A Marca

Negação

— Sejam Bem Vindas. – Falei, tentando não transmitir minha raiva pela latina e entrei na sala.

Assim que fechei a porta, senti a áurea de um tigre negro, vovó já havia sentado calmamente em sua cadeira e me observava.

Queria abrir a porta e sair de lá correndo, pois quando vi o tigre me olhando, percebi que vovó não aprovou minhas atitudes. Aquele silêncio era agonizante, por isso caminhei até uma cadeira de frente para ela, sentei respirando fundo.

— O que aconteceu, Quinn? – Vovó Emma, falou calmamente.

Eu realmente pensei nessa pergunta. O que realmente aconteceu? A garota que sempre tive uma paixão secreta e tratei mal, para afastar Rachel e não fazer ela sofrer caso encontrasse minha marca, era na verdade a minha marca. E rever ela na minha frente foi mágico, pois tudo me prendia a ela e eu só queria tocar em seu rosto e sentir que não estava sonhando.

— Eu.. Eu.. Perdi o controle. – Respondi, gaguejando e abaixei a cabeça.

— Olhe para mim. – Vovó Emma, usou um tom de comando. – Você sabe que somos tigres raros, não sabe? – Apenas acenei que sim com a cabeça. – Então nunca abaixe sua cabeça.

— Desculpe, Vovó. – Falei baixinho, como uma criança sendo repreendida pelos pais.

— O que você iria fazer? – Vovó Emma, deu um sorriso misterioso.

Essa pergunta me pegou de surpresa, pois eu perdi totalmente o controle. Porque tinha um Jaguar, atrapalhando o meu caminho e ninguém iria me afastar do que esperei todo esse tempo.

— Iria arrancar a cabeça de, Santana. – Falei de forma casual, olhando para minha unha. – Pois ela entrou na minha frente.

— Tem certeza que quer arrancar a cabeça da melhor amiga, de sua prometida? – Vovó Emma, levantou a sobrancelha estilo, Fabray.

— Santana, não é amiga de Rachel. – Falei na defensiva, cruzando meus braços. - Me lembro muito bem da latina e minha Rachel, na época de escola. Elas sempre trocaram farpas e Sam sempre queria se mostrar superior.

— Está desatualizada, querida. – Vovó Emma, falou calmamente. – Santana, que indicou Rachel para esse cargo e trabalha para nós a algum tempo. Ela mora junto com a Berry e seu outro amigo Kurt. – Ela pegou uns documentos em uma gaveta. – Ela levou um tiro, protegendo um estranho em um assalto. Isso foi recente, ela acabou de entrar nesse mundo. – Vovó me encarou séria. – Então não seja impulsiva e a faça te odiar.

— Mas como você sabe de tudo isso? Ela realmente está bem? – Falei preocupada.

— Santana estava desesperada e pegou uns dias de folga. – Vovó Emma, deu de ombros. – Então minha querida neta, não me envergonhe. Agindo como uma adolescente impulsiva. – Ela falou rindo. – Seu tigre é poderoso, caso você não o controle vai ser aqueles casos que os humanos chamam de 5 minutos e comentem loucuras que se arrepende depois.

— Vovó, não se importa de ela ser uma menina? – Falei com receio.

Cheguei no momento da minha vida que mesmo que ela falasse que se importa, eu, não desistiria. Ficaria triste, mas não seria covarde como fui na época de escola com pais que se sentiam superiores por serem ricos e seguir o padrão da sociedade. Nessa época eu me escondi, tentava fugir de mim mesmo, ser outra pessoa para agradar as outras pessoas. Por isso que nesse momento da vida, eu não seria covarde novamente.

— Ohh minha neta, isso fica para pessoas com pensamentos pequenos, como seu pai. – Vovó Emma, me olhou com ternura. – O importante é a sua felicidade, sempre tive em mente que devemos nos apaixonar por pessoas e não por gênero. – Ela segurou minha mão por cima da mesa. – Eu amo você, independente de qualquer coisa que possa acontecer.