39-Á caminho de casa

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A manhã tinha sido produtiva. Eu estava feliz por ter melhorado o modo de pensar e talvez Seth estivesse certo, se eu fosse criada desde pequena aqui com eles eu seria uma pessoa bem diferente e talvez até melhor do que sou.

Pensei em Marcel, ele mentiu o tempo todo pra mim, mas mesmo assim eu sou grata a ele por ter me criado e eu não poderia nunca odiá-lo e espero que eu ainda possa vê-lo algum dia.

Coloquei uma roupa mais confortável e Stefan já estava me esperando no telhado.

—Oi.—Eu disse.

—Oi—Ele respondeu seco.

Ele começou me ensinando alguns golpes de defesas, estava mais centrado, não falava outra coisa que não fosse pertinente a essas "aulas". Estranhei o modo como ele agia, quando terminamos nos sentamos.

—Stefan, tem alguma coisa te incomodando?

Ele me olhou e me pareceu que estava pensando se responderia ou não, mas finalmente ele respondeu.

—Lina, eu não sou o que você acha que eu sou...Na verdade isso é o que somos, um dia você vai matar...de novo...E você vai gostar, não vai sentir remórcio ou culpa.

E voltamos ao assunto.

—Stefan é impossível matar alguém e não sentir nada.

—Nem todos sentem.— Olhei para ele surpresa—Quando desligamos as emoções, tudo some por dentro. Não sente culpa, não sente piedade, não sente amor ou carinho por ninguém, enfim não sente nada.

—Como alguém teria coragem de fazer isso?

—Para alguns é a única solução, para mim é a destruição.

—Você já desligou alguma vez não é? Você estava falando sério sobre esquartejar pessoas...

—Sim.

—E como foi desligar?

—Horrível.

—Bom saber, assim nunca desligo a minha.

—Eu não vou deixar você fazer isso.— Ele acariciou minhas mãos de repente, nós olhávamos para elas juntas.

—Eu sei.—Falei baixinho.

Ele se levantou e estendeu sua mão pra mim, segurei e me levantei. Nossas mãos ainda estava uma na outra, Stefan me olhava diretamente nos olhos.

—Por que a pergunta se eu já desliguei e não se eu estou desligado?

—Você disse que é como não sentir nada e você sente. Se não sentisse não se importaria em deixar que eu faça o mesmo. Quero dizer, você se importa com a filha do seu amigo...

—Tem razão, me importo com a filha do demônio.— E o Stefan divertido voltou— Você é diferente seria uma pena se desligasse sua humanidade...Seria...—Ele procurou por palavras e eu entendi o que ele queria dizer.—Seria o inferno na terra.

Dei um tapa nos ombros dele.

—Hei! Eu não faria isso se não fosse extremamente necessário tá e não o chame de demônio.

Ele franziu a testa obviamente por eu defender Klaus e continuou olhando a cidade.

—Sente falta dele?— Ele disse.

—Do Klaus? Nem um pouco, eu vivo com ele.—Disse rindo.

—Você entendeu Lina.

—Jacob foi meu primeiro amor, Stef.— Brinquei o chamando de Stef, ele riu —E você sentia muita falta dela pelo visto.

A Filha de KlausOnde histórias criam vida. Descubra agora