A Marca

As vezes você só precisa correr

Nesse momento que percebi o quão grande e pequeno nós podemos ser. Consegui afastar todas as garotas do grande lobo, porém um tigre gigante é mais complicado. Quando virei para lutar com a fera, já era tarde demais, a deusa que tomou o controle sobre o lobo de Marley já havia feito um feitiço, eu não conseguiria entrar no campo de batalha e Quinn estava sozinha nessa.

– Por que não tira a Quinn de lá? – Uma das garotas falou em desespero.

– Só pode entrar na batalha quem se transforma em um animal. – Afrodite respondeu preocupada. – Em forma humana ninguém entra e Deuses foram proibidos, não podemos entrar.

– Quinn, está machucada por sua culpa. – Rachel, falou em desespero. – Ela não vai conseguir enfrentar um lobo. – Ela já chorava.

– Então entre na batalha. – Respondi de forma ríspida. – Todas vocês tem uma marca, podem se transformar.

– Você sabe que não é tão simples assim. – Shelby, respondeu de forma fria.

Só escutamos um barulho de ossos se quebrando, havia muito sangue nos pelos brancos do tigre. O lobo se afastou para admirar o estrago que havia feito, eu sabia que se demorarmos mais um pouco, Quinn poderia morrer.

– Por favor, faça alguma coisa. – Rachel, falou chorando e Shelby a abraçou. – Por favor, mãe. Não deixe ela morrer.

Eu lembrei de um feitiço para reverter a situação, porém eu precisava de apenas 10 minutos e a loira não teria todo esse tempo. Foi quando vi o meu pior pesadelo acontecendo, Shelby se afastou de Rachel e foi caminhando para a batalha, eu tentei a impedir, mas ela já havia cruzado a barreira, a próxima só se ela se transformasse ou morreria por causa do feitiço. Nesse momento surgiu o lobo negro gigante, Quinn estava caída no chão, era apenas mais uma mordida e seria morta, mas Shelby conseguiu se lançar bem a tempo e evitar o golpe.

Foi quando olhei o relógio e entendi o plano da pessoa que assumiu o controle de Marley, o alvo não era Quinn e sim Shelby. Agora tinha que correr contra o tempo, pois minha vida estava naquela arena em quatro patas.

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POV- QUINN

O lobo era muito mais habilidoso do que eu, mesmo sendo menor, além de que a voz em minha mente me desconcentrava falando que meu avô deu sua vida para que eu podesse voltar a andar. Pensar que fui culpada pela morte de uma das pessoas que mais amei vez com que vacilasse em um dos recuo, a dor que senti com aquela mordida e as costelas que já estava quebrada era equivalente a dor emocional de culpa que estava caindo sobre mim.

Apenas lembro do sorriso vitorioso do lobo avermelhado em minha frente e a escuridão tomar conta. Sabe aquele momento do sono que você se sente tão pleno, que tudo parece tão vivido, mas você sabe que está sonhando e apenas a qualquer hora irá despertar, essa era meus sentimentos. Porém tudo era tão branco, eu não saberia disser se estava dormindo ou havia morrido naquele momento, achei que morrer fosse ser mais doloroso do que estava sendo me manter de pé antes, o que mais me surpreendeu foi ver vovô sentado em um banco e sorria em minha direção, aí tudo ao redor mudou para o jardim que ele tanto cuidava com amor e foi espetáculo da minha infância.

– Olá, meu amor. Como você cresceu? – Seu sorriso era o mesmo, sua aparência não mudou em nada.

– Vovô? – Falei sem realmente acreditar em meus olhos e ele apenas abriu os braços, corri me jogando em cima dele, sem me importar que não era mais uma garotinha e sim uma mulher. – Eu morri?

– Oh minha pequena, senti tanta saudades. Você cresceu tanto. – Vovô Jhonn falava com tanta doçura em sua voz. – Não chore, conte o que tanto de incomoda nessa sua cabecinha. – ele fez cafuné nos meus cabelos.