Capítulo X - Episódio 36

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Ivy, Sabrina e Derris encontraram Borya em frente a Porto Seguro. Luan havia dito que encontrariam seu inimigo lá, mas jamais imaginavam que seria Borya Dorsen.

Quando puseram o pé na praça, através das fendas das lajotas do chão, surgiram diversos pontos de fumaça, e em meio a eles mais dez homens com roupões negros e adagas, prontos para proteger seu líder.

Atrás dos guardas, Borya esperava de olhos fechados, enquanto cantarolava uma canção em uma língua irreconhecível.

"Cuidado com as adagas" — ouviram a voz de Luan em suas cabeças. — "Elas possuem veneno. Um tipo difícil de neutralizar."

Os soldados atacaram. Derris defendeu-se e atacou, lembrando das aulas com Guido. Algumas adagas acertaram sua armadura, mas não penetraram nos flancos. Acertou algumas espadadas em inimigos de maneira superficial, até que uma cravou no pescoço de um dos guardas e o sangue jorrou pela primeira vez naquele conflito.

Ivy e Sabrina atacaram pelos dois lados de Derris. Ivy não tinha armadura, então lutou com cautela. Poder liberar fogo de dentro de si era fantástico. Ela se sentia rápida e podia observar com clareza o movimento do inimigo. Seus músculos se moviam com força e velocidade. Quando os guardas avançaram, conseguiu aparar os ataques de três deles usando as mãos. Conforme a adaga vinha, Ivy acertava o pulso dos soldados e desviava o curso dos ataques. Ao mesmo tempo, suas roupas incendiavam e eles tinham que apagar o fogo. Em uma brecha, chutou um dos guardas e seu corpo foi arremessado contra uma das docas, e lá ficou, em chamas.

Sabrina teve um pouco de facilidade em conter o ataque. Antes mesmo que um guarda se aproximasse, seu olhar de terror fez o primeiro sair correndo e se jogar das docas em direção à Vala.

— Prefiro morrer! — Gritava o guarda. — Prefiro morrer do que isso!

No segundo ataque, Sabrina se esquivou e tocou o peito do atacante com sua mão e então arrancou sua Alma. Nesse momento, as veias negras subiram quase até seus ombros. Então, com um apertão sobre o glóbulo luminoso, consumiu a Alma e as marcas reduziram.

O grupo inimigo percebeu que não seria fácil enfrentar os três, então recuaram e se posicionaram para lutar com mais cautela. O grupo, que agora tinha apenas seis soldados, circulou os três. Com os inimigos em círculo, seria mais difícil enfrentá-los por todos os lados.

Antes que o conflito reiniciasse, um "cospe fogo" disparou e, detectando que Borya era o alvo, um dos guardas saltou e se sacrificou para não deixar o mestre ser atingido.

Derris percebeu, antes de todo mundo, a presença de Anita e Luan no mesmo caminho que tinham feito. O guarda que havia dado a vida por Borya havia deixado uma brecha. Derris avançou e acertou um dos homens de Borya com o escudo, fazendo-o dar alguns passos para trás e então enfiou a espada em seu peito. Ivy, com sua rapidez, acertou outro. O soco acertou a barriga e, em chamas e sem ar, o corpo caiu ali, inconsciente.

Os outros três avançaram contra Sabrina, mas Derris já estava voltando e a lâmina da sua espada passou pelos três, sem acertar nenhum deles. Anita, que se aproximava, enfiou o seu sabre entre as costelas de um deles, que, aos berros, tentou correr, mas logo desmaiou.

Os dois guardas restantes tentaram correr do conflito. O primeiro, Sabrina sugou a Alma por trás e a consumiu, sentindo o prazer da energia roubada.

O último, Ivy deu uma rasteira o derrubando no chão, então pisou em cima dele com força, para garantir que não incomodasse mais.

Agora, os cinco se viraram para Borya, que já não era mais um ser humano normal. Riscos negros e vermelhos navegavam em volta de seu corpo. Sua pele rasgava e chifres nasciam em sua cabeça e costas.

A saga dos filhos de Ethlon I - Porto das PedrasOnde histórias criam vida. Descubra agora