Louco

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Oi meus pudinzinhos 🍮

Mais um capítulo para vocês, eu estou entrando em semanas de provas então nada vai ser atualizado por alguns dias (isso porque eu só recebi o calendário de provas em cima da hora e por isso não tenho nada pronto).

Por favor, ouçam "Angel" de Massive Attack, que é o vídeo ali em cima ☝️

O capítulo inteiro é um flashback.

Espero que gostem.

Boa leitura 🍮 ❤️

♦️

20 de dezembro de 2010, 03:00 AM, Bog.

Desespero não era algo que Viggo Grimborn costumava sentir. Em todos os seus dezenove anos, aquela palavra nunca fez parte de seu vocabulário e muito menos de seu cotidiano, mas naquele momento era tudo o que conseguia sentir.

O nó que se formou em sua garganta o impediu de responder toda as perguntas e reclamações de Ryker. "E daí se ela matar a Karen?", perguntou o mais velho, "Ela é primária, no máximo vai pegar perpétua".

Ryker não entendia, claro que não entendia, Ryker não conhecia Heather tão bem quanto Viggo, Ryker não sabia que Heather não era primária e que, se a morena matasse Karen, não pegaria perpétua. Heather pegaria a pena de morte. Mas Viggo não podia dizer nada daquilo e pouco importaria se dissesse, para Ryker bastava saber que precisavam impedir que Heather cometesse a loucura de matar a Karen.

Seu forte agarre no volante da Bugatti Veyron fez os nós de seus dedos ficarem brancos e seu pé afundado no acelerador fazia a paisagem se tornar um borrão, mas Viggo não precisava saber o que estava acontecendo à sua volta, só precisava encontrar o maldito Honda de Karen.

Não devia ser difícil, aquela era a única estrada que levava para fora da área do Cassino. Se Karen e Heather deixaram o Cassino, deveriam estar por ali.

"Sua obsessão com essa ninguém vai levar nós dois pra cadeia!", Ryker reclamou, mas Viggo já não escutava, ele não precisava ouvir para saber o que o irmão estava dizendo, há meses Ryker dizia que Heather estava com ele por dinheiro, que Viggo estava sendo burro ao deixá-la entrar em suas vidas.

Mas Ryker estava enganado, Viggo não estava obcecado e muito menos era burro. Heather tinha provado sua completa lealdade a ele mais de uma vez e o que Heather queria em troca? Heather apenas queria o que nunca foi capaz de ter. Nunca antes de conhecer Viggo. Antes de ganhar sua confiança. Antes de deixá-lo louco.

Completamente louco de amores por ela.

O Honda ainda estava distante, mas perto o suficiente para conseguir ver onde estava indo na madrugada escura de Bog. Viggo sabia que a alguns metros chegariam a uma bifurcação onde poderiam virar à direita, numa estrada asfaltada que era caminho para a cidade, ou à esquerda, numa estrada de terra cujo o único fim era em um lago congelado. E Viggo tinha a sensação de que não estavam indo para a cidade.

Seu desespero se transformou em pânico quando o Honda, poucos metros a sua frente, começou a ziguezaguear pela estrada, como se não soubesse para onde iria e Viggo queria gritar. Gritar e bater no volante e sacar sua arma e atirar em um dos pneus do carro para que parasse porque tinha a certeza de que elas bateriam (e que os deuses tenham piedade se ele perder a Heather).

O Honda entrou na estrada de terra, à esquerda, e Viggo o seguiu sem se importar com os amortecedores sensíveis da Bugatti ou com a estrada enlameada pela neve do inverno barbárico. A estrada era curta, cercada por árvores de grande porte que ficavam à beira do lago.

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