Capítulo 17

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(N/A: narração Alexander)
Estava em meu apartamento, apenas de calça moletom, tinha saído do banho, tentando relaxar um pouco. Estava difícil.
Tudo parece bem, mas basta sair de minha casa para notar que tudo desandou completamente. Todos os planos foram por água abaixo. Os garotos fugiram, cobrir toda a sujeira que Alric fez, não está dando muito certo. Algumas alianças externas estão em risco, e há uma iminente revolta imergindo internamente. Meu mestre não está muito satisfeito com isso, eu também não estou. E como que para completar tudo, Leonardo está...
_morto! Sim! Ele está morto, um verdadeiro desperdício! – sua voz interrompeu meus pensamentos, sussurrando ao meu ouvido. Podia sentir sua respiração constante e ritmada em meu pescoço – olá...
_mestre...
_Alexander...
_o que faz aqui, mestre? – murmurei constrangido.
_fiquei curioso e vim conhecer sua casa... – ele se afastou de mim e andou para perto das enormes janelas de vidros, de onde tinha uma visão magnifica da metrópole, 20 andares abaixo – pensei que você ficasse na mansão com sua esposa!
_não mestre...
_ótimo! Melhor assim... – ele me encarou com seus olhos azuis, que perfuraram minha alma – Alexander tenho uma missão para você!
_sim, mestre!
_Magnus é filho primogênito de Apollyon, o Anjo destruidor de Sodoma e Gomorra, nós o conhecemos bem, você talvez melhor do que eu, enfim... Ultimamente o mesmo está ajudando o filho que está em busca da filha...
_Alyra está com Laycan...
_exato, e Magnus está atrasando os garotos de chegarem a mim!
_qual minha missão mestre?
_vá a floresta negra! – um frio percorreu minha espinha.
_mestre?
_Alexander... – ele virou-se para mim, e foi se aproximando. Cada passo que ele deva, eu senti minha casca humana ficar mais debilitada, até que me vi jogado, aos pés de meu mestre, que se agachou e acariciou meus cabelos gentilmente, com um sorriso amoroso e cruel – vá a floresta negra, procure pelo demônio que vive lá! Juntos achem Apollyon e o tragam a mim.
Meu mestre permaneceu acariciando meus cabelos, até que perdi a consciência.
Acordei horas depois, deitado em minha cama, sentindo-me horrível.
Imóvel.
Como que por um passe de mágica, quase que impossivelmente, eu me sentia ainda pior, mas já tinha plena ciência do motivo.
_sua casca humana está muito frágil! – ele falou de algum lugar do quarto – está quase na hora de trocar!
_mestre... – murmurei. Minha garganta ardeu, minha boca estava seca, meus olhos ardiam e minha cabeça latejava.
_há alguns senhores lhe aguardando na sala, pedi a eles que aguardassem alguns momentos...
_quem?
_Jhonatan, Luke e Magnus!
_mas como... – sentei-me na cama com dificuldade.
_ande com isso Alexander...
Olhei ao redor e o encontrei sentado em uma poltrona, que antes não estava ali. A sombra cobria seu rosto e parecia realçar ainda mais seus olhos azuis, que brilhavam enigmáticos enquanto me observavam. Como num passe de mágica, eu me sentia bem. Na verdade me sentia ótimo, como não estivera há anos.
Era o poder do meu mestre. Levantei-me revigorado.
_vamos! – meu mestre levantou-se e seguiu para porta atrás de mim.
Encontrei o trio na sala de estar, contemplando minha coleção de livros, que estavam por todas as partes, livros antigos, com capas de couro, escritas com tinta de polvo, antigos traços feito a ouro liquido. Livros poderosos repletos de conhecimentos, magia e segredos.
_cavalheiros...
_Alexander! – Magnus foi o primeiro a cumprimentar.
_o que os traz até minha residência? – perguntei calmamente. Os olhos dos recém chegados estavam sob meu mestre, que até então observava a tudo em silêncio – já que a educação lhes falta... Esse é Lucios!
_cavalheiros...
_você é novo por essas redondezas? – Jhonatan perguntou desconfiado.
_não meu jovem... Sou muito mais velho que você... Muito mais velho do que o mundo... Quando tudo ainda era Luz...
_você é... – Magnus foi interrompido.
_um anjo? – meu mestre gargalhou divertidamente – oh, não criança... Sou um caído... Nas suas cabecinhas devem estar se perguntando o que eu faço aqui... Estou visitando meu bom e velho amigo, Alexander!
_admito não é incomum! – Luke comentou – você é um anjo, Alec é um anjo...
_então já encontraram seus filhinhos fujões? – meu mestre perguntou tranquilamente, os três o olharam atentamente, e me olharam me seguida – oh, não! Alexander não me contou nada, tenho um interesse particular em Laycan, então tenho conhecimento da situação.
_até onde você tem conhecimento da situação? – Jhonatan o questionou.
_tenho conhecimento de toda a situação, sei até mais... Enfim, estarei presente nos próximos dias! – meu mestre sorriu consigo mesmo, satisfeito.
_você disse que era um anjo caído... – Magnus perguntou.
_sim! Eu conheço seu pai! Alexander também! – falou e o pobre Magnus ficou pálido – ele também me conhece, ah sim... Sem sombras de duvidas ele não só me conhece, como lembra com riqueza de detalhes de cada um dos nosso encontros.
Os acontecimentos a seguir foram muito inesperados, o meu celular tocou, porém quando o peguei não havia chamada alguma, por ter ido ao quarto buscar, tive de deixar os três na sala com meu mestre, que os atacou.
_tive de tirá-lo do ambiente, ou você também seria afetado!
_qual a necessidade disso, Mestre?
_Laycan e os outros estão no caminho certo, e eu quis me divertir um pouco!
_sim! Porém não posso intervir, ela tem que ir a mim, por livre espontânea vontade!
_entendo!
_cuide deles, eles apenas esqueceram que me viram! Não esqueça da sua missão! Alexander vá a floresta Negra e procure pelo demônio que vive por lá.
_sim, mestre!
Sem mais palavras ele se foi, e deixou-me sozinho com os três líderes desmaiados no meu carpete.
Mas isso era o de menos, algo me diz que meu mestre fez mais do que apenas apagar a mente deles. E meu instinto me diz que muito em breve, irei descobrir.

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