Segredos Entrelaçados

Capítulo 5

(N/A: narração Alyra)

O dia começou continuou e terminou de forma estranha.

Primeiro quase não tivemos aula, o que é extremamente estranho, pois nós temos aula todos os dias, em todos os horários.

Depois de repente, a Lay some. Nós violamos as regras, saímos do prédio escolar, fomos para o bosque, encontramos um santuário, onde Viktor tentou, inutilmente, eliminar Lay, mas Eron o mandou para o outro mundo. Enquanto Eron se divertia estraçalhando Viktor, Cam e eu tiramos ela para fora daquele local, e do nada guardas apareceram nos cercando por todos os lados.

Ficamos ouvindo os gritos por algum tempo, suplicas chorosas, pedidos de socorro. Cam ficou conosco por precaução, caso Eron virasse um maníaco assassino e tentasse nos matar. Os guardas ao redor ficaram nos observando em silencio. Depois de longas horas, Eron saiu, para que o diretor pudesse entrar e limpar a bagunça.

Comecei a ouvir a voz de meu pai, avisando-me de sua vinda e da vinda dos outros. Logo meu pai já abria caminho pela mata e atrás deles Jhonatan, Luke e o pai de Laycan.
Papai usou um pó de duende e tirou Laycan daquele transe. Momentos depois, o pai dela a puxou rumo a mata e sumiu com ela. Os seguimos, mas eles não estavam na escola quando chegamos, e só alguns minutos depois eles apareceram.

Ela tinha uma expressão meio perdida, e marcas de dedos nos braços. O pai dela e Eron discutiram brevemente, antes de ele dizer a ela que alguém viria e depois, simplesmente ir embora.

_quem virá? – perguntei a ela.

_meu irmão... – o que? Desde quando ela tem irmão?

_irmão? – Cam perguntou, ela afirmou com a cabeça.

_desde quando você tem um irmão? – perguntei.

_é adotivo... Ele me odeia... – murmurou inexpressivamente.

Laycan foi para o quarto, enquanto as coisas estavam aparentemente se resolvendo.

Mas tudo estava mais complicado do que esperávamos. O acordo que nossos pais fizeram como o pai dela, estava exigindo mais do que podíamos fazer.

Os guardas vieram escoltar o pai dela, afinal não é todo dia que um anjo caído, original, se mostra em público assim, eles tem a fama de serem discretos. Meu pai já havia me alertado, para iniciar os estudos de magia negra, iria precisar para o que estava por vir. Novamente eu estava com o livro nas mãos “O Segredo das Sombras”, mas era muito perigoso. Mexer com as sombras é extremamente perigoso, e uma vez nelas, traiçoeiras como são, é capaz de nunca mais sair.

Com tudo que vem acontecendo, Eron e Cam estão arrumando uma rota de fuga, caso tenhamos que sair do alcance dos olhos e das mãos da corte e de qualquer um que sirva a eles.
Encontramo-nos no quarto de Cam.

_seu humor está bem inconstante Alyra! – Eron comentou – está claro, então escurece e clareia de novo! Tons de cinza interessantes!

_estamos com problemas! – resmunguei – sabemos quem é o pai dela, nossos pais estão se preparando para guerra! – despejei tudo de uma vez.

_então estão realmente nos usando... – Eron olhou para nós com um olhar afiado. Estava ficando realmente assustada.

_por causa dela! – Cam falou. Todos nós sabíamos a quem ele estava se referindo.

_estão falando algo sobre o coração dela... E isso só pode significar duas coisas, lealdade ou o órgão em si! E os sacrifícios às trevas mais poderosos, envolvem um coração! – falei lembrando do que meu pai falava a respeito.

_tentarão matá-la! – Cam apenas falou, o que já sabíamos.

_temos que ficar atentos! Haverá outros atentados como esse! – falei.

_faremos isso, e ficaremos de olho nesse irmão dela! – Eron determinou.

Todos concordamos e fomos cada um resolver suas pendencias, e em especial preparar uma mochila, para eventuais emergências. Acabamos nos encontrando apenas de manhã no refeitório, Laycan estava com uma cara de quem não tinha dormido a noite inteira.

_que sono... – ela murmurou sorrindo.

_acho que ninguém dormiu... A não ser o Eron! – Cam brincou fazendo todos nós rimos, mas Eron estava bem acordado, e avaliando tudo ao nosso redor.

_Eron, algum problema? – Lay perguntou, mas ele apenas sorriu.

_eu acho que estou ansioso para ver o seu, “querido irmão”! quero lhe dar as boas-vindas...

_Eron? – Cam o olhou surpreso, mas Laycan pareceu não notar o sarcasmo contido em cada palavra que ele falou.

_bem, ele deve chegar a qualquer momento para me atormentar! – ela murmurou enquanto mordiscava um bolinho de queijo – vocês não vão comer?

_mais tarde! – revirei os olhos com tédio e um pouco de humor, afinal, todos os dias ela fazia a mesma pergunta, e eu sempre respondia a mesma coisa.

Então a porta do refeitório se abriu e passou por ela, Leonardo, o irmão dela, conforme descobri. Ele era o oposto dela. Cabelos negros, olhos verdes profundos, sorriso um pouco debochado. Ele era pálido, mas não como um vampiro, vestia calça, camisa e sapatênis, tudo preto. Ele andou até onde nós estávamos

_Lay... – Cam o avaliou.

_Leo... Então você realmente veio...

_claro! Tenho que manter você na linha! – brincou.

_claro... Como estava o seu internato? – Laycan perguntou irônica, coisa rara.

_muito bem! – ele falou um pouco duro.

_conheça-os, Eron, Cam e Alyra.. – ela apontou voltando-se para o seu café.

_você sempre cercada por... Outras raças! – falou sorrindo acidamente, ela fechou a cara irritada.

_você é um idiota, alguém já te disse?

_obrigada! Também te amo! Não vejo a hora de desfigurar esse seu rostinho... – sorriu maléfico.

_pode tentar, mas não acho que você consiga! Oh, não! Espere... – ela fez uma cara de pensativa, seguida de uma expressão de falsa inocência e falsa surpresa – você já tentou, mas foi preso! Seu erro, Leo, é pensar que somos iguais!

_eu sou o melhor! – ele exclamou, Laycan apenas o olhou indiferente.

_e é a sua arrogância que o faz valer menos que a escória! – ela disparou acidamente. Todos na mesa se surpreenderam com aquilo, Laycan não era nem de longe assim, apesar das palavras afiadas, ela mantinha um rosto doce e ingênuo – fique à vontade para tentar a qualquer gracinha, mas creio que tenha aprendido a lição.

_eu ainda vou matar você! – ele ameaçou.

_entre na fila! – brincou, mas seu tom ainda continha algum sarcasmo.

_eliminarei qualquer ameaça, pois sua cabeça é minha, Laycan! – então se virou e saiu andando.

_eu já volto! – Eron falou já levantando e indo atrás do irmão de Laycan.

Eu suspirei, as coisas estão saindo do nosso controle, e agora que isso começou, não há como parar. Isso virou uma enorme bola de neve em uma descida constate, sem controle, sempre aumentando, nos levando para um futuro desconhecido, mas assustador, agora o jogo havia realmente começado e que o melhor jogador permaneça vivo.