredes, nos móveis, por todos os lados. Cam estava tentando apagar as chamas com um extintor.

_ERON! HELP! – Laycan gritou ao me ver. Ela estava num canto encolhida rodeada de chamas, enquanto Aly segurava um livro nas mãos, folheando-o freneticamente.

_ALYRA! CONTROLE ISSO! AGORA! – gritei, pegando a mangueira da pia e jogando um jato de água em tudo, e principalmente, em todos.

_controleuns... LABARIOS CONTROLEUNS! – ordenou em alguma língua mirabolante e as chamas, simplesmente, se apagaram.

E eu como não guardo rancor, por terem me tirado do meu sono de beleza, continuei jogando água no povo.

_o que houve afinal? – perguntei, após guardar a mangueirinha.

_estava tentando aperfeiçoar um feitiço de fogo, mas não tive muito progresso! É preciso concentração, e eu me assustei quando vi a Lay, entrando na cozinha, desse jeito! – resmungou voltando-se para o livro que ainda segurava na mão.

Olhei para Laycan, e a encontrei com uma juba branca armada, olheiras, olhos parcialmente abertos. Estávamos todos ainda de pijama, em uma casa abandonada, numa rua pouco movimentada. Alyra de vestido longo, Cam só de bermuda, Laycan com um blusão, que por sinal era minha, e eu estava só de calça moletom. Nada fora do comum para domingo de manhã, aliás, que horas eram mesmo?