Segredos Entrelaçados

Capítulo 18

(N/A: narração Laycan)

Estávamos viajando há horas, Eron já havia trocado de lugar com Cam duas vezes, para dirigir o carro. Alyra estava dormindo do meu lado. Havíamos saído do nosso último esconderijo às pressas, após um pressentimento não tão bom meu.

Não pegamos todos os nossos pertences, o que sobrou, Alyra fez com que fossem queimados pelo fogo. Mas tínhamos saído a tempo, mas agora, estou com uma forte sensação de que estamos sendo seguidos. E isso se confirmou quando, ao olhar para trás, avistei um carro preto. Uma BMW sem placa, nos seguindo de perto.

_Eron... – o chamei.

_sim...

_há quanto tempo esse carro está nos seguindo? – ele olhou pelo retrovisor rapidamente.

_não sei bem... Há algumas entradas adiante, vamos ver!

Ele acelerou o carro ainda mais, e com isso a BMW sumiu. Não deu mais nenhum sinal de que estava nos seguindo, até quando começamos a subir um morro, a BMW apareceu de repente nos acertando em cheio na lateral, tentado nos jogar despenhadeiro abaixo, uma queda não muito agradável. Alyra e Cam acordaram assustados, enquanto Eron tentava nos manter vivos, a qualquer custo.

_PELOS MAGOS!!! - Alyra gritou ao ver a altura do despenhadeiro – ERON!

_ESTOU FAZENDO O POSSIVEL AQUI! – gritou após derraparmos um pouco na pista, graças a outra batida.

_QUE MERDA É AQUELA? – Cam perguntou, enquanto olhava fixamente para algo no carro que nos seguia.

_MAS O QUE... – um mago abriu o teto solar e suas mãos começaram a brilhar – ALYRA, FAÇA ALGUMA COISA!!! – Eron gritou.

Aly formou rapidamente uma bola de fogo com as mãos e jogou no outro mago, que a rebateu como se não fosse nada. Muito Bruscamente a BMW bateu novamente no nosso caro, e como se esperasse a hora certa, o mago usou a gravidade contra nós.
A gravidade subitamente nos puxou, e no segundo seguinte estávamos rolando despenhadeiro abaixo. Alyra e eu estávamos de cinto, Eron havia colocado o seu muito rapidamente, Cam se segurava como podia. Nosso carro batia em arvores e troncos caídos, e a cada segundo ganhávamos mais velocidade. Naquele ponto da queda, Alyra gritava horrores, quando um galho enorme, acabou por acertá-la na cabeça.

O universo estava rodando, minha voz havia se perdido, e eu só conseguia assistir aquilo tudo quieta.
Bruscamente tudo parou com um baque surdo. Meus ouvidos estavam zumbindo, olhei para o lado e notei que ainda não havia ficado louca, pois ela, como eu, estava de cabeça para baixo. Virei devagar a cabeça para frente, tentando coordenar meu corpo lentamente, foi quando vi que um ganho estava a centímetros do meu rosto, estava transpassado no assento de Cam... Nada fazia sentido.

_Laycan? – uma voz me chamou. Estava meio rouca e afogada.

_Eron? – murmurei confusa.

_você e Aly estão bem? – eu olhei para o lado. Alyra estava com um corte feio na cabeça, alguns arranhões, mas era só isso mesmo.

_sim, e o Cam? – não conseguia vê-lo.

_o carro vai explodir! Tente tirar seu cinto e o de Aly, vou sair! – ele rasgou o próprio cinto e com um chute, lançou a porta longe, mas ao ouvi-lo gritar, percebi que ele também estava machucado.

Com esforço soltei meu cinto e cai de qualquer forma sore o teto. Arrastando-me fui para mais perto de Alyra e comecei a fazer força para soltá-la. O cinto dela havia emperrado. Puxei todo o cinto para o lado esquerdo e consegui passar o tronco de Alyra, agora só precisava puxar.

_Eron! Ajude-me! – sai pela janela, me empurrando com os pés, enquanto puxava Alyra.

_rápido! – ele começou a puxar nós duas, fazendo força.

Saímos lentamente do carro e pude ver rapidamente que o galho que transpassara o banco também transpassara Cam. Eron ainda nos puxava, quando ele próprio foi puxado e lançado contra uma arvore.

_olá amigos! – a voz irritante e familiar chegou aos nossos ouvidos. Era Alric.

_maldito! – rosnei baixinho.

_também estava com saudades, anjinho! – sorriu debochado para mim. Ele sabia – vejo que fizeram uma ótima viagem, pena que Cambriel não está mais conosco para presenciar o espetáculo!

_como nos encontrou? – Eron se pôs de pé com dificuldade.

_a questão não é essa! Eu sempre soube aonde vocês estavam, estava apenas aguardando o momento oportuno para executar uma vingancinha básica!

_você é um babaca mesmo... – falei.

_mas não sou eu quem está todo ferrado queridinha! Muito bem! Chega de conversas, vamos logo para a parte em que eu mato todos vocês! – sorriu maléfico e sumiu.

_Laycan! Tire Alyra daqui! Corram...

Eron foi interrompido por um soco direto na traqueia, que o fez cuspir sangue. Alric o agarrou pelo pescoço e o lançou contra uma arvore, repetidas vezes, enquanto eu tentava desesperadamente puxar Aly dali, mas como que se lembrando que Eron não estava sozinho, Alric virou-se para mim, após jogar Eron contra o carro.

De repente Aly foi tirada das minhas mãos e como uma boneca de pano, lançada para cima, para em seguida cair em qualquer lugar. Ele puxou meus cabelos, erguendo-me do chão dolorosamente.

_mesmo arrebentada, você continua linda!

_vá para o inferno, seu merda! – cuspi no rosto dele. Que socou-me no estomago repetida vezes, fazendo com que o sangue fluísse pela minha boca.

Eron avançou contra ele, que o repeliu apenas com um tapa no rosto. Alric jogou-me contra uma arvore que se partiu e caiu junto comigo. O carro começou a pegar fogo, e a qualquer momento iria explodir, Eron também percebeu isso e me olhou.

Soube naquele momento o que ele iria fazer.

Lagrimas involuntárias embaçaram minha visão. Engatinhei com dificuldade até onde o corpo de Aly estava, e a segurei nos braços. Eron juntou suas últimas forças e avançou mais uma vez contra Alric, que foi pego de surpresa, ambos rolaram até bater no carro, mas Eron já estava sem forças e foi facilmente subjugado por Alric, que o pegou pelos dois braços, e como quem rasga uma folha de papel, o rasgou em dois pedaços, no exato momento em que o carro explodiu, e ao mesmo tempo em que eu chamava por meu amigo uma última vez, enquanto arrancava minha pulseira e pensava num lugar seguro. Segurei Alyra quando fomos teletransportadas, mas não para o lugar certo.

Permanecemos caindo e batendo contra vários galhos, até que chegamos no chão frio e duro, com um impacto violento, que me levou a inconsciência imediata.