Decisão

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"Eu quero fazer dar certo, você quer isso também?" Essa frase estava martelando em minha mente. As palavras de Rachel, me pegaram totalmente de surpresa que nem tive reação e por falta de ação, Rachel apenas saiu me deixando sozinha.

Agora estava me sentindo sufocada em minha própria sala, com todos os pensamentos que circulavam em minha mente, só havia um único lugar e amigo que me ajudava a organizar os pensamentos depois que meu vô partiu.

Peguei e sai da empresa, avisei a Marley que não voltaria hoje e que ela poderia auxiliar meu primo e Rachel no que eles precisassem. Passei na floricultura, pois acredito sim, que homens também ganhem flores e fui a uma cafeteria pegar meu café, me dirigindo ao lugar de sossego.

Ao chegar lá, fui cumprimentada pelo segurança que sorriu ao me ver e apenas acenei indo na direção tão conhecida, vinha mais vezes aqui do que muitos possam imaginar. Ao avistar aonde estava meu amigo, segui em direção e sentei.

- Sabe, acho que de todas as vezes que não nos vimos, essa foi a mais longa. - Falei suspirando ao encarar os olhos castanhos tão cheio de vida do meu amigo, agora em uma foto em sua lápide. - Trouxe flores como sempre, para não quebrarmos nossa tradição. - Falei e ajeitei as flores em seu túmulo.

A vida é tão dura as vezes, conhecer Matt, foi a melhor coisa que me aconteceu na faculdade, quando Brittany fazia suas turnês era ele que ficava ao meu lado, tão cheio de vida e sempre tentando me animar. Perder ele foi tão arrasador e imensurável, um descuido foi o necessário para eu ver ele agora no cemitério e não mais em minhas visitas a Nova York em seu novo apartamento, ele estava tão feliz por mudar de cidade e estar trabalhando no que gosta.

- Estou tão perdida meu, amigo. - Falei já sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. - Eu a encontrei, mas é tão complicada.

Estava em meu apartamento em modo vegetativo, pois Brittany estava na sua primeira turnê e eu me senti tão só. Quando um furacão de ânimo entra no meu quarto e me lança um olhar reprovador.

- Vamos sair desse apartamento, você precisa de sol. - Matt, falou e me lançou um sorriso zombeteiro. - Ou tem medo de morrer pelo sol? Ao descobrir que é uma vampira de tão branca que é.

- Me deixa em paz, Matt. - Lancei um travesseiro nele.

- Mulheres são tão dramáticas e complicadas. Se namorar uma garota que não seja assim, desconfie completamente. Ela deve ser um ET ou uma psicopata.

Esse dia ele conseguiu me arrastar para fora do apartamento e fomos passear e fazer exercícios, ele era o único que não insistia para que eu encontrasse alguém e sabia da minha paixão por Rachel, mesmo sem entender porque eu evitava de ir atrás dela, ele respeitava minhas decisões.

- Eu a esperei por tanto tempo, que quando ela disse hoje que queria tentar. - Falei atropelando as palavras, tentando organizar meus pensamentos. - Que simplesmente eu travei. - Falei por fim frustrada. - Não consegui disser nada, apenas a encarei e não saiu uma maldita palavra dos meus lábios e ela se foi.

Depois que voltei de uma das viagens a Nova York, me isolei, só saia para fazer minha corridas e parar em um parque perto de casa e admirar a vista do lago.

- Sabe, Quinn. - Escutei a voz conhecida do meu amigo e ele se sentou ao meu lado. - Você não falar, não ajuda a doer menos.

Ficamos em silêncio olhando para o pato no lago, alheio a qualquer movimento das pessoas passando pela pista de corrida. Matt, apenas passou os braços pelo meu ombro e me puxou para um abraço de lado, isso fez com que qualquer muro que vinha mantendo cedesse e chorei.

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