Medíocre

542 36 13
                                    

Oi meus pudinzinhos 🍮
Mais um capítulo para vocês, esse é curto porque o próximo é mais longo.

Espero que gostem.

Boa leitura 🍮 ❤️

♦️

Madrugada de 20 de dezembro de 2010, Bog

Viggo passou pelo par de seguranças e subiu as escadas que levava ao seu escritório no andar de cima do cassino. Ele tinha muito o que fazer naquela noite, muitas contas que tinha que revisar antes do fim do trimestre.

A porta estava fechada, como ele havia deixado e ele entrou. Parou logo depois de fechar a porta atrás de si novamente e franziu a testa. O escritório estava impecável, como sempre, mas havia algo de errado. Viggo não sabia o que era, mas sabia que alguma coisa estava diferente.

Se sentou em sua cadeira e pegou uma pequena chave prateada do bolso, colocou a chave na fechadura da última gaveta do lado direito, revelando a porta prateada de um cofre. Colocou a senha no painel e a porta se abriu sozinha.

Encontrou maços de dinheiro e pilhas de documentos, balançou a cabeça ao perceber que a lingerie vermelha havia desaparecido - a única evidência de que Heather havia estado ali para pegá-la de volta -, mas o pedaço de renda não era a única coisa que faltava no cofre, Viggo se lembrava muito bem de que ali deveria ter um revólver.

Um nó se formou em sua garganta, sua respiração se tornou descompassada e sentiu o terror e o desespero congelarem o sangue em suas veias.

-Merda, Heather! - Murmurou com a voz trêmula, se esforçando para engolir o nó em sua garganta. - O que você fez, amor?

2019

O jantar na mansão Haddock estava estranhamente silencioso, o novo "status de relacionamento" de Camicazi já tinha sido amplamente discutido e a adolescente precisou ouvir os sermões do pai e a longa lista de regras impostas por Soluço, para os quais Camicazi e Astrid apenas reviraram os olhos.

Mas por mais que o silêncio não fosse comum, não era algo desconfortável. Não havia uma atmosfera que pairava sobre a família como se esperaria, Camicazi não estava chateada com o pai ou com o cunhado porque, apesar de serem extremamente protetores, nenhum deles a estava proibindo de nada. A longa conversa tinha sido focada mais nos cuidados que ela deveria ter do que nas coisas que ela não podia fazer. Camicazi sabia o que algumas garotas da idade dela já faziam por aí, mas ela não era tonta e nem louca o suficiente pra esse tipo de coisa.

Foi Camicazi quem quebrou o silêncio.

-Posso ir pra escola pública? - Ela pediu, ganhando olhares curiosos da irmã e do cunhado. O assunto da escola pública não surgia desde que Camicazi começou a frequentar a escola particular.

-Claro que não. - Soluço respondeu. - Sua escola é ótima, por que você quer mudar?

Camicazi encolheu os ombros.

-Merida vai pra escola pública - respondeu - e eu não quero ficar sozinha naquele ninho de cobra. -  Soluço e Astrid se entreolharam confusos. Camicazi cruzou os braços e revirou os olhos  em desaprovação, como se já devessem saber sobre o que ela estava falando. - O diretor Grisly acabou com todas as bolsas de estudo. - Explicou, esperando que a novidade os fizesse mudar de ideia. Como Camicazi sobreviveria naquela escola sem acabar batendo em alguém se a melhor amiga não estivesse com ela?

-Mesmo assim, você não vai mudar de escola. - Respondeu Astrid.

-Mas não é justo! - Camicazi protestou ainda de braços cruzados e testa franzida. - Por que a Merida não pode ficar na escola?

-Porque o Diretor Grisly pode decidir se ele quer que a escola tenha bolsas de estudo ou não.

Camicazi se levantou, claramente irritada com a situação.

-Se o diretor pode resolver tudo sozinho, então pra que serve o conselho de pais? - Ela perguntou, mas saiu da sala de jantar a passos duros antes de conseguir uma resposta. Astrid sequer precisou olhar para o noivo antes de suspirar.

-Você vai pagar a mensalidade da Merida, não vai? - Perguntou a loira, já sabendo a resposta mais óbvia.

-Vou. - Soluço respondeu mesmo assim. Astrid balançou a cabeça em reprovação.

-Você não pode simplesmente jogar dinheiro nos problemas e esperar que eles desapareçam, Soluço.

Soluço deu de ombros, tomando um curto gole de sua taça de vinho tinto antes de rebater.

-Faço isso há vinte anos e até agora funcionou muito bem.

Astrid revirou os olhos.

-Os pais da Merida sabem o que é melhor pra ela, nós não devíamos nos meter nesse assunto.

-Nem sempre os pais sabem o que é melhor para os filhos, às vezes eles são egoístas demais e só pensam em si mesmos. Você, mais do que ninguém, devia saber disso.

Astrid cruzou os braços, mas deu de ombros e não respondeu. Se Soluço queria bancar o super herói e se meter nos problemas familiares de Merida, não seria ela quem impediria. Por mais que Astrid também não gostasse da ideia de Camicazi ter apenas Hans de companhia na escola, não era como se Merida e Camicazi jamais fossem voltar a se ver. Merida estava mudando de escola, nada mais do que isso.

O jantar prosseguiu em completo silêncio, mas antes mesmo de terminarem o prato principal, Camicazi voltou correndo, com o rosto contorcido em uma expressão de preocupação e as mãos tremendo segurando o celular.

Ela olhou para o cunhado e em seguida para a irmã, colocou o celular sobre a mesa e a tela mostrava uma ligação com Merida ainda em andamento, mas antes que qualquer um pudesse perguntar à loira o que estava acontecendo ou por quê estava tão assustada, Camicazi pressionou o botão do viva-voz e a silenciosa sala de jantar foi preenchida por gritos muito difíceis de distinguir.

Podiam ouvir a voz de Merida, de uma mulher e de um homem, mas era impossível saber o que diziam, por que estavam gritando. Soluço pegou o celular, conseguindo rastrear o celular de Merida pelo GPS e de alguma forma a situação ficou pior ao saber que Merida estava em uma rodovia, se movendo depressa em direção ao porto, nada precisou ser dito enquanto todos se davam conta do motivo daquela ligação: Merida estava sendo levada para fora do Arquipélago contra a própria vontade.

Soluço ergueu o olhar para se encontrar com o de Astrid, silenciosamente a perguntando "Posso me meter nos assuntos de família agora?", a loira engoliu a seco, mas assentiu.

-Pegue a Ferrari, é mais rápida.

Departamento de polícia de Berk.

A delegacia era sempre um caos, mas ele passava tranquilamente pelos policiais apressados, vítimas chorando e presos temporários brigando uns com os outros.

Diferente do irmão, Ryker Grimborn amava o caos e o desespero que infligia nos mais fracos. E também diferente do irmão, ele sabia exatamente o que precisava ser feito.

Ryker nunca entendeu a infantil obsessão do irmão por uma ninguém como Heather, a maneira com que Viggo sacrificava o dinheiro e a própria liberdade por aquela puta medíocre era algo que Ryker jamais seria capaz de compreender. Ele sabia que, se Viggo precisasse escolher sacrificar um dos dois (o irmão ou a esposa), sacrificaria o irmão sem pensar duas vezes, por isso Ryker precisava atacar primeiro, ele precisava se certificar de que se livraria de toda essa bagunça que era única e exclusivamente culpa de Heather.

-Detetive Boland? - Ryker o chamou ao encontrar o homem conversando com um policial, o policial se retirou, dando aos dois homens uma certa privacidade. - Eu soube que está investigando a esposa do meu irmão sobre o assassinato da Karen, - disse - posso te dar todas as provas que você precisa pra pegar a vadia.

E agora? O que está acontecendo com a Merida? Ryker mudou de lado, mas será que ele consegue derrubar a Heather? 🤔

Comentem expectativas.

See ya 😘

Baby GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora