Capítulo 24

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(N/A: narração Kaleb)

As coisas não haviam seguido exatamente o roteiro, era para todos estarem posicionados ao pé do Monte Sião, mas Magnus tanto fez, que conseguiu trazer todos de volta para a escola.

O prédio principal estava completamente arruinado, sequer parecia o mesmo prédio que há pouco tempo fora ocupado por diversos alunos. O que deixou as tropas de Lucios em total desuso, e facilitou a execução do feitiço, ou pelo menos, do início dele. Todos estávamos nervosos, Lucios e Alexander tinham ido atrás de Magnus para garantir que ele não tentasse nada, e nem invocasse seu pai para causar mais problemas. Demetrios estava no pé da montanha com as tropas de Lucios, preparados para qualquer eventual possível ataque surpresa. Apenas Laycan, Alyra e eu subimos para caverna escondida no pico do monte. Alyra iniciou o feitiço, e só então percebeu qual o preço que deveria ser pago, chorou como uma criança, enquanto escondia o rosto nas mãos, a fim de não ver Laycan se apunhalar com a adaga, para que eu pudesse tirar seu coração, ele ainda batia quando o coloquei na vasilha. Alyra não conseguia olhar para o corpo inerte de minha afilhada, com carinho e cuidado a coloquei em uma manta e a depositei na parte mais escura da galeria, se fracassássemos, iria cuidar do seu corpo, e fazer os rituais fúnebres, mas a morte dela, era a nossa única chance de colocar as coisas em ordem novamente.

Alyra derramou a porção no estreito corredor e foi como se um tecido se rasgasse de cima à baixo, nos abrindo uma passagem estreita, não foi nada muito surpreendente para um feitiço desse porte, mas já tinha visto o mesmo ser realizado outrora por meu tio

_a hora é agora! – segurei na mão de Alyra e entramos.

O tecido se fechou atrás de nós, enquanto andávamos apressados rumo à outra pequena e breve abertura, assim que passamos, tudo estava escuro, ouvíamos barulhos de pequenos animais, parecia que nós estávamos em uma floresta.

_estamos na floresta da escola! – Alyra declarou agitada – vamos! Temos que achar Alric.

_ok

Ela criou uma pequena bola de luz que nos guiava, iluminando razoavelmente o local. Nos aproximamos de uma clareira onde tinham muitas vozes de homens. Fiz sinal para ela ficar abaixada naquele local, enquanto me aproximei para olhar, haviam muitos homens armados, e mais ao fundo enxerguei Alric. Respirei fundo, preparando-me mentalmente para a chacina que realizaria a seguir.

Me coloquei de pé, deixando toda a musculatura relaxada, então deixei que minhas asas saíssem da dobradura de minhas costas com um impulso leve, sai do chão, subi em espiral sentindo o vento do meu rosto, naquele momento eu não ouvia nada, o tempo parecia que tinha parado apenas para observar o que eu faria a seguir. Desci como um foguete, sobrepujando-os com minha ira. Com as mãos nuas, quebrei o pescoço dos seis primeiros, os demais correram, mas eram apenas coelhinhos assustados, e um a um, fui eliminando-os Alric era a caça principal, não podia perde-lo de vista, em algum momento, tentaram me atacar com algum tipo de feitiço, que apenas fez cocegas, e eu detestava cocegas, mas antes que pudesse fazer qualquer movimento, chamas lamberam toda a floresta a nossa volta.

Chamas azuis, verdes, roxas devoravam as arvores, não havia rastro de fumaça, somente as chamas, a maioria dos que estavam ai foram consumidos. Busquei visualmente a fonte das chamas e encontrei Alyra alguns metros a minha direita, com os olhos cinzas tão escuro e sua pupila parecia a de um gato, em vertical e ela murmurava algum encantamento, pois seus lábios se moviam rapidamente. Senti uma presença ao meu lado e virei-me, preparado para entrar em um embate corpo a corpo em curta distância, mas encontrei um príncipe élfico, que saltitava olhando ao redor, sorridente.

_o que um príncipe faz num lugar desses? – perguntei.

_Alric está fugindo! – falou simplesmente – Alyra pode cuidar de tudo por aqui!

_Alric está logo ali! – apontei para onde o filho de Belfier estava.

_aquele é impostor! – declarou por fim – feitiço de duplicatas! Tem mais oito “Alrics”, espalhados na floresta! – ele segurou em meu braço e saltitou.

Eu conhecia a fama dos elfos, por suas teletransportações, mas não estava preparado para sofrer uma teletransportação, expandir e passar através de uma fenda de espaço tempo, e aparecer em outro. Demorei alguns segundos para assimilar o cenário a o meu redor, estava na entrada do prédio do dormitório dos alunos, Alric estava ali, encostado na parede, olhava no relógio como se estivesse aguardando alguém ou alguma coisa. Ia agradecer ao príncipe élfico, porém o mesmo já havia desaparecido. Aproximei-me de Alric, ele imediatamente colocou-se em posição de defesa, olhando-me assustado.

_quem é você? O que quer? – perguntou ríspido.

_eu sei o que você está prestes a fazer... – falei tranquilamente – e vou lhe mostrar a consequência dos seus atos, em exatas 2 semanas...

_isso é ridículo! Você pensa que eu vou cair nessa sua história? Eu vou acabar com sua raça!

_você não sabe de nada, seu moleque mimado e todo! – falei irritado.

O prensei na parede, usando minha velocidade sobre-humana e usando dom que herdei de minha mãe, lhe mostrei como o mesmo morreria. Não gostaria de mata-lo, se não fosse extremamente necessário, a decisão caberia exclusivamente a ele, morrer ou não.

Segredos EntrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora